As rosas da resistência nascem no asfalto: uma análise da violência cometida contra as mulheres trans durante o governo Bolsonaro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Maria Aparecida do Nascimento
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47115
Resumo: O trabalho ora apresentado teve como objetivo analisar a violência contra as mulheres trans durante o governo Bolsonaro. Para tanto teve como objetivos específicos: analisar as especificidades da violência cometida contra as mulheres Trans brasileiras em relação às mulheres cis; analisar as estratégias e limites das políticas de combate à violência contra a população LGBTI+ durante o governo Bolsonaro; identificar e analisar as ações de resistência das mulheres Trans durante os dois primeiros anos do governo Bolsonaro. O estudo fez uso de abordagem qualitativa, constituindo-se em um estudo documental e bibliográfico, por meio de consulta e análise da legislação, documentos, sites, livros e revistas especializadas acerca do nosso objeto de estudo, na busca de responder às questões colocadas pela pesquisa. Entre os documentos analisados estão: os relatórios dos anos de 2019 e 2020 do Grupo Gay da Bahia (GGB) que analisa os crimes de violência contra a população LGBTI+ brasileira; os Dossiês dos assassinatos e violência contra Travestis e Transexuais brasileiras no ano de 2019 e 2020, de autoria da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e os relatórios do Anuário Brasileiro de Segurança Pública produzidos durante o governo Bolsonaro que tratem da violência contra a mulher. Os dados demonstram que houve um aumento no número de asssassinatos das mulheres trans em 2020 no comparativo ao ano de 2019. Constatamos que 78% das mulheres trans vítimas de morte violenta são negras ou pardas. Enquanto em 2020, 71,5% dos transfeminicídios ocorreram em locais públicos, 54% dos feminicídios ocorreram nas residências das vítimas. Em 72% dos casos o agresssor das mulheres trans era seu cliente, mas no caso das mulheres cis, 54% dos assassinatos ocorreram em suas residências, tendo como o seu agressor em 81,5% dos casos os seus companheiros. Em relação às armas utilizadas, enquanto 55,1% dos feminicídios ocorridos em 2020 foram utilizadas “ armas brancas”, nos tranfeminicídios em igual período, foram utilizados em 47% dos casos armas de fogo. Conclui-se portanto, que a violência contra as mulheres trans tem se intensificado durante o governo Bolsonaro e que existem especificidades em relação à violência cometida contra as mulheres cis.
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Para tanto teve como objetivos específicos: analisar as especificidades da violência cometida contra as mulheres Trans brasileiras em relação às mulheres cis; analisar as estratégias e limites das políticas de combate à violência contra a população LGBTI+ durante o governo Bolsonaro; identificar e analisar as ações de resistência das mulheres Trans durante os dois primeiros anos do governo Bolsonaro. O estudo fez uso de abordagem qualitativa, constituindo-se em um estudo documental e bibliográfico, por meio de consulta e análise da legislação, documentos, sites, livros e revistas especializadas acerca do nosso objeto de estudo, na busca de responder às questões colocadas pela pesquisa. Entre os documentos analisados estão: os relatórios dos anos de 2019 e 2020 do Grupo Gay da Bahia (GGB) que analisa os crimes de violência contra a população LGBTI+ brasileira; os Dossiês dos assassinatos e violência contra Travestis e Transexuais brasileiras no ano de 2019 e 2020, de autoria da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e os relatórios do Anuário Brasileiro de Segurança Pública produzidos durante o governo Bolsonaro que tratem da violência contra a mulher. Os dados demonstram que houve um aumento no número de asssassinatos das mulheres trans em 2020 no comparativo ao ano de 2019. Constatamos que 78% das mulheres trans vítimas de morte violenta são negras ou pardas. Enquanto em 2020, 71,5% dos transfeminicídios ocorreram em locais públicos, 54% dos feminicídios ocorreram nas residências das vítimas. Em 72% dos casos o agresssor das mulheres trans era seu cliente, mas no caso das mulheres cis, 54% dos assassinatos ocorreram em suas residências, tendo como o seu agressor em 81,5% dos casos os seus companheiros. Em relação às armas utilizadas, enquanto 55,1% dos feminicídios ocorridos em 2020 foram utilizadas “ armas brancas”, nos tranfeminicídios em igual período, foram utilizados em 47% dos casos armas de fogo. Conclui-se portanto, que a violência contra as mulheres trans tem se intensificado durante o governo Bolsonaro e que existem especificidades em relação à violência cometida contra as mulheres cis.Ce travail a eu le but d’analyser la violence faite aux femmes transsexuelles sous le gouvernement Bolsonaro. Il a eu pour objectifs spécifiques : d’analyser les spécificités de la violence aux femmes transsexuelles brésiliennes en comparaison aux femmes cisgenre ; d’analyser les stratégies et les limites des politiques de combat à la violence faite à la population LGBTI+ sous le gouvernement Bolsonaro ; d’identifier et analyser les actions de résistance des femmes transsexuelles au cours des deux premières années du gouvernement Bolsonaro. L’étude a utilisé une approche qualitative, en constituant d’une étude documentaire et bibliographique pour chercher et analyser la législation, des documents, des sites Web, des livres et des magazines spécialisés sur notre objet d’étude pour répondre aux questions posées par la recherche. Parmi les documents analysés figurent : les rapports des années 2019 et 2020 du Grupo Gay da Bahia (GGB), qui analyse les crimes de violence à la population LGBTI+ brésilienne ; les dossiers sur les meurtres et la violence aux travestis et transsexuelles brésiliennes en 2019 et 2020 par l’ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) et les rapports de l’Annuaire Brésilien de la Sécurité Publique produits sous le gouvernement Bolsonaro sur la violence aux femmes. Les données montrent qu’il y a eu une augmentation du nombre de meurtres des femmes transsexuelles en 2019 par rapport à 2020. Nous avons constaté que 78% des femmes transsexuelles victimes de mort violente sont noires ou métisses. Alors qu’en 2020 71,5% des transfémicides ont eu lieu dans les lieux publics, 54% des fémicides ont eu lieu dans la résidence des victimes. Dans 72% des cas, l’agresseur des femmes transsexuelles était leur client, mais dans le cas des femmes cisgenres, 54% des meurtres ont eu lieu à leur domicile et leur agresseur était leur conjoint en 81,5% des cas. En ce qui concerne les armes utilisées, des « armes blanches » ont été utilisées en 55,1% des fémicides en 2020, lorsque des armes à feu ont été utilisées en 47% des cas des transfémicides de la même période. Il est donc conclu que la violence aux femmes transsexuelles s’est intensifiée sous le gouvernement Bolsonaro et qu’il y a des spécificités par rapport à la violence faite aux femmes cisgenres.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIALUFRNBrasilMulheres transViolência contra as mulheresRelações patriarcais de gêneroGoverno BolsonaroAs rosas da resistência nascem no asfalto: uma análise da violência cometida contra as mulheres trans durante o governo Bolsonaroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALRosasresistencianascem_Silva_2021.pdfapplication/pdf2731330https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/47115/1/Rosasresistencianascem_Silva_2021.pdfd18ff289c3dbaa118adf15d3e79e1f3fMD51123456789/471152022-05-05 19:31:15.909oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/47115Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-05T22:31:15Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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