Educação em ciências como cultura multissensorial no processo educativo de estudantes com deficiência visual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Boff, Ana Paula
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/247273
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, 2022.
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spelling Educação em ciências como cultura multissensorial no processo educativo de estudantes com deficiência visualEducaçãoEducação científica e tecnológicaCiênciaEducação inclusivaPessoas com deficiência visualTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, 2022.A Educação em Ciências se desenvolveu historicamente a partir de uma didática majoritariamente visual, limitando o acesso e a aprendizagem dos conhecimentos científicos de estudantes com cegueira e baixa visão em todos os níveis de ensino. Diante desse fato, esta tese defende como proposta que a Educação em Ciências se desenvolva como Cultura Multissensorial. Assim, temos como objetivo analisar o processo educativo de estudantes com deficiência visual no contexto do Ensino de Ciências, tendo como fundamentação os Estudos da Deficiência na Educação e os Estudos Feministas da Deficiência, a fim de identificar as mediações pedagógicas realizadas nesse componente curricular e apontar possíveis contribuições da Educação em Ciências como Cultura Multissensorial. O estudo, de natureza qualitativa, se baseou nos princípios da Investigação Emancipatória da Deficiência e na noção de memória de Walter Benjamin. Teve como sujeitos professores videntes de Ciências e de Educação Especial, atuantes na Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, Santa Catarina ? SC, e participantes com deficiência visual vinculados à Associação Catarinense para Integração ao Cego ? ACIC. O instrumento de construção de dados adotado foi a entrevista individual semiestruturada e sistematizamos as discussões analíticas advindas dela em dois estudos: o Estudo 1, que contemplou os participantes da ACIC, e o Estudo 2, com professores videntes. Com base na Análise Textual Discursiva, constatamos que, em relação ao Estudo 1, os sujeitos iniciaram o processo educativo na Educação Básica dentre os anos de 1960 e 1970, vivenciando o modelo de integração escolar. Sob esse modelo, encontraram barreiras metodológicas e atitudinais no Ensino de Ciências. Esses participantes destacaram a premência de romper com narrativas capacitistas relativas à cegueira e desenvolver a acessibilidade atitudinal em todas as relações sociais. Concernente ao Estudo 2, depreendemos que os professores entrevistados buscam acolher e incluir os estudantes com deficiência visual por meio de estratégias como: criação de redes de apoio, produção de materiais didáticos multissensoriais e formação continuada em serviço. As atividades desenvolvidas no Ensino de Ciências demonstraram a tentativa de perspectivar a atuação pedagógica pelo modelo social de deficiência. A partir dessas análises, argumentamos que a Educação em Ciências como Cultura Multissensorial ? ECCM é uma possibilidade para potencializar a aprendizagem de todos os estudantes. A inclusão escolar pressupõe a construção de uma cultura institucional que reconhece as diferenças humanas, concebendo cada indivíduo na sua integralidade. Portanto, a ECCM pode expressar a ética do cuidado na educação e fomentar relações de interdependência entre os estudantes e destes com seus professores, demonstrando que todos podem ensinar e aprender.Abstract: Science Education has historically developed from a predominantly visual teaching approach, limiting the access and learning of scientific knowledge by students with blindness and low vision at all levels of education. Given this fact, this thesis defends as a proposal that Science Education develops as a Multisensorial Culture. Thus, we aim to analyze the educational process of students with visual impairment in the context of Science Teaching, based on Disability Studies in Education and Feminist Disability Studies, in order to identify the pedagogical mediations carried out in this curricular component and point out possible contributions of Science Education as Multisensorial Culture. The qualitative study was based on the principles of the Emancipatory Investigation of Disability and on Walter Benjamin's notion of memory. It had as subjects sighted teachers of Science and Special Education, working in the Municipal Department of Education of Florianópolis, Santa Catarina ? SC, and participants with visual impairment linked to the Associação Catarinense para Integração ao Cego ? ACIC. The data construction instrument adopted was the semi-structured individual interview and we systematized the analytical discussions resulting from it in two studies: Study 1, which included ACIC participants, and Study 2, with sighted teachers. Based on the Discursive Textual Analysis, we found that, in relation to Study 1, the subjects started the educational process in Basic Education between the 1960s and 1970s, experiencing the school integration model. Under this model, they found methodological and attitudinal barriers in Science Teaching. These participants highlighted the urgency of breaking with capacitist narratives related to blindness and developing attitudinal accessibility in all social relationships. Concerning Study 2, we infer that the interviewed teachers seek to welcome and include visually impaired students through strategies such as: creation of support networks, production of multisensory didactic materials and continued in-service training. The activities developed in Science Teaching demonstrated the attempt to put the pedagogical action into perspective through the social model of disability. Based on these analyses, we argue that Science Education as Multisensorial Culture ? ECCM is a possibility to enhance the learning of all students. School inclusion presupposes the construction of an institutional culture that recognizes human differences, conceiving each individual as a whole. Therefore, ECCM can express the ethics of care in education and foster relationships of interdependence between students and between them and their teachers, demonstrating that everyone can teach and learn.Regiani, Anelise MariaUniversidade Federal de Santa CatarinaBoff, Ana Paula2023-06-28T18:24:15Z2023-06-28T18:24:15Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis342 p.| il.application/pdf380551https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/247273porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-06-28T18:24:16Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/247273Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732023-06-28T18:24:16Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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