Barragens, lugares e resistências: o processo de deslocamento da comunidade Barra de Santana, Jucurutu/RN
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49962 |
Resumo: | A chegada de um projeto de barragem é imbuída de conteúdos que se misturam em um contexto socioespacial peculiar: a retirada de uma população do seu lugar para o enchimento do reservatório a ser construído. Dentro desse cenário as noções de território, poder, experiência e lugar ganham relevo para a compreensão dos laços que foram construídos por essas pessoas com o seu espaço e as estratégias que foram traçadas, pelo coletivo, na luta por direitos. O objetivo do presente trabalho é discutir a construção da Barragem de Oiticica e a dinâmica das lutas implementadas pela comunidade de Barra de Santana no município de Jucurutu - Rio Grande do Norte. Nesse intento, as ideias de Bonnemaison e Cambrezy (1996), Dardel (2015), Raffestin (1980) e Relph (1976) embasam a leitura do fenômeno através do olhar geográfico. Enquanto os trabalhos de Germani (1982), Sigaud (1986, 1986) e Vainer e Araújo (1990) se consagraram como referências basilares para acessar os conteúdos relevantes na análise de construção de barragens a nível nacional. O que já foi estudado sobre os processos de reassentamento comunitários evidencia a falta de compromisso dos responsáveis pelas obras com os direitos humanos e a legislação ambiental. Carregados pelo discurso do progresso econômico, os projetos de barragens alimentam a esperança das populações atingidas com promessas de melhoria na vida dessas pessoas. Contudo, em todos os momentos históricos, os lugares inundados pelas barragens recebem apenas os passivos do progresso econômico prometido. Os benefícios das obras têm como destino outros lugares, ou não são operacionalizados com objetivos de melhorar a vida de todos. Portanto, não dá para encarar as injustiças que já foram cometidas e aquelas que ainda tentam ser impostas às comunidades como elementos inerentes aos projetos de construção de barragens. No contexto específico de Barra de Santana a realização de revisão bibliográfica, pesquisa por imagens das manifestações, entrevistas com os moradores e a confecção de uma cartografia mental-afetiva, possibilitou a compreensão do que foi vivenciado pelos moradores entre os anos de 2013 a 2022. Ao conseguirem tomar o controle da narrativa para si, os moradores de Barra de Santana batalharam pelas conquistas necessárias para um reassentamento mais digno e a certeza de terem nas próprias mãos o destino do seu futuro coletivo. |
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Dentro desse cenário as noções de território, poder, experiência e lugar ganham relevo para a compreensão dos laços que foram construídos por essas pessoas com o seu espaço e as estratégias que foram traçadas, pelo coletivo, na luta por direitos. O objetivo do presente trabalho é discutir a construção da Barragem de Oiticica e a dinâmica das lutas implementadas pela comunidade de Barra de Santana no município de Jucurutu - Rio Grande do Norte. Nesse intento, as ideias de Bonnemaison e Cambrezy (1996), Dardel (2015), Raffestin (1980) e Relph (1976) embasam a leitura do fenômeno através do olhar geográfico. Enquanto os trabalhos de Germani (1982), Sigaud (1986, 1986) e Vainer e Araújo (1990) se consagraram como referências basilares para acessar os conteúdos relevantes na análise de construção de barragens a nível nacional. O que já foi estudado sobre os processos de reassentamento comunitários evidencia a falta de compromisso dos responsáveis pelas obras com os direitos humanos e a legislação ambiental. Carregados pelo discurso do progresso econômico, os projetos de barragens alimentam a esperança das populações atingidas com promessas de melhoria na vida dessas pessoas. Contudo, em todos os momentos históricos, os lugares inundados pelas barragens recebem apenas os passivos do progresso econômico prometido. Os benefícios das obras têm como destino outros lugares, ou não são operacionalizados com objetivos de melhorar a vida de todos. Portanto, não dá para encarar as injustiças que já foram cometidas e aquelas que ainda tentam ser impostas às comunidades como elementos inerentes aos projetos de construção de barragens. No contexto específico de Barra de Santana a realização de revisão bibliográfica, pesquisa por imagens das manifestações, entrevistas com os moradores e a confecção de uma cartografia mental-afetiva, possibilitou a compreensão do que foi vivenciado pelos moradores entre os anos de 2013 a 2022. Ao conseguirem tomar o controle da narrativa para si, os moradores de Barra de Santana batalharam pelas conquistas necessárias para um reassentamento mais digno e a certeza de terem nas próprias mãos o destino do seu futuro coletivo.The arrival of a dam project is imbued with contents that blend into a peculiar sociospatial context: the removal of a population from its place for the filling of the reservoir to be built. Within this scenario, the notions of territory, power, experience, and place gain relevance for the understanding of the ties that were built by these people with their space and the strategies that were outlined, by the collective, in the struggle for rights. The objective of this paper is to discuss the construction of the Oiticica Dam and the dynamics of the struggles implemented by the community of Barra de Santana in the municipality of Jucurutu - Rio Grande do Norte. In this endeavor, the ideas of Bonnemaison and Cambrezy (1996), Dardel (2015), Raffestin (1980) and Relph (1976) support the reading of the phenomenon through a geographical perspective. The works of Germani (1982), Sigaud (1986, 1986) and Vainer and Araújo (1990) have been established as basic references for accessing relevant content in the analysis of dam construction at the national level. What has already been studied on community resettlement processes shows the lack of commitment of those responsible for the works with human rights and environmental legislation. Driven by the discourse of economic progress, dam projects nurture the hopes of the affected populations with promises of improvement in their lives. However, in all historical moments, the places flooded by dams receive only the liabilities of the promised economic progress. The benefits are destined for other places, or are not thought of in a way that improves everyone's lives. Therefore, it is not possible to face the injustices that have already been committed and those that are still being imposed on the communities as inherent elements of the dam projects. In the specific context of Barra de Santana, the literature review, image research of the manifestations, interviews with the residents, and the elaboration of a mental-affective cartography made it possible to understand what was experienced by the residents between the years 2013 and 2022. By managing to take control of the narrative for themselves, the Barra de Santana residents fought for the necessary achievements for a more dignified resettlement and the certainty of having the destiny of their collective future in their own hands.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIABarragem de OiticicaMovimento dos atingidos por barragensTerritórios simbólicosBarragens, lugares e resistências: o processo de deslocamento da comunidade Barra de Santana, Jucurutu/RNinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALBarragenslugaresresistencias_SilvaBisneto_2022.pdfapplication/pdf5668317https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/49962/1/Barragenslugaresresistencias_SilvaBisneto_2022.pdff122f6ec167ec27818b411f05146dc56MD51123456789/499622022-12-02 12:41:34.948oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/49962Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-12-02T15:41:34Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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