Contato, territorialização e conflito no Posto Indígena Caramuru-Paraguassú: o SPI e os Baenã, Gueren, Kamakan, Maxakali, Pataxó, e índios de antigos aldeamentos no sul da Bahia, 1910-1936

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Talita Almeida
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13860
Resumo: Esta pesquisa objetivou estudar o processo de atração, pacificação e territorialização dos grupos indígenas Pataxó, Gueren, Baenã, Kamakan, Maxakali no sul da Bahia entre 1910- 1936 e a criação da reserva indígena Caramuru-Paraguassú em 1926. Tratou-se de um processo complexo que envolveu diversos atores sociais: indígenas de distintos grupos étnicos que viviam de modo relativamente independente nos sertões e florestas, indígenas de antigos aldeamentos, funcionários do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), fazendeiros, colonos, políticos, religiosos e intelectuais. Nesse processo histórico, destacaram-se a atuação de alguns funcionários do SPI, como Pedro Maria Trompowsky Taulois, Vicente de Paula Teixeira de Vasconcellos e Telesforo Fontes, além de outros agentes histórico-socais, como o padre Camillo Torrend. Na dissertação analisamos o trabalho de atração e pacificação dos grupos indígenas na Bahia, as relações estabelecidas entre estes e os funcionários do SPI e o processo de territorialização dos índios na reserva Indígena Caramuru-Paraguassú. Também são analisados os conflitos por terras envolvendo indígenas, o SPI e setores das elites regionais, desencadeados a partir da criação da reserva em 1926, através da Lei n. 1.916. Tais conflitos intensificaram-se em 1936, quando indígenas e funcionários do SPI foram acusados de realizarem atividades comunistas dentro do Posto Indígena Caramuru-Paraguassú. A análise das fontes demonstrou o protagonismo indígena nos processos de atração e territorialização, bem como a utilização do discurso anticomunista para legitimar a intervenção das forças policiais estaduais na reserva indígena. Após o conflito de 1936, a reserva teve a área reduzida atendendo aos interesses de políticos e grandes fazendeiros da região.
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Tratou-se de um processo complexo que envolveu diversos atores sociais: indígenas de distintos grupos étnicos que viviam de modo relativamente independente nos sertões e florestas, indígenas de antigos aldeamentos, funcionários do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), fazendeiros, colonos, políticos, religiosos e intelectuais. Nesse processo histórico, destacaram-se a atuação de alguns funcionários do SPI, como Pedro Maria Trompowsky Taulois, Vicente de Paula Teixeira de Vasconcellos e Telesforo Fontes, além de outros agentes histórico-socais, como o padre Camillo Torrend. Na dissertação analisamos o trabalho de atração e pacificação dos grupos indígenas na Bahia, as relações estabelecidas entre estes e os funcionários do SPI e o processo de territorialização dos índios na reserva Indígena Caramuru-Paraguassú. Também são analisados os conflitos por terras envolvendo indígenas, o SPI e setores das elites regionais, desencadeados a partir da criação da reserva em 1926, através da Lei n. 1.916. Tais conflitos intensificaram-se em 1936, quando indígenas e funcionários do SPI foram acusados de realizarem atividades comunistas dentro do Posto Indígena Caramuru-Paraguassú. A análise das fontes demonstrou o protagonismo indígena nos processos de atração e territorialização, bem como a utilização do discurso anticomunista para legitimar a intervenção das forças policiais estaduais na reserva indígena. Após o conflito de 1936, a reserva teve a área reduzida atendendo aos interesses de políticos e grandes fazendeiros da região.Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESThis research aimed at studying the process of attraction, pacification and territorialization of the indigenous groups Pataxó, Gueren, Baenã, Kamakan and Maxakali in the south of Bahia between 1910 – 1936, and also, the creation of the indigenous reserve Caramuru-Paraguaçu in 1926. This was a complex process that involved several social actors: indigenous people from different ethnic groups that lived relatively independently in the “sertões” (Brazilian outback) and forests, indigenous from former settlements, employees from the Indigenous Protection Service (SPI), farmers, settlers, politicians, religious people and intellectuals. In this historical process, the actions of some of the SPI employees were highlighted, like Pedro Maria Trompowsky Taulois, Vicente de Paula Teixeira de Vasconcellos e Telesforo Fontes, aswell as other historical-social, such as the priest Camillo Torrend. In this master‟s thesis I analise the work of atraction and pacification of the indigenous people in Bahia, on the relations established among these people and the SPI officers and the process of territorialization of indigenous people from the Caramuru-Paraguassú Indigenous reserve. I also analyze the conflicts for lands, that happened after the creation of the reserve in 