Ação grupal com mulheres-mães universitárias como estratégia de promoção de saúde mental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Marcella Sandim Couto Greco
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14417
Resumo: As mulheres, na pós-modernidade, têm buscado ocupar espaços sociais que não reduzam a sua realização pessoal à criação dos filhos. Nessa perspectiva, ser mulher-mãe em contexto universitário acarreta o desafio de conciliar diferentes demandas em meio a exigências socioculturais e pessoais de uma maternidade e uma prática acadêmica idealizadas. Este trabalho teve por objetivo refletir sobre situações de vulnerabilização ao sofrimento psíquico e fortalecer fatores de proteção psicossocial a partir do desenvolvimento de um programa grupal, de caráter psicoeducativo e emancipatório, voltado para a proteção e promoção à saúde mental de mães universitárias. Trata-se de uma pesquisa-intervenção com implicação das sujeitas na construção do campo investigado. Dezoito discentes de cursos de graduação e de pós-graduação, de universidades públicas e privadas, com filhos de até 5 anos, foram organizadas em dois grupos, compostos por 8 e 10 integrantes. Ao todo, com cada grupo, foram realizados sete encontros norteados por temas geradores, em que se buscou favorecer o diálogo e a construção de um espaço coletivo para reflexões conjuntas e trocas de experiências. Com vistas a complementar e contextualizar as narrativas obtidas ao longo do processo grupal, as mulheres participaram previamente de uma entrevista semiestruturada e, ao encerramento dos encontros, responderam a dois questionários para avaliação das experiências em grupo, um deles com aplicação coletiva e o outro de modo individual. As narrativas registradas no decorrer do compartilhamento de perspectivas e experiências convergiram para a insegurança percebida em “ser mulher”, considerando as desigualdades de gênero, e para as repercussões socioemocionais relacionadas ao desafio de vivenciar às demandas e cobranças sociais do papel materno em conjunto com às exigências das práticas acadêmicas e/ou profissionais. Outros pontos marcantes no relato das participantes foram histórico de depressão ou transtorno de ansiedade; pouca ou nenhuma rede de apoio, sobretudo nos casos de maternidade solo e de residirem distante da família; assédio institucional; e condições financeiras ou de saúde desfavoráveis para a gestão de suas atividades. As participantes destacaram a relevância das práticas grupais para discussão sobre o ser mulher-mãe em contexto universitário e sugeriram que estas ações sejam inseridas nas IES como modo de proteção à saúde mental das discentes e de fortalecimento de suas redes de apoio. Ao propiciar espaços de conscientização, reflexão e construção conjunta de enfrentamento a situações vulnerabilizantes, o estudo mostrou a importância de se compreender a miríade de fatores que afetam a saúde mental de mulheres-mães e de promover ações capazes de minimizar desigualdades de gênero, bem como de legitimar seus projetos de vida.
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Este trabalho teve por objetivo refletir sobre situações de vulnerabilização ao sofrimento psíquico e fortalecer fatores de proteção psicossocial a partir do desenvolvimento de um programa grupal, de caráter psicoeducativo e emancipatório, voltado para a proteção e promoção à saúde mental de mães universitárias. Trata-se de uma pesquisa-intervenção com implicação das sujeitas na construção do campo investigado. Dezoito discentes de cursos de graduação e de pós-graduação, de universidades públicas e privadas, com filhos de até 5 anos, foram organizadas em dois grupos, compostos por 8 e 10 integrantes. Ao todo, com cada grupo, foram realizados sete encontros norteados por temas geradores, em que se buscou favorecer o diálogo e a construção de um espaço coletivo para reflexões conjuntas e trocas de experiências. Com vistas a complementar e contextualizar as narrativas obtidas ao longo do processo grupal, as mulheres participaram previamente de uma entrevista semiestruturada e, ao encerramento dos encontros, responderam a dois questionários para avaliação das experiências em grupo, um deles com aplicação coletiva e o outro de modo individual. As narrativas registradas no decorrer do compartilhamento de perspectivas e experiências convergiram para a insegurança percebida em “ser mulher”, considerando as desigualdades de gênero, e para as repercussões socioemocionais relacionadas ao desafio de vivenciar às demandas e cobranças sociais do papel materno em conjunto com às exigências das práticas acadêmicas e/ou profissionais. Outros pontos marcantes no relato das participantes foram histórico de depressão ou transtorno de ansiedade; pouca ou nenhuma rede de apoio, sobretudo nos casos de maternidade solo e de residirem distante da família; assédio institucional; e condições financeiras ou de saúde desfavoráveis para a gestão de suas atividades. As participantes destacaram a relevância das práticas grupais para discussão sobre o ser mulher-mãe em contexto universitário e sugeriram que estas ações sejam inseridas nas IES como modo de proteção à saúde mental das discentes e de fortalecimento de suas redes de apoio. Ao propiciar espaços de conscientização, reflexão e construção conjunta de enfrentamento a situações vulnerabilizantes, o estudo mostrou a importância de se compreender a miríade de fatores que afetam a saúde mental de mulheres-mães e de promover ações capazes de minimizar desigualdades de gênero, bem como de legitimar seus projetos de vida.