A Entoação de sentenças clivadas e pseudo-clivadas no português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Flávio Martins de
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/94238
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2010
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spelling A Entoação de sentenças clivadas e pseudo-clivadas no português brasileiroLinguisticaLingua portuguesaSentencasBrasilDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2010Esta pesquisa busca fazer um estudo comparativo entre a entoação de sentenças clivadas e sentenças com uma relativa encaixada, de um lado, e sentenças pseudo-clivadas invertidas e sentenças copulares predicacionais, do outro. O objetivo principal é fazer uma descrição da entoação desses tipos sentenciais, buscando, em um primeiro momento, estabelecer indícios entoacionais que reforcem hipótese de Mioto & Negrão (2007) sobre as diferenças encontradas entre as sentenças clivadas e as sentenças relativas; e, em seguida, verificar se os mesmos indícios diferenciadores podem ser observados no padrão entoacional das sentenças pseudo-clivadas e das copulares. Para que esse objetivo seja cumprido, primeiramente será feita uma apresentação dos argumentos de Mioto & Negrão (2007) quanto às diferenças existentes entre sentenças clivadas e relativas. Dentre esses argumentos, os autores apresentam os resultados de um pequeno experimento realizado para verificar a prosódia dessas sentenças, o qual se constitui em um dos indícios para a defesa de que sentenças clivadas não podem ser formadas por uma relativa. É com base nesse indício que esta pesquisa busca aprofundar a descrição da entoação dessas sentenças, procurando dar uma base empírica mais sólida para a diferenciação de sentenças clivadas e relativas através do padrão entoacional de cada uma. Em um segundo momento, esta dissertação busca estudar a prosódia das sentenças copulares e pseudo-clivadas invertidas, tendo como objetivo mostrar que o padrão entoacional dessas sentenças se assemelha ao de relativas e clivadas, respectivamente, o que se constituiria em um argumento a mais para a defesa que Resenes (2009) faz quanto a sentenças wh das pseudo-clivadas não serem relativas livres. Para que tal objetivo fosse alcançado, foi elaborado um experimento no qual foram gravados cinco informantes do sexo feminino, falantes nativas do português brasileiro (PB). A gravação de tal experimento gerou um total de 160 sentenças, sendo 40 de cada um dos 4 tipos de sentenças a serem observados, a saber, clivadas, relativas, copulares e pseudo-clivadas. Para a gravação desses dados foi utilizado o programa PRAAT e para análise foram utilizados os programas MOMEL e INTSINT por apresentarem características mais adequadas ao objetivo deste trabalho, que é o de reproduzir as propriedades entoacionais de um enunciado. A análise dos dados de fala corroborou a afirmação feita por Mioto & Negrão (2007) sobre as diferenças entoacionais de clivadas e relativas. Adicionalmente, mostrou que não somente o acento tonal que está sobre o constituinte focalizado ou sobre o antecedente da relativa são indícios dessa diferença, mas também o acento alinhado com o início do CP clivado e do CP relativo se constitui em um grande argumento em favor dessa diferenciação. Quanto às sentenças pseudo-clivadas e as copulares, o experimento mostrou que, ao mesmo tempo em que o padrão entoacional de cada uma as distancia, também as aproxima dos padrões encontrados para clivadas e relativas. Essa aproximação entre os padrões de clivadas e pseudo-clivadas, por um lado, e relativas e copulares, por outro, é um indício de que elas apresentam certas características em comum, entre elas por hipótese sua estrutura sintática. Os dados apontam ainda para outra semelhança entre as sentenças clivadas e as pseudo-clivadas; uma desacentuação, nos termos de Zubizarreta (1998), que ocorre sobre o contorno entoacional da parte pressuposta dessas sentenças, o que indica que neste ponto está ocorrendo uma mudança de tessitura. Conforme os dados indicam, essa desacentuação está, de certa forma relacionada com a divisão, tanto estrutural quanto entoacional, da carga informacional da sentença.This research intends to make a comparative study between the intonation of cleft sentences and sentences with an embedded relative clause, on the one hand, and inversed pseudo-clefts and predicational copular sentence on the another hand. The main purpose of this research is to describe the intonation pattern of those four types of sentences. First of all, it tries to establish clues to improve the hypothesis raised by Mioto & Negrão (2007) about the differences between cleft and relative sentences; and further, it tries to verify whether these same differentiating clues can be found in the intonational pattern of pseudo-clefts and copular sentences. To accomplish this purpose, firstly, the arguments of Mioto & Negrão (2007) about the differences between cleft and relative sentences will be presented. One of the arguments used by the authors comes from the results of a little experiment fulfilled to study the prosody of these sentences, such results are one of the clues used to support that cleft sentences may not be formed by a relative clause. It is based on this intonational clue that this research wants to make a more exhaustive description of the intonation of such sentences, trying to offer a more solid empirical base about the differences between clefts and relative sentences, through the intonational pattern of these sentences. Secondly, this research will look at the prosody of copular and inverted pseudo-cleft sentences trying to show that the intonational pattern of these sentences resembles that one of the relative and cleft sentences, respectively. This would be another argument to support the position of Resenes (2009), according to which the "wh sentences" within pseudo-cleft cannot be a free relative. To reach such purpose, an experiment was constructed in which five feminine informants were recorded, all of them native speakers of Brazilian Portuguese (BP). The recordings gave a total of 160 sentences, 40 of each type, namely, cleft, relative, copular and pseudo-cleft sentences. To record those data, the computer program Praat was used. To the analysis were used the programs MOMEL and INTSINT, because they are more suitable to the purpose of this research, that is, reproduce the intonational properties of an utterance. The analysis of the data confirmed the statement made by Mioto & Negrão (2007) about the intonational differences between clefts and relative sentences. Furthermore, the analysis show not only that the tonal accent above the focused constituent or above the antecedent of the relative clause are clues of such a difference, but also the accent aligned with the beginning of the cleft and relative CP, which is an important argument supporting this differentiation. Concerning pseudo-clefts and copular sentences, the data showed that, on one hand, the intonational pattern of these sentences makes them more distant; on the another hand, it puts them closer to the cleft and relative intonational pattern, respectively. This approaching between the prosody of clefts and pseudo-clefts, on one hand, and relative and copular sentences, on the another hand, is a clue to assume that these types of sentences have some similarities, one of them, by hypotesis, their sintactic structures. The data show another resemblance between cleft and pseudo-cleft sentence; a deaccenting, on terms of Zubizarreta (1998), which occurs on the intonational contour of the presupposed part of these sentences, this points that on this part of the sentence is happening a changing on tessitura. As shown by the data, this deaccenting is somehow related to a division as structural as intonational of the informational structure of the sentence.Silva, Maria Cristina FigueiredoUniversidade Federal de Santa CatarinaAraújo, Flávio Martins de2012-10-25T07:52:59Z2012-10-25T07:52:59Z2012-10-25T07:52:59Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis125 p.| il., grafs., tabs.application/pdf278942http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/94238porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-05-03T13:59:59Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/94238Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-03T13:59:59Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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