“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/36414 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo geral analisar a partir da compreensão das mulheres em situação de violência doméstica e familiar que buscam assistência jurídica via Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do norte, os avanços e limites a aplicação das medidas protetivas de urgência asseguradas na Lei Maria da Penha. O interesse pela temática surgiu a partir da experiência do estágio curricular não obrigatório em Serviço Social na Defensoria Pública do Estado. Do ponto de vista teórico-metodológico, buscamos apreender o objeto de estudo numa perspectiva de totalidade, considerando sua historicidade e contradições, a partir do método crítico dialético. A metodologia segue as orientações de uma pesquisa com abordagem qualitativa e contou com pesquisas bibliográfica e de campo. Nesta etapa, o instrumento de coleta de dados consistiu na entrevista semiestruturada com cinco (5) mulheres que possuem a Medida Protetiva de Urgência (MPU), assistidas pela Defensoria Pública. O objeto foi discutido no universo da reflexão crítica das relações patriarcais de gênero, situando a violência contra a mulher como expressão máxima das desigualdades entre os gêneros, no contexto da sociedade patriarcal e capitalista. Em síntese, conclui-se que no universo das mulheres entrevistadas há um forte desconhecimento quanto à Lei Maria da Penha, o que é bastante preocupante, uma vez que o verdadeiro acesso à Justiça implicaria no seu conhecimento, possibilitando à mulher em situação de violência utilizar os mecanismos que a referida lei dispõe e estabelece. Esse conhecer contribui, igualmente, para reafirmar a perspectiva dos direitos sociais que, muitas vezes, lhe são negados. Outro aspecto evidenciado mediante as entrevistas, é que as mulheres reafirmam, em suma, um mesmo sentimento: o de não se sentirem seguras com a medida protetiva. Para elas, trata-se de um mero documento que nada garante. Diante dessa realidade, é preciso que haja o fortalecimento da rede de atendimento as mulheres em situação de violência, que reúne ações e serviços da assistência social, justiça, segurança pública e saúde. Exige-se, portanto, políticas públicas e uma urgente mudança no plano da cultura machista e patriarcal. |
id |
UFRN_93bad039bc284d73dbe31d2ca4d57d59 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/36414 |
network_acronym_str |
UFRN |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRN |
repository_id_str |
|
spelling |
Souza, Juciara Gomes de MatosDiniz, Maria IlidianaSilva, Andreia LimaBrito, Crislane Sena deDiniz, Maria Ilidiana2018-09-14T23:20:19Z2021-09-20T18:38:53Z2018-09-14T23:20:19Z2021-09-20T18:38:53Z20182014081603SOUZA, Juciara Gomes de Matos. “Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN. 2018. 90f. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia), Departamento de Serviço Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/36414Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFRNBrasilServiço SocialViolência contra a mulherRelações patriarcais de gêneroMedidas protetivas de Urgência“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RNinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisEste trabalho tem como objetivo geral analisar a partir da compreensão das mulheres em situação de violência doméstica e familiar que buscam assistência jurídica via Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do norte, os avanços e limites a aplicação das medidas protetivas de urgência asseguradas na Lei Maria da Penha. O interesse pela temática surgiu a partir da experiência do estágio curricular não obrigatório em Serviço Social na Defensoria Pública do Estado. Do ponto de vista teórico-metodológico, buscamos apreender o objeto de estudo numa perspectiva de totalidade, considerando sua historicidade e contradições, a partir do método crítico dialético. A metodologia segue as orientações de uma pesquisa com abordagem qualitativa e contou com pesquisas bibliográfica e de campo. Nesta etapa, o instrumento de coleta de dados consistiu na entrevista semiestruturada com cinco (5) mulheres que possuem a Medida Protetiva de Urgência (MPU), assistidas pela Defensoria Pública. O objeto foi discutido no universo da reflexão crítica das relações patriarcais de gênero, situando a violência contra a mulher como