A antígona errante: Judith Malina e a vida como performance

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cantarela, Roberta
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/180561
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2017.
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spelling A antígona errante: Judith Malina e a vida como performanceLiteraturaTeatro americanoDiariosMulheres e literaturaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2017.O teatro, emblema de confrontações sociopolíticas e ideológicas intensificadas no último século, foi palco da criação do grupo teatral The Living Theatre, em 1947, em Nova Iorque. Os fundadores do Living, o casal anarquista Julian Beck e Judith Malina, concebeu o grupo de teatro experimental mais ativo, e ainda em atividade, da contemporaneidade. Com o apogeu do movimento contracultural nos anos 60 e 70, o grupo intensificou o seu papel de porta-voz das artes cênicas e dentro deste contexto de ação ocasionou seu roteiro itinerante. Após o convite de José Celso e Renato Borghi, do Teatro Oficina, o Living Theatre veio ao Brasil para apresentar a sua metodologia de criação e encenação, participando de seminários em São Paulo e em Minas Gerais, onde, em 1971, seus integrantes foram presos pelo Regime Militar Brasileiro. Nesse período, dentro da prisão, Judith Malina escreveu em seu diário sobre sua estada no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Em sua injusta morada na prisão, Judith Malina relatou em seus escritos às várias situações pelas quais passou dentro do cárcere. Desse modo, a sua fala, além de caracterizar a sua aflição individual, reflete um momento histórico tanto do The Living Theatre quanto de diversas pessoas que foram presas pela Ditadura Militar por motivos obscuros, como acusação de subversão. Ao ler o diário de Malina, se percebem algumas inquietações advindas de uma mulher alemã, judia, mãe, anarquista, pacifista e revolucionária. No entanto, para compreender melhor o panorama de vida dessa mulher, se faz necessário olhar para o passado, para a seleção de alguns poemas do livro Poems of a Wandering Jewess (1984) e seus últimos poemas publicados na obra Having Loved: new poems (2015). Para um olhar atento sobre a tradutora de Antigone (1990) do dramaturgo Bertold Brecht, Judith Malina, parte-se do mito de Antígona, mulher que desobedece às leis vigentes para lutar pelo que almeja, uma marca também em Malina. Para compreender seu desempenho político que se funde com a vida privada, percebe-se Malina em um universo performático em que seus escritos e suas ações no teatro se enredam de tal forma a se examinar as diferenças do público e o privado; entre a performance na vida política e na vida cotidiana da artista. Deste modo, o presente estudo apresenta a mulher, Judith Malina, em seu tablado de atuação, nos palcos, na escrita e na revolução. Para a tessitura do texto utilizam-se como suporte teórico, estudos sobre o teatro como Steiner (1995), Artaud (2006), Brook (1996), Biner (1976), Bornheim (2007) e Brecht (1978); sobrediário e testemunho, como Seligmann-Silva (2005), Ginzburg (2008), Gagnebin (2009), Blanchot (1987) e (2005); sobre a tortura violência na ditadura brasileira, Butler (2015), Wolff (2015), Malina (2011), Vannucci (2012), Green (2009), entre outros. Neste cenário almeja-se visualizar a mulher revolucionária Judith Malina, tanto nos palcos como na vida.<br>Abstract : The theater, as a symbol of intensified sociopolitical and ideological confrontation within the last century, has seen the creation of the theatre company The Living Theatre, in 1947, in New York. The founders of Living, the anarchist couple Julian Beck and Judith Malina, have conceived the most active experimental theatre company of contemporaneity, a company that is still active. Due to the countercultural heyday in the sixties and seventies, the company intensified its representative role of performing arts which turned possible its itinerant script. After José Celso and Renato Borghi?s invitation, from Teatro Oficina¸ the Living Theatre came to Brazil in order to present their methodology of creation and acting, taking part in seminars in São Paulo and Minas Gerais where, in 1971, its artists were arrested by the Brazilian Military Regime. During the period in the prison, Judith Malina wrote about her stay in the Departament of Political and Social Order (DOPS) in her personal diary. During her unfair prisoner life, Judith Malina wrote about the experiences she went through. Therefore, besides her own suffering, her words refer not only to the historical moment of The Living Theatre but also to the many people who had been arrested for unclear reasons, accused of subversion. When reading Malina?s diaries, one is able to recognize some uneasiness due to her being Jewess, German, anarchist, pacifist and revolutionary woman. In order to better understand the life of this woman, though, it is important to look back to the selection of some poems from Poems of a Wandering Jewess (1984) and to some of her last poems published in Having Loved: new poems (2005). For Bertold Brecht and his thoughtful look over Antigone?s translator, Judith Malina, from the Antigone?s myth, a woman who does not obey the law to the struggle for what she wants, Malina?s mark is present. In order to understand her political development that incorporates her private life, Malina is seen in an acting world where her writings and her actions in the theatre are put together in a way that it is possible to observe the differences between public and private, between the acting within her political life and her daily artist?s life. Therefore, the present study presents the woman Judith Malina, her acting on the stages, in her writings and in the revolution. The theoretical support for the text is formed by studies about theatre such as the ones by Steiner (1995), Artaud (2006), Brook (1996), Biner (1976), Bornheim (2007) and Brecht (1978); referring to diaries and testimony, writers such asSeligmann-Silva (2005), Ginzburg (2008), Gagnebin (2009), Blanchot (1987) and (2005); about torture and violence during the Brasilian military regime, Butler (2015), Wolff (2015), Malina (2011), Vannucci (2012), Green (2009) among others. Considering this scenario we aim to see the revolutionary woman in Judith Malina both on stage and in life.Costa, Claudia de LimaUniversidade Federal de Santa CatarinaCantarela, Roberta2017-10-31T03:19:41Z2017-10-31T03:19:41Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis261 p.| il.application/pdf348945https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/180561porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-10-31T03:19:41Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/180561Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732017-10-31T03:19:41Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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