O nascituro, sua personalidade jurídica e a possibilidade das wrongfull action claim no ordenamento jurídico brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Queiroga, Francilanno de Sousa
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/42693
Resumo: O nascituro é o estágio mais elementar do desenvolvimento humano, em que não se vêm claramente os elementos que compõem a pessoalidade. Entretanto, é inegável sua ligação com a pessoa, tendo em vista que o estágio final de seu desenvolvimento desemboca no surgimento de um ser humano, dotado de qualidades objetivas e subjetivas reconhecidas como moralmente relevantes. Em virtude disso, lhe é conferido alguns direitos que dizem respeito à personalidade jurídica, todos estas consequências legislativas do princípio da indisponibilidade da vida e de seu caráter sacro. Esta supervalorização da vida deriva das concepções psicológicas da sociedade que veem nela um símbolo ligado à pessoa, e como o nascituro também possui um símbolo que guarda profunda ligação com esta última, acaba por formar um arquétipo com profundas raízes no (in)consciente coletivo. No entanto, existem situações em que a vida é alegada como danosa, de forma que se busca no mundo jurídico, mais precisamente pelo instituto da responsabilidade civil, uma compensação desse dano. É nas wrongfull actions claim que reside a pretensão de um direito a não existência, através da comprovação de situações fáticas que seriam muito mais benéficos aos indivíduos jamais terem vindo a existir. Desta feita, instaura uma pesquisa no presente trabalho afim de atestar se o ordenamento jurídico brasileiro tem capacidade de obrigar ações que invertam o valor vida em algo danoso. Para isto, propõem-se a entender como o nascituro se configura na realidade da pessoa, buscando na biologia e na metafísica escopo que sustente sua pessoalidade. Após isso, verifica-se como a psicologia analítica explica o fenômeno do nascituro e como a decorrência lógica da sacralização do direito tem engessado as legislações para os problemas atuais. Segue-se então para o estudo das teorias do surgimento da personalidade jurídica com o propósito de justificar como é conferido os direitos personalíssimos indisponíveis ao nascituro. Findando na sistematização das ações wrongfull em suas principais modalidades, quem participa dos polos ativo e passivo e como o nascituro pode figurar nelas. Chegando à conclusão de que o ordenamento jurídico só é compatível com essas ações em casos pontuais, mas que em nenhuma hipótese vislumbra a vida como um dano. O presente trabalho faz uso da técnica qualitativa da revisão bibliográfica e se desenvolve sobre o método hipotético-dedutivo.
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Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) - Departamento de Direito, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Caicó, 2019.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/42693Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFRNBrasilDireitoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessNascituroDireito a não existênciaWrongfull Actions ClaimPessoaPersonalidade JurídicaO nascituro, sua personalidade jurídica e a possibilidade das wrongfull action claim no ordenamento jurídico brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisO nascituro é o estágio mais elementar do desenvolvimento humano, em que não se vêm claramente os elementos que compõem a pessoalidade. 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