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorIn post-modernity, women have sought to occupy social spaces that do not reduce their personal fulfillment to the creation of children. From this perspective, being a woman-mother in a university context entails the challenge of reconciling different demands in the midst of sociocultural and personal demands of an idealized maternity and academic practice. This work aimed to reflect on situations of vulnerability to psychological distress and strengthen psychosocial protection factors from the development of a group program, of psychoeducational and emancipatory nature, aimed at protecting and promoting the mental health of college mothers. This is a research-intervention with implication of the subjects in the construction of the investigated field. Eighteen undergraduate and graduate students from public and private universities, with children up to 5 years old, were organized in two groups, composed of 8 and 10 members. In all, with each group, seven meetings were held, guided by generating themes, in which we tried to favor dialogue and the construction of a collective space for joint reflections and exchanges of experiences. In order to complement and contextualize the narratives obtained during the group process, the women participated in a semi-structured interview, and at the end of the meetings, they answered two questionnaires to evaluate the group experiences, one of them applied collectively and the other individually. The narratives recorded during the sharing of perspectives and experiences converged to the perceived insecurity of "being a woman", considering the gender inequalities, and to the socioemotional repercussions related to the challenge of experiencing the social demands and charges of the maternal role together with the demands of the academic and/or professional practices. Other striking points in the participants' reports were a history of depression or anxiety disorder; little or no support network, especially in cases of single motherhood and living far from the family; institutional harassment; and unfavorable financial or health conditions for the management of their activities. The participants highlighted the relevance of group practices for discussion about being a woman-mother in a university context and suggested that these actions should be inserted in the HEIs as a way to protect the mental health of students and strengthen their support networks. By providing spaces for awareness, reflection and joint construction of coping with vulnerable situations, the study showed the importance of understanding the myriad of factors that affect the mental health of women-mothers and to promote actions capable of minimizing gender inequalities, as well as to legitimize their life projects.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaUFRRJBrasilInstituto de EducaçãoSaúde MentalSaúde da MulherMãesTrabalho em GrupoUniversidadesMental HealthWomen's HealthMothersGroup WorkUniversitiesPsicologiaAção grupal com mulheres-mães universitárias como estratégia de promoção de saúde mentalGroup action with female university mothers as a mental health promotion strategyinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisAGUIAR, S. G.; PAES, V. N.; REIS, S. M. A. Presença e atuação de mulheres mães na universidade: dialogando com professores/as e alunas. 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description As mulheres, na pós-modernidade, têm buscado ocupar espaços sociais que não reduzam a sua realização pessoal à criação dos filhos. Nessa perspectiva, ser mulher-mãe em contexto universitário acarreta o desafio de conciliar diferentes demandas em meio a exigências socioculturais e pessoais de uma maternidade e uma prática acadêmica idealizadas. Este trabalho teve por objetivo refletir sobre situações de vulnerabilização ao sofrimento psíquico e fortalecer fatores de proteção psicossocial a partir do desenvolvimento de um programa grupal, de caráter psicoeducativo e emancipatório, voltado para a proteção e promoção à saúde mental de mães universitárias. Trata-se de uma pesquisa-intervenção com implicação das sujeitas na construção do campo investigado. Dezoito discentes de cursos de graduação e de pós-graduação, de universidades públicas e privadas, com filhos de até 5 anos, foram organizadas em dois grupos, compostos por 8 e 10 integrantes. Ao todo, com cada grupo, foram realizados sete encontros norteados por temas geradores, em que se buscou favorecer o diálogo e a construção de um espaço coletivo para reflexões conjuntas e trocas de experiências. Com vistas a complementar e contextualizar as narrativas obtidas ao longo do processo grupal, as mulheres participaram previamente de uma entrevista semiestruturada e, ao encerramento dos encontros, responderam a dois questionários para avaliação das experiências em grupo, um deles com aplicação coletiva e o outro de modo individual. As narrativas registradas no decorrer do compartilhamento de perspectivas e experiências convergiram para a insegurança percebida em “ser mulher”, considerando as desigualdades de gênero, e para as repercussões socioemocionais relacionadas ao desafio de vivenciar às demandas e cobranças sociais do papel materno em conjunto com às exigências das práticas acadêmicas e/ou profissionais. Outros pontos marcantes no relato das participantes foram histórico de depressão ou transtorno de ansiedade; pouca ou nenhuma rede de apoio, sobretudo nos casos de maternidade solo e de residirem distante da família; assédio institucional; e condições financeiras ou de saúde desfavoráveis para a gestão de suas atividades. As participantes destacaram a relevância das práticas grupais para discussão sobre o ser mulher-mãe em contexto universitário e sugeriram que estas ações sejam inseridas nas IES como modo de proteção à saúde mental das discentes e de fortalecimento de suas redes de apoio. Ao propiciar espaços de conscientização, reflexão e construção conjunta de enfrentamento a situações vulnerabilizantes, o estudo mostrou a importância de se compreender a miríade de fatores que afetam a saúde mental de mulheres-mães e de promover ações capazes de minimizar desigualdades de gênero, bem como de legitimar seus projetos de vida.
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