expressão máxima das desigualdades entre os gêneros, no contexto da sociedade patriarcal e capitalista. Em síntese, conclui-se que no universo das mulheres entrevistadas há um forte desconhecimento quanto à Lei Maria da Penha, o que é bastante preocupante, uma vez que o verdadeiro acesso à Justiça implicaria no seu conhecimento, possibilitando à mulher em situação de violência utilizar os mecanismos que a referida lei dispõe e estabelece. Esse conhecer contribui, igualmente, para reafirmar a perspectiva dos direitos sociais que, muitas vezes, lhe são negados. Outro aspecto evidenciado mediante as entrevistas, é que as mulheres reafirmam, em suma, um mesmo sentimento: o de não se sentirem seguras com a medida protetiva. Para elas, trata-se de um mero documento que nada garante. Diante dessa realidade, é preciso que haja o fortalecimento da rede de atendimento as mulheres em situação de violência, que reúne ações e serviços da assistência social, justiça, segurança pública e saúde. Exige-se, portanto, políticas públicas e uma urgente mudança no plano da cultura machista e patriarcal.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTQuantas mulheres_Souza_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain219978https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/36414/1/Quantas%20mulheres_Souza_2018.pdf.txtb13e0c0d21a22aee091943106af4eb24MD51ORIGINALQuantas mulheres_Souza_2018.pdfMonografiaapplication/pdf1050439https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/36414/2/Quantas%20mulheres_Souza_2018.pdfd1074600080163b8487c621fd5161d14MD52LICENSElicense.txttext/plain756https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/36414/3/license.txta80a9cda2756d355b388cc443c3d8a43MD53123456789/364142021-09-20 15:38:54.087oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/36414PGNlbnRlcj48c3Ryb25nPlVOSVZFUlNJREFERSBGRURFUkFMIERPIFJJTyBHUkFOREUgRE8gTk9SVEU8L3N0cm9uZz48L2NlbnRlcj4KPGNlbnRlcj48c3Ryb25nPkJJQkxJT1RFQ0EgRElHSVRBTCBERSBNT05PR1JBRklBUzwvc3Ryb25nPjwvY2VudGVyPgoKPGNlbnRlcj5UZXJtbyBkZSBBdXRvcml6YcOnw6NvIHBhcmEgZGlzcG9uaWJpbGl6YcOnw6NvIGRlIE1vbm9ncmFmaWFzIGRlIEdyYWR1YcOnw6NvIGUgRXNwZWNpYWxpemHDp8OjbyBuYSBCaWJsaW90ZWNhIERpZ2l0YWwgZGUgTW9ub2dyYWZpYXMgKEJETSk8L2NlbnRlcj4KCk5hIHF1YWxpZGFkZSBkZSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBkYSBtb25vZ3JhZmlhLCBhdXRvcml6byBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRvIFJpbyBHcmFuZGUgZG8gTm9ydGUgKFVGUk4pIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgYXRyYXbDqXMgZGEgQmlibGlvdGVjYSBEaWdpdGFsIGRlIE1vbm9ncmFmaWFzIGRhIFVGUk4sIHNlbSByZXNzYXJjaW1lbnRvIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgZGUgYWNvcmRvIGNvbSBhIExlaSBuwrAgOTYxMC85OCwgbyB0ZXh0byBpbnRlZ3JhbCBkYSBvYnJhIHN1Ym1ldGlkYSBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkLCBhIHTDrXR1bG8gZGUgZGl2dWxnYcOnw6NvIGRhIHByb2R1w6fDo28gY2llbnTDrWZpY2EgYnJhc2lsZWlyYSwgYSBwYXJ0aXIgZGEgZGF0YSBkZXN0YSBzdWJtaXNzw6NvLiAKRepositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-09-20T18:38:54Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
dc.title.pr_BR.fl_str_mv |
“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN |
title |
“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN |
spellingShingle |
“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN Souza, Juciara Gomes de Matos Violência contra a mulher Relações patriarcais de gênero Medidas protetivas de Urgência |
title_short |
“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN |
title_full |
“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN |
title_fullStr |
“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN |
title_full_unstemmed |
“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN |
title_sort |
“Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN |
author |
Souza, Juciara Gomes de Matos |
author_facet |
Souza, Juciara Gomes de Matos |
author_role |
author |
dc.contributor.referees1.none.fl_str_mv |
Diniz, Maria Ilidiana |
dc.contributor.referees2.none.fl_str_mv |
Silva, Andreia Lima |
dc.contributor.referees3.none.fl_str_mv |
Brito, Crislane Sena de |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Souza, Juciara Gomes de Matos |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Diniz, Maria Ilidiana |
contributor_str_mv |
Diniz, Maria Ilidiana |
dc.subject.pr_BR.fl_str_mv |
Violência contra a mulher Relações patriarcais de gênero Medidas protetivas de Urgência |
