A face vitimada: morbidade entre mulheres atendidas em serviços sentinelas no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Flávia Christiane de Azevedo
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Costa, Anna Paula Serejo da, Ferreira, Maria Ângela Fernandes
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55209
Resumo: Introdução: Mulheres têm sido subjugadas pela violência em prol da identidade machista e domínio viril do homem. Objetivo: analisar os atendimentos de emergência em mulheres vítimas de violência na região de cabeça e pescoço. Metodologia: Análise de dados do inquérito de Vigilância e Acidentes em 25 capitais e no Distrito Federal no ano de 2011 por meio de amostra de 351 atendimentos de mulheres entre 15 e 49 anos em relação à ocorrência de violência na região de cabeça e pescoço. Resultados: A ocorrência da violência foi predominante em mulheres pretas (70,8%),jovens (68,3% 20-29 anos)e com pouca escolaridade (< 8 anos de estudo), sendo mais frequentes no domicílio (45,5%), cometida de forma intencional (86,9%) por um agressor do sexo masculino (77,4%), identificado como parceiro ou ex-parceiro íntimo (44,5%), sendo aface (87,0%) a região de cabeça/pescoço mais atingida. Conclusões:A violência contra a mulher perpassa a discussão das desigualdades de gênero, interseccionalidade e capital social. O importante não é o gênero em si, mas a junção do gênero, raça e classe socioeconômica. Isto requer políticas públicas intersetoriais e mobilização social em prol do capital social. Para tanto, o modelo de Redes de Atenção, com a consequente multiprofissionalidade, intersetorialidade e transdisciplinaridade é fundamental. Isto pressupõe, inclusive, a maior inserção do cirurgião-dentista na identificação e acolhimento das vítimas para posteriores encaminhamentos
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Metodologia: Análise de dados do inquérito de Vigilância e Acidentes em 25 capitais e no Distrito Federal no ano de 2011 por meio de amostra de 351 atendimentos de mulheres entre 15 e 49 anos em relação à ocorrência de violência na região de cabeça e pescoço. Resultados: A ocorrência da violência foi predominante em mulheres pretas (70,8%),jovens (68,3% 20-29 anos)e com pouca escolaridade (< 8 anos de estudo), sendo mais frequentes no domicílio (45,5%), cometida de forma intencional (86,9%) por um agressor do sexo masculino (77,4%), identificado como parceiro ou ex-parceiro íntimo (44,5%), sendo aface (87,0%) a região de cabeça/pescoço mais atingida. Conclusões:A violência contra a mulher perpassa a discussão das desigualdades de gênero, interseccionalidade e capital social. O importante não é o gênero em si, mas a junção do gênero, raça e classe socioeconômica. Isto requer políticas públicas intersetoriais e mobilização social em prol do capital social. Para tanto, o modelo de Redes de Atenção, com a consequente multiprofissionalidade, intersetorialidade e transdisciplinaridade é fundamental. Isto pressupõe, inclusive, a maior inserção do cirurgião-dentista na identificação e acolhimento das vítimas para posteriores encaminhamentosIntroduction:Women have been subjugated by violence in favor of the male identity and virile dominance of men. Objective:to analyze emergency care for women victims of violence in the head and neck region. Methodology:Analysis of data from the Surveillance and Accident Survey in 25 state capitals and the Federal District in 2011 througha sample of 351 visits to women between 15 and 49 years old regarding the occurrence of violence in the head and neck region. Results:The occurrence of violence was predominant in black women (70.8%), young (68.3% 20-29 years) and with little schooling (< 8 years of study), being more frequent at home (45.5 %), committed intentionally (86.9%) by a male aggressor (77.4%), identified as a partner or former intimate partner (44.5%), with the face (87.0%) the most affected head/neck