Mediação de conceitos científicos e as barreiras linguísticas enfrentadas pelos intérpretes de Libras
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190680 |
Resumo: | O direito legal de estudar em escolas regulares e ter o atendimento do Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais (TILS) se estabeleceu a partir do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) por meio da Lei 10.436 do ano 2002. Ao considerar o uso de Libras no ensino inclusivo de Ciências, faz-se necessário salientar que a Libras, por ser uma língua jovem em pleno desenvolvimento, ainda exibe carências de vocabulário, principalmente para expressar conceitos específicos. Em situações de sala de aula, o intérprete pode ter dificuldades em prover a adaptação da linguagem técnica que expressa o conteúdo técnicocientífico para a Libras, sendo levado a lidar com situações que ultrapassam a interpretação de sinais já existentes e a avançar sobre um portfólio de sinais relacionados à sua experiência de atuação. Com isso, a transmissão de mensagens sobre assuntos específicos necessita acompanhamento e avaliação constantes. O objetivo geral desse trabalho é investigar a mediação de conceitos científicos em Língua Portuguesa para a Libras a partir de levantamento de dados em campo, com ênfase na interpretação de termos científicos da área de Física, em específico, conceitos sobre Eletricidade mediados entre a Língua Brasileira de Sinais e a Língua portuguesa por TILS atuantes em instituições de Ensino Médio e Superior da região Oeste do Paraná. Para isso, conceitos de Física, previamente selecionados, foram apresentados (de forma oral, em língua portuguesa) a um grupo de TILS que realizaram a interpretação em Libras a qual foi filmada como forma de registro de dados. Posteriormente estas filmagens foram apresentadas a outro grupo de nove TILS que assistiram as gravações e escreveram na língua portuguesa o que entenderam das interpretações registradas pelo primeiro grupo de TILS. O vídeo também foi apresentado para duas professoras surdas para fazerem uma sucinta análise. Por fim, foi feita a avaliação das mensagens interpretadas em relação às mensagens originais por meio da confrontação direta. A análise por confrontação indica que as mensagens podem ser agrupadas em quatro classes, quanto a adequação de seus conteúdos ao conteúdo da mensagem fonte: (1) Mensagem resumida com a substituição de palavras ou expressões por termos equivalentes; (2) Mensagem resumida omitindo ou suprimindo informações;(3) Mensagem resumida substituindo palavras ou expressões por termos não equivalentes e (4) inadequação total entre mensagem fonte e mensagem alvo. A partir da análise indireta dos vídeos, e dos depoimentos das professoras surdas a respeito das mensagens filmadas, concluímos que o processo de interpretação nem sempre mantem a fidelidade de conteúdo à mensagem original, e as barreiras linguísticas existentes no processo de interpretação, como a falta de sinais específicos para termos técnicos e científicos e a falta de familiaridade com o assunto mediado, pode ocasionar prejuízos no processo de ensino e aprendizagem do estudante surdo. |
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