1926, involving indigenous people, the SPI and the regional elites, through the law number 1.916. These conflicts were build up in 1936, when indigenous people and the SPI employees were charged of conducting communist acitivities inside the Indigenous Post Caramuru-Paraguassú. The analysis of sources showed that the indigenous people played the main role in the processes of attraction and territerialization, as well as the using the anticommunist speech to legitimize the state police force intervention in the indigenous reserve. After the 1936 conflict, the reserve had its area reduced due to the political interests and the great farmers of the regionapplication/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e SociaisIndígenas, , ,Posto Indígena Caramuru-ParaguassúServiço de Proteção ao Índiosul da BahiaIndigenousIndigenous Reserve Caramuru-ParaguassúIndigenous Protection Service (SPI)South of BahiaHistóriaContato, territorialização e conflito no Posto Indígena Caramuru-Paraguassú: o SPI e os Baenã, Gueren, Kamakan, Maxakali, Pataxó, e índios de antigos aldeamentos no sul da Bahia, 1910-1936Contact, territorialization and conflict in the Indigenous Reserve Caramuru-Paraguassú: The SPI and Baenã, Gueren, Kamakan, Maxakali, Pataxó, and indigenous from former settlements in south Bahia, 1910-1936info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisArquivo do Exército. Setor Pessoal. 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Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Ofício. Bahia, 04/05/1911. Microfilme: 190. Fotograma: 141-145. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Relatório. Bahia, 05/09/1911. Microfilme: 190. Fotograma: 162-185. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Ofício. Bahia, 09/09/1911. Microfilme: 190. Fotograma: 159-160. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Relatório. Bahia, 1920. Microfilme: 190. Fotograma: 329. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. .Relatório. Vitória, 27/01/1922. Microfilme: 190. Fotograma: 373-418. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Relatório. Vitória, 17/12/1923. Microfilme: 190. Fotograma: 538-543. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Relatório. Vitória, 12/02/1924. Microfilme: 190. Fotograma: 545-585 SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Relatório. Itabuna, 04/03/1927. Microfilme: 190. Fotograma: 623-634. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Relatório. Rio de Janeiro, 02/03/1929. Microfilme: 181. Fotograma: 1770-1783. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Relatório. Bahia, 05/1930. Microfilme: 182. Fotograma: 1313-1355. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru- Paraguaçu. Relatório. Bahia, 00/02/1932. Microfilme: 190. Fotograma: 898-906. cópia do documento no Mf. 182 – Fg.1.356-1.363 SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. Posto Indígena Caramuru - Paraguaçu. Telegrama. Bahia, 21/02/1933. Microfilme: 153. Fotograma: 2-3. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS. Inspetoria Regional 4. 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Ferreira, Talita Almeida
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description Esta pesquisa objetivou estudar o processo de atração, pacificação e territorialização dos grupos indígenas Pataxó, Gueren, Baenã, Kamakan, Maxakali no sul da Bahia entre 1910- 1936 e a criação da reserva indígena Caramuru-Paraguassú em 1926. Tratou-se de um processo complexo que envolveu diversos atores sociais: indígenas de distintos grupos étnicos que viviam de modo relativamente independente nos sertões e florestas, indígenas de antigos aldeamentos, funcionários do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), fazendeiros, colonos, políticos, religiosos e intelectuais. Nesse processo histórico, destacaram-se a atuação de alguns funcionários do SPI, como Pedro Maria Trompowsky Taulois, Vicente de Paula Teixeira de Vasconcellos e Telesforo Fontes, além de outros agentes histórico-socais, como o padre Camillo Torrend. Na dissertação analisamos o trabalho de atração e pacificação dos grupos indígenas na Bahia, as relações estabelecidas entre estes e os funcionários do SPI e o processo de territorialização dos índios na reserva Indígena Caramuru-Paraguassú. Também são analisados os conflitos por terras envolvendo indígenas, o SPI e setores das elites regionais, desencadeados a partir da criação da reserva em 1926, através da Lei n. 1.916. Tais conflitos intensificaram-se em 1936, quando indígenas e funcionários do SPI foram acusados de realizarem atividades comunistas dentro do Posto Indígena Caramuru-Paraguassú. A análise das fontes demonstrou o protagonismo indígena nos processos de atração e territorialização, bem como a utilização do discurso anticomunista para legitimar a intervenção das forças policiais estaduais na reserva indígena. Após o conflito de 1936, a reserva teve a área reduzida atendendo aos interesses de políticos e grandes fazendeiros da região.
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