Perfil comportamental de macacos-prego (Sapajus spp.) imaturos mantidos no CETAS-RN

• Autor(a) principal: Oliveira, Ingrid Maria da Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/56719
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Macacos-prego; Capuchin monkeys; Perfil comportamental; Behavioral profile; Desenvolvimento; Development

Os primatas possuem um padrão de história de vida custoso, pois possuem um longo período de imaturidade em que estão expostos a diversas limitações morfológicas, fisiológicas e sociais. Neste período os imaturos devem aprender habilidades de forrageio e vida social, no entanto, animais que cresceram em sob cuidados humanos podem não apresentar o perfil comportamental natural, desenvolvendo estereotipias. Esse é o caso dos animais resgatados do tráfico. Macacos-prego (Sapajus spp.) estão presentes em 5 dos 9 CETAS nordestinos, sendo o segundo gênero de primata mais encontrado nos centros de resgate e zoológicos do Brasil. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo investigar possíveis mudanças no perfil comportamental de macacos-prego imaturos que vivem em CETAS em relação ao sexo, local de nascimento, idade e tempo de permanência no local. Para isso, foram coletados dados de 27 imaturos que se encontravam no CETAS de Natal – RN, durante os anos de 2016 e 2022. Os imaturos foram classificados em cinco faixas-etárias: infantes, juvenis I, II e III e sub-adultos de acordo com o tamanho corporal. Nosso etograma possui 78 comportamentos que foram agrupados em 20 macrocategorias, todos os dados foram padronizados e posteriormente realizamos a análise estatística através de um modelo de regressão linear usando sexo, faixa etária, origem e tempo de permanência no CETAS como variáveis preditoras do perfil comportamental. Nossos resultados mostram que mesmo em sob cuidados humanos as diferenças nas faixas-etárias de imaturos são semelhantes ao já registrado na literatura. Ademais, vimos que fêmeas juvenis estão mais estressadas que os machos, provavelmente devido ao sistema matrilinear do gênero. Percebemos que o local de nascimento dos indivíduos, pode influenciar nos comportamentos de locomoção deles e percebemos que apesar de o CETAS não ser um ambiente muito favorável para o desenvolvimento desses primatas, com o tempo eles podem se adaptar a essa realidade, ressocializando e realizando mais comportamentos típicos da espécie e menos comportamentos anormais. Essa foi apenas uma análise preliminar dos dados e análises mais detalhadas são necessárias, que incluam as interações entre as variáveis. Dados como esses contribuem para o entendimento do comportamento de macacos-prego cativos, o que pode auxiliar nas ações de manejo de animais in situ e ex situ.