A possibilidade da felicidade em Schopenhauer
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23144 |
Resumo: | O presente trabalho tem por objetivo analisar a noção e a possibilidade da felicidade proposta pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer. Esta pesquisa é feita a partir do estudo dos escritos do próprio filósofo, especialmente as obras O mundo como vontade e como representação, tomo 1, e Aforismos para a sabedoria de vida. Também recorremos a alguns dos comentadores que, na tradição brasileira de estudos schopenhauerianos, abordam tal temática. Considerando o pensamento de Schopenhauer, este estudo traz uma análise sobre o entendimento de que a vida é sofrimento, investiga sobre a felicidade com a satisfação dos desejos, aborda a questão da superação do sofrimento pela negação da Vontade e discorre sobre a felicidade com a sabedoria de vida. O filósofo postula que todos estão sofrendo em qualquer situação que se encontrem: viver é sofrer. A fonte do sofrimento interminável é a essência em si do mundo, essência essa que Schopenhauer compreende como sendo a Vontade. Segundo o filósofo, a Vontade é uma essência autodiscordante, insaciável que expressa esse caráter conflituoso em cada indivíduo. Dessa forma, o sofrimento é uma expressão da Vontade. O sofrimento é a travação da Vontade, travação essa em que a Vontade impede a si mesma de realizar seus fins nos indivíduos. No entanto, podemos perceber uma superação do sofrimento pelo acontecimento da negação da Vontade, acontecimento esse em que a Vontade, em alguns indivíduos, prefere não mais afirmar a vida mediante a renúncia aos prazeres. Também podemos perceber a possibilidade de atingir uma vida agradável e feliz, vida essa que é entendida como uma vida sábia. Deste modo, surge a questão de compreender prováveis noções de felicidade, bem como a possibilidade de ser feliz na filosofia de Schopenhauer, já que, mesmo compreendendo a vida como continuo padecimento, o filósofo apresenta condições indicativas de felicidade. E o que podemos observar é que a felicidade é entendida de modo negativo, ou seja, é apenas ausência momentânea do sofrimento. Em Schopenhauer não existe felicidade como aquisição de contentamento, prazer. Podemos perceber ainda um estado de superação do sofrimento com a negação da Vontade, estado esse em que o sujeito se torna indiferente a todo padecimento. E também podemos perceber que mediante o conhecimento da sabedoria de vida, que é o caráter adquirido, as pessoas conquistam um aprendizado de como pode se conduzir na vida possibilitando viver de forma o menos infeliz possível. Esse modo de viver consiste na felicidade apresentada na eudemonologia do filósofo. Esta felicidade da eudemonologia é a que é passível de ser alcançada de forma prolongada segundo Schopenhauer. |
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Também recorremos a alguns dos comentadores que, na tradição brasileira de estudos schopenhauerianos, abordam tal temática. Considerando o pensamento de Schopenhauer, este estudo traz uma análise sobre o entendimento de que a vida é sofrimento, investiga sobre a felicidade com a satisfação dos desejos, aborda a questão da superação do sofrimento pela negação da Vontade e discorre sobre a felicidade com a sabedoria de vida. O filósofo postula que todos estão sofrendo em qualquer situação que se encontrem: viver é sofrer. A fonte do sofrimento interminável é a essência em si do mundo, essência essa que Schopenhauer compreende como sendo a Vontade. Segundo o filósofo, a Vontade é uma essência autodiscordante, insaciável que expressa esse caráter conflituoso em cada indivíduo. Dessa forma, o sofrimento é uma expressão da Vontade. O sofrimento é a travação da Vontade, travação essa em que a Vontade impede a si mesma de realizar seus fins nos indivíduos. No entanto, podemos perceber uma superação do sofrimento pelo acontecimento da negação da Vontade, acontecimento esse em que a Vontade, em alguns indivíduos, prefere não mais afirmar a vida mediante a renúncia aos prazeres. Também podemos perceber a possibilidade de atingir uma vida agradável e feliz, vida essa que é entendida como uma vida sábia. Deste modo, surge a questão de compreender prováveis noções de felicidade, bem como a possibilidade de ser feliz na filosofia de Schopenhauer, já que, mesmo compreendendo a vida como continuo padecimento, o filósofo apresenta condições indicativas de felicidade. E o que podemos observar é que a felicidade é entendida de modo negativo, ou seja, é apenas ausência momentânea do sofrimento. Em Schopenhauer não existe felicidade como aquisição de contentamento, prazer. Podemos perceber ainda um estado de superação do sofrimento com a negação da Vontade, estado esse em que o sujeito se torna indiferente a todo padecimento. E também podemos perceber que mediante o conhecimento da sabedoria de vida, que é o caráter adquirido, as pessoas conquistam um aprendizado de como pode se conduzir na vida possibilitando viver de forma o menos infeliz possível. Esse modo de viver consiste na felicidade apresentada na eudemonologia do filósofo. Esta felicidade da eudemonologia é a que é passível de ser alcançada de forma prolongada segundo Schopenhauer.The aim of this work is to analyze the notion and possibility of happiness proposed by German philosopher Arthur Schopenhauer. This research is based on a study of his writings, especially The World as Will and Representation, volume 1, and Aphorisms on the Wisdom of Life. It also considers some critics from the Brazilian tradition of Schopenhauer studies. Proceeding from Schopenhauer’s thinking, this study offers an analysis of the understanding that life is suffering, investigates happiness through the satisfaction of desires, addresses the question of overcoming suffering through denial of the Will, and discusses happiness vis-à-vis the wisdom of life. The philosopher postulates that everyone suffers in whichever situation they find themselves: for, to live is to suffer. The source of endless suffering is the essence of the world itself; and it is this essence that Schopenhauer understands as the Will. According to him, the Will is a self-discordant, insatiable essence; and this conflicting characteristic expresses itself in each individual. Therefore, suffering is a manifestation of the Will. It is the halting of the Will, a blockage in which the Will prevents itself from achieving its ends in individuals. However, we can realize the overcoming of suffering by denial of the Will, an act by which some individuals no longer choose to affirm life through the renunciation of pleasure. We can also identify the possibility of achieving a happy and pleasant life, one that is understood as wise. Thus arises the question of understanding prospective notions of happiness, as well as the possibility of being happy in Schopenhauer’s philosophy, since even though he understands life as continuous affliction, he presents conditions that are indicative of happiness. Moreover, we can observe that happiness is understood in a negative way, that is, it is just the momentary absence of suffering. According to Schopenhauer, happiness does not appear as the acquisition of contentment or pleasure. We can still observe a state of overcoming suffering through denial of the Will, a state in which the individual becomes indifferent to all ailments. Further, we can realize that through knowledge of the wisdom of life, which is an acquisition of a character, people gain an understanding of how to behave in their lives, thereby allowing them to live as minimally unhappily as possible. This way of living produces the happiness presented in Schopenhauer’s eudemonology, according to which happiness is something that can be achieved in a processual way.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAVontadeFelicidadeNegação da vontadeSabedoria de vidaA possibilidade da felicidade em Schopenhauerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALSimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdfSimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdfapplication/pdf762877https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23144/1/SimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdf6a1baf31e861e5ec7ac12e317b4aa3acMD51TEXTSimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdf.txtSimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain235267https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23144/4/SimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdf.txt801ecff557843d9bf47d3aed1e901ebbMD54THUMBNAILSimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdf.jpgSimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg1736https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23144/5/SimiaoSeverinoPamplona_DISSERT.pdf.jpgca63860677c1ef1e4ef2836f6247c3ceMD55123456789/231442017-11-03 18:38:22.247oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/23144Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-03T21:38:22Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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