Papel dos receptores cininérgicos na neuropatia periférica induzida pelo quimioterápico paclitaxel

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Robson da
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/101049
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduaçao em Farmacologia, Florianópolis, 2013
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spelling Papel dos receptores cininérgicos na neuropatia periférica induzida pelo quimioterápico paclitaxelFarmacologiaQuimioterapiaNeuropatiaCininasTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduaçao em Farmacologia, Florianópolis, 2013A neuropatia periférica induzida por quimioterápicos (NPIQ) é uma das principais causas de dor neuropática em humanos. Apesar de muitos esforços, atualmente não há terapia farmacológica disponível para o tratamento adequado de pacientes com dor crônica. É importante mencionar que talvez a dor crônica seja uma das áreas mais promissoras para que antagonistas dos receptores cininérgicos demonstrem eficácia clínica. Neste estudo procurou-se avaliar a contribuição de ambos os receptores B1 (B1R) e B2 (B2R) das cininas para a neuropatia periférica induzida pelo paclitaxel (PTX), um quimioterápico de uso clínico amplo. Além disso, este estudo investigou o possível envolvimento do receptor de potencial transitório vanilóide 4 (TRPV4) nas respostas nociceptivas das cininas em animais naïve, bem como a relevância desta interação para a neuropatia induzida pelo PTX. O tratamento com PTX induziu hiperalgesia mecânica e térmica em camundongos (linhagens C57BL/6 e CD1). A deleção do gene para os receptores B1, B2 ou B1 e B2 (animais duplo-nocaute) reduziu significativamente as respostas hiperalgésicas induzidas pelo PTX em comparação aos animais do tipo selvagem. De modo relevante, o tratamento intraperitoneal com os antagonistas peptídicos e seletivos para os receptores B1 e B2 (DALBK e Hoe 140, respectivamente) inibiu significativamente a hiperalgesia mecânica e térmica quando testados 7 e 14 dias após o primeiro tratamento com PTX. Estes antagonistas também foram eficazes quando administrados centralmente pela via intratecal. Além disso, a injeção intracerebroventricular de DALBK (mas não de Hoe 140) foi eficaz contra a hiperalgesia mecânica induzida pelo PTX em estágios tardios (14 dias). Este efeito foi associado com aumento da expressão do B1R (RNAm e proteína) no tálamo de camundongos. Apesar da eficácia contra a hiperalgesia instalada, o tratamento prolongado e preventivo com os antagonistas cininérgicos não foi eficaz em prevenir a gênese da neuropatia induzida pelo PTX. Porém, este protocolo de tratamento foi efetivo em inibir transitoriamente a hiperalgesia mecânica (por 24 h), bem como inibir expressivamente a hiperalgesia à hipotonicidade (um ativador do canal de mecanotransdução TRPV4). De fato, o canal TRPV4 demonstrou estar envolvido na hiperalgesia mecânica induzida por agonistas seletivos dos receptores B1 ou B2, DABK e BK, respectivamente. Ainda, verificou-se que a BK sensibiliza camundongos aos ativadores do canal TRPV4 (4a-PDD e hipotonicidade) por ativar a via de sinalização PLC/PKC. Corroborando este resultado, o tratamento prolongado e preventivo com os antagonistas cininérgicos preveniu a ativação da PKCE induzida pelo PTX na pata de camundongos; evento este que demonstrou ser importante para a sensibilidade aumentada a hipotonicidade em animais tratados com o quimioterápico. Os resultados do presente estudo demonstraram que as cininas agindo sobre ambos os receptores B1 e B2 desempenham papel crucial no controle da neuropatia periférica induzida pelo PTX através da sensibilização do canal TRPV4 via ativação da enzima PKCE. Estas evidências suportam a ideia de que antagonistas seletivos para os receptores cininérgicos poderiam representar novas opções terapêuticas para o tratamento da dor crônica causada pela quimioterapia.<br>Abstract : Chemotherapy-induced peripheral neuropathy (CIPN) is one of the leading causes of neuropathic pain in humans. Despite much effort, the available pharmacotherapies fail to provide satisfactory pain relief for patients with persistent pain. Chronic pain is perhaps the most promising area where kinin receptor antagonists could prove to be useful. In this study we sought to analyse the contribution of both B1 (B1R) and B2 (B2R) kinin receptors to the peripheral neuropathy induced by paclitaxel (PTX), a widely used chemotherapeutic agent. Also, we have investigated whether kinins might mediate nociception and mechanical hyperalgesia by sensitizing transient receptor potential vanilloid 4 (TRPV4) channel and special attempts were made in order to assess this possible interaction in PTX-induced peripheral neuropathy in mice. PTX treatment induced a significant increase in both mechanical and thermal hyperalgesia in mice (C57BL/6 and CD1 strains). Kinin B1R, B2R and B1B2R (double knockout) deficient mice presented a significant reduction in PTX-induced hyperalgesic responses in comparison to wild-type animals. Of relevance, the intraperitoneal treatment of CD1 mice with the peptide kinin B1R or B2R antagonists (DALBK and Hoe 140, respectively) significantly inhibited both mechanical and thermal hyperalgesia when tested at 7 and 14 days after the first PTX injection. DALBK and Hoe 140 were also effective against PTX-induced mechanical hyperalgesia when injected centrally by the intrathecal route. Additionally, the intracerebroventricular injection of DALBK (but not Hoe 140) was effective in preventing mechanical hyperalgesia at later stages (14 days). This effect was associated to the increase in the expression of B1R (both mRNA and protein) in the mouse thalamus. Preventive chronic treatment with kinin receptor antagonists was not able to prevent the development of PTX-induced neuropathy. However, this treatment schedule was effective in transiently inhibiting mechanical hyperalgesia (for 24 h), and expressively inhibiting hyperalgesia to a hypotonic stimulus (an activator of TRPV4 channel mechanotransduction). Indeed, the TRPV4 channel was shown to be involved in the mechanical hyperalgesia induced by the selective B1R or B2R agonists (DABK and BK, respectively), and BK sensitized the animals to TRPV4 activators (4á-PDD and hypotonicity) by triggering PLC/PKC signalling pathway. Corroborating this result, the chronic and preventive treatment with kinin receptor antagonists prevented PTX-induced PKCå activation in the mouse paw, which seemed to be important to limit the increased sensitivity of PTX-tested mice to hypotonicity. The present results demonstrated that kinins acting on both B1R and B2R play a crucial role in controlling PTX-induced peripheral neuropathy by sensitizing TRPV4 channels via PKCå activation. This evidence supports the notion that selective kinin receptor antagonists might represent new and attractive therapeutic options for treating the chronic pain generated by chemotherapy.Calixto, João BatistaUniversidade Federal de Santa CatarinaCosta, Robson da2013-06-26T01:07:01Z2013-06-26T01:07:01Z20132013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis171 p.| il., grafs., tabs.,application/pdf317194http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/101049porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-06-26T01:07:01Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/101049Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-06-26T01:07:01Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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