A narrativa imagética e sonora em Amorteamo (2015)

• Autor(a) principal: Souza, Carla Patrícia Oliveira de
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31974
• topic: Minissérie; Expressionismo alemão; Narrativa fantástica; Melodrama; Semiótica da cultura

Esta pesquisa se propõe a estudar as ficções seriadas televisivas, sobretudo as que contêm elementos fantásticos na sua narrativa. Dessa maneira, selecionamos a minissérie Amorteamo (2015), de direção geral de Flávia Lacerda e veiculada pela Rede Globo de Televisão, como nosso objeto de estudo. Essa minissérie foi inspirada livremente na obra Assombrações do Recife Velho (2008), de Gilberto Freyre, e em outras fontes, como o filme em stop motion A noiva cadáver (2005), de Tim Burton. Refletimos sobre Amorteamo a partir dos principais elementos que compõem essa narrativa sobrenatural ambientada no Nordeste: a lenda tradicional e a sua circulação na contemporaneidade, o melodrama e a literatura fantástica são abordados, bem como a estética e a musicalidade das cenas. O expressionismo alemão é o conceito visual trabalhado na obra, representado nos cenários disformes e desgastados e também no figurino dos personagens. O som é enaltecido na obra audiovisual por meio das cenas musicadas, por isso instauramos uma compreensão sobre o imbricamento presente entre as imagens expressionistas e a sonoridade de Amorteamo. Para realizar tal interpretação, buscamos a semiótica da cultura de origem russa, representada pelo linguista Iúri Lótman (1996) e pela pesquisadora brasileira Irene Machado (2003), uma vez que essa teoria nos fornece categorias de análise que nos permitem discutir toda a simbologia presente nas imagens e nos sons da minissérie. A tese que norteará a pesquisa em Amorteamo busca pensar a construção de sentidos que exalam dos sistemas semióticos da cultura na narrativa imagética e sonora, especialmente os que dialogam com a dicotomia vida e morte. No nosso percurso interpretativo, somadas a dos autores já citados, utilizamos principalmente as contribuições teóricas dos semioticistas Ramos (2007), Américo (2017), além de Todorov (2006), Propp (1984), Greimas (1973), Eisner (1985), Lira (2013), Chion (2016), Rodriguez (2006), Lurie (1997) e Leite e Guerra (2002).