region. Conclusions:Violence against women permeates the discussion of gender inequalities, intersectionality and social capital. What is important is not gender per se, but the combination of gender, race and socioeconomic class. This requires intersectoral public policies and social mobilization in favor of social capital. Therefore, the model of Care Networks, with the consequent multiprofessionality, intersectoriality and transdisciplinarity is fundamental. This presupposes, including, greater involvement of the dental surgeon in the identification and reception of victims for subsequent referralsRevista Ciência Pluralhttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessviolência domésticafacemorbidadefemininodomestic violencemorbidityfemaleA face vitimada: morbidade entre mulheres atendidas em serviços sentinelas no BrasilThe face victimized: morbidity between women incoming in sentinel service in BrazilEl rostro victimizado: morbilidad entre mujeres atendidas en servicios de centinela en Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALFaceVitimadaMorbidade_Machado_2023.pdfFaceVitimadaMorbidade_Machado_2023.pdfapplication/pdf809275https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/55209/1/FaceVitimadaMorbidade_Machado_2023.pdf7f13f4b5d03f41c1bf3196746c6503d3MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81484https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/55209/2/license.txte9597aa2854d128fd968be5edc8a28d9MD52123456789/552092023-11-08 14:12:44.628oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/55209Tk9OLUVYQ0xVU0lWRSBESVNUUklCVVRJT04gTElDRU5TRQoKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIGRlbGl2ZXJpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBNci4gKGF1dGhvciBvciBjb3B5cmlnaHQgaG9sZGVyKToKCgphKSBHcmFudHMgdGhlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIFJpbyBHcmFuZGUgZG8gTm9ydGUgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgb2YKcmVwcm9kdWNlLCBjb252ZXJ0IChhcyBkZWZpbmVkIGJlbG93KSwgY29tbXVuaWNhdGUgYW5kIC8gb3IKZGlzdHJpYnV0ZSB0aGUgZGVsaXZlcmVkIGRvY3VtZW50IChpbmNsdWRpbmcgYWJzdHJhY3QgLyBhYnN0cmFjdCkgaW4KZGlnaXRhbCBvciBwcmludGVkIGZvcm1hdCBhbmQgaW4gYW55IG1lZGl1bS4KCmIpIERlY2xhcmVzIHRoYXQgdGhlIGRvY3VtZW50IHN1Ym1pdHRlZCBpcyBpdHMgb3JpZ2luYWwgd29yaywgYW5kIHRoYXQKeW91IGhhdmUgdGhlIHJpZ2h0IHRvIGdyYW50IHRoZSByaWdodHMgY29udGFpbmVkIGluIHRoaXMgbGljZW5zZS4gRGVjbGFyZXMKdGhhdCB0aGUgZGVsaXZlcnkgb2YgdGhlIGRvY3VtZW50IGRvZXMgbm90IGluZnJpbmdlLCBhcyBmYXIgYXMgaXQgaXMKdGhlIHJpZ2h0cyBvZiBhbnkgb3RoZXIgcGVyc29uIG9yIGVudGl0eS4KCmMpIElmIHRoZSBkb2N1bWVudCBkZWxpdmVyZWQgY29udGFpbnMgbWF0ZXJpYWwgd2hpY2ggZG9lcyBub3QKcmlnaHRzLCBkZWNsYXJlcyB0aGF0IGl0IGhhcyBvYnRhaW5lZCBhdXRob3JpemF0aW9uIGZyb20gdGhlIGhvbGRlciBvZiB0aGUKY29weXJpZ2h0IHRvIGdyYW50IHRoZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gR3JhbmRlIGRvIE5vcnRlIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdCB0aGlzIG1hdGVyaWFsIHdob3NlIHJpZ2h0cyBhcmUgb2YKdGhpcmQgcGFydGllcyBpcyBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZpZWQgYW5kIHJlY29nbml6ZWQgaW4gdGhlIHRleHQgb3IKY29udGVudCBvZiB0aGUgZG9jdW1lbnQgZGVsaXZlcmVkLgoKSWYgdGhlIGRvY3VtZW50IHN1Ym1pdHRlZCBpcyBiYXNlZCBvbiBmdW5kZWQgb3Igc3VwcG9ydGVkIHdvcmsKYnkgYW5vdGhlciBpbnN0aXR1dGlvbiBvdGhlciB0aGFuIHRoZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gR3JhbmRlIGRvIE5vcnRlLCBkZWNsYXJlcyB0aGF0IGl0IGhhcyBmdWxmaWxsZWQgYW55IG9ibGlnYXRpb25zIHJlcXVpcmVkIGJ5IHRoZSByZXNwZWN0aXZlIGFncmVlbWVudCBvciBhZ3JlZW1lbnQuCgpUaGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZG8gUmlvIEdyYW5kZSBkbyBOb3J0ZSB3aWxsIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZnkgaXRzIG5hbWUgKHMpIGFzIHRoZSBhdXRob3IgKHMpIG9yIGhvbGRlciAocykgb2YgdGhlIGRvY3VtZW50J3MgcmlnaHRzCmRlbGl2ZXJlZCwgYW5kIHdpbGwgbm90IG1ha2UgYW55IGNoYW5nZXMsIG90aGVyIHRoYW4gdGhvc2UgcGVybWl0dGVkIGJ5CnRoaXMgbGljZW5zZQo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2023-11-08T17:12:44Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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