topic |
Violência contra a mulher Relações patriarcais de gênero Medidas protetivas de Urgência |
description |
Este trabalho tem como objetivo geral analisar a partir da compreensão das mulheres em situação de violência doméstica e familiar que buscam assistência jurídica via Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do norte, os avanços e limites a aplicação das medidas protetivas de urgência asseguradas na Lei Maria da Penha. O interesse pela temática surgiu a partir da experiência do estágio curricular não obrigatório em Serviço Social na Defensoria Pública do Estado. Do ponto de vista teórico-metodológico, buscamos apreender o objeto de estudo numa perspectiva de totalidade, considerando sua historicidade e contradições, a partir do método crítico dialético. A metodologia segue as orientações de uma pesquisa com abordagem qualitativa e contou com pesquisas bibliográfica e de campo. Nesta etapa, o instrumento de coleta de dados consistiu na entrevista semiestruturada com cinco (5) mulheres que possuem a Medida Protetiva de Urgência (MPU), assistidas pela Defensoria Pública. O objeto foi discutido no universo da reflexão crítica das relações patriarcais de gênero, situando a violência contra a mulher como expressão máxima das desigualdades entre os gêneros, no contexto da sociedade patriarcal e capitalista. Em síntese, conclui-se que no universo das mulheres entrevistadas há um forte desconhecimento quanto à Lei Maria da Penha, o que é bastante preocupante, uma vez que o verdadeiro acesso à Justiça implicaria no seu conhecimento, possibilitando à mulher em situação de violência utilizar os mecanismos que a referida lei dispõe e estabelece. Esse conhecer contribui, igualmente, para reafirmar a perspectiva dos direitos sociais que, muitas vezes, lhe são negados. Outro aspecto evidenciado mediante as entrevistas, é que as mulheres reafirmam, em suma, um mesmo sentimento: o de não se sentirem seguras com a medida protetiva. Para elas, trata-se de um mero documento que nada garante. Diante dessa realidade, é preciso que haja o fortalecimento da rede de atendimento as mulheres em situação de violência, que reúne ações e serviços da assistência social, justiça, segurança pública e saúde. Exige-se, portanto, políticas públicas e uma urgente mudança no plano da cultura machista e patriarcal. |
publishDate |
2018 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2018-09-14T23:20:19Z 2021-09-20T18:38:53Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2018-09-14T23:20:19Z 2021-09-20T18:38:53Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.pr_BR.fl_str_mv |
2014081603 |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
SOUZA, Juciara Gomes de Matos. “Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN. 2018. 90f. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia), Departamento de Serviço Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/36414 |
identifier_str_mv |
2014081603 SOUZA, Juciara Gomes de Matos. “Quantas mulheres não já morreram com um papel na mão?”: uma análise sobre os avanços e limites da aplicabilidade das medidas protetivas de urgência garantidas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Natal-RN. 2018. 90f. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia), Departamento de Serviço Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018. |
url |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/36414 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFRN |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Serviço Social |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRN instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) instacron:UFRN |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
instacron_str |
UFRN |
institution |
UFRN |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRN |
collection |
Repositório Institucional da UFRN |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/36414/1/Quantas%20mulheres_Souza_2018.pdf.txt https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/36414/2/Quantas%20mulheres_Souza_2018.pdf https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/36414/3/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
b13e0c0d21a22aee091943106af4eb24 d1074600080163b8487c621fd5161d14 a80a9cda2756d355b388cc443c3d8a43 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1814832648903720960 |