Desenvolvimento de comunidade : uma revisão critica a luz da teoria da delimitação dos sistemas sociais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves Filho, Antonio
Data de Publicação: 1982
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/74988
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Socio-Economico
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spelling Desenvolvimento de comunidade : uma revisão critica a luz da teoria da delimitação dos sistemas sociaisSistemas sociaisSociologiaTeoria dos sistemasComunidadeDesenvolvimentoTesesParticipação socialTesesDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Socio-EconomicoO tema central da presente dissertação é o Desenvolvimento de Comunidade, cuja revisão crítica se desdobra segundo o arcabouço teórico fornecido pela Teoria da Delimitação dos Sistemas Sociais. Procura-se analisar, com ênfase especial no caso brasileiro, até que ponto a teoria e a prática do Desenvolvimento de Comunidade padecem das deformações ideológicas inerentes à socieda de organizacional contemporânea. Nesta, a vida humana individual e associada acha-se desfigurada pela prevalência da dimensão econômica sobre as suas outras dimensões (política, social e cultural); desta forma, o mercado constitui-se na força modeladora da sociedade como um todo e o tipo particular de organização que suas exigências fizeram surgir cristalizou-se como um paradigma para toda a existência humana. Paralelamente a essa expansão da área das relações humanas submetida aos critérios da organização mercantil, ampliou-se o espaço social submetido à racionalidade funcional a ela imanente. Esse tipo de racionalidade informa a ciência social e administrativa moderna, que de vários modos orienta o processo configurativo da vida dos povos, tanto nos países chamados capitalistas como nos chamados socialistas, e que nada mais é do que uma ideologia legitimadora da sociedade centrada no mercado. Procura-se ainda inferir que papel o Desenvolvimento de Comunidade poderá desempenhar em relação à articulação de novos padrões da existência humana, escoimados das distorções impostas pelo paradigma economicista hoje em voga, e que decorrem do modelo de sociedade multidimensional preconizado pela Teoria da Delimitação. Verifica-se que o Desenvolvimento de comunidade surge após o término da II Guerra Mundial, originando-se do encontro das noções de Organização de Comunidade e de desenvolvimento econômico, como uma alternativa de solução para o problema de integração dos esforços das populações consideradas subdesenvolvidas aos planos regionais e nacionais de desenvolvimento. Ao longo de sua evolução histórica, o Desenvolvimento de Comunidade vem sofrendo influências de quadros referenciais de maior abrangência, delineados principalmente por diversas teorias e concepções sobre o fenômeno desenvolvimento-subdesenvolvimento. Da diversidade dessas influências resultaram múltiplas abordagens conceituais do Desenvolvimento de Comunidade, as quais são agrupadas neste trabalho em duas correntes de pensamento principais, que se denominam funcionalista e dialético-marxista. A primeira, em linhas gerais, considera o Desenvolvimento de Comunidade como instrumento facilitador do processo de desenvolvimento global, visualizado este, quase sempre, através da ótica da Teoria da Modernização. A corrente dialético-marxista está intimamente ligada ao movimento de reconceituação do Serviço Social na América Latina e adota o materialismo histórico e dialético marxista como filosofia, teoria e modo de ação. Tem sido mais um movimento de ruptura do que de afirmação, mais denunciatírio do que explicativo, propugnando por mudanças estruturais a partir da estrutura de classes sociais e da atuação junto a frações e categorias dessas mesmas classes. Da análise das referidas correntes e de algumas experiências significativas empreendidas no Brasil, constata-se que o Desenvolvimento de Comunidade vem-se sustentando em um conceito de desenvolvimento falaz e duvidoso; não só por considerar o mercado como único referencial para alocação de recursos, mas também pela visao serialista da existência humana na história que lhe é inerente, pela qual acredita-se que a história revela seu significado através de uma série de estágios empírico-temporais; nessa noção de tempo serializado, a natureza humana se atualiza, devendo alcançar seu estágio final e perfeito em um momento histórico culminante. Constata-se ainda que o Desenvolvimento de Comunidade tem-se constituido como prática de política cognitiva, quer da ideologia de mercado, quer de movimentos socialistas nacionais ou internacionais, mais ou menos radicais. Deste modo, chega-se à conclusão de que o Desenvolvimento de Comunidade, como teoria e prática, padece das deformações ideológicas da sociedade organizacional contemporânea. No que concerne ao papel que poderia desempenhar na implantação da sociedade multicêntrica preconizada pela Teoria da Delimitação, conclui-se que o Desenvolvimento de Comunidade perde o significado no contexto do modelo delimitativo, na medida em que nele seus propósitos passam a confundir-se com os da própria acão governamental, de uma forma mais abrangente e profunda. Isto por que o modelo de sociedade multicêntrica decorrente da Teoria da Delimitação envolve um sistema de governo cuja finalidade é conceber e implementar políticas e decisões alocativas de recursos e mão de obra necessários ao desenvolvimento do tipo ótimo de transações entre os diversos enclaves que compõem a tessitura social; entretanto, a iniciativa e a implementação dessas políticas públicas devem ser descentralizadas tanto quanto possível, a fim de refletirem verdadeiramente as necessidades e aspirações dos cidadãos, devendo isto acontecer em todos os setores da atuação governamental, e não apenas em alguns deles. Dessa forma,efetivamente serão articulados, no contexto da sociedade global, os indivíduos e os corpos intermediários que compõem, em torno de esforços que objetivem a melhor qualidade da vida individual e associada. A referida articulação constitui, em ultima análise,Rezende, Ubiratan SimõesUniversidade Federal de Santa CatarinaAlves Filho, Antonio2012-10-15T21:20:58Z2012-10-15T21:20:58Z19821982info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf106856http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/74988porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-01-08T14:19:35Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/74988Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732016-01-08T14:19:35Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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