Ancestralidade afro-brasileira na educação infantil: reflexões formativas para uma educação científica antirracista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fonseca, Suellen Souza
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/226995
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2021.
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spelling Ancestralidade afro-brasileira na educação infantil: reflexões formativas para uma educação científica antirracistaEducação científica e tecnológicaEducação infantilRelações étnicasRelações raciaisAntirracismoDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2021.Esta dissertação traz reflexões pertinentes aos meios e modos de educação científica numa perspectiva antirracista pensada através do referencial do Movimento Negro Educador e das reflexões possibilitadas por professoras da Educação Infantil. Inicialmente, apresentamos a trajetória da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) pelo aumento de pessoas negras na educação, vindo das ações afirmativas e trabalho histórico do Movimento Negro. Discutimos algumas vivências de divulgação da cultura africana, afro-brasileira e indígena para pensar a ERER na Educação em Ciências, bem como, o relato de experiência sociopoética ocorrida com profissionais de um Núcleo de Educação Infantil Municipal (NEIM) de Florianópolis, que apresenta um percurso de mulheres negras na liderança. Para compor os resultados, miramos a pesquisa a fim de responder como as vivências afrobrasileiras da Educação Infantil poderiam favorecer a intencionalidade antirracista na Educação em Ciências. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC, com Certificado de Apresentação e Apreciação Ética nº: 28914819.3.0000.0121 e Parecer nº 3.910.99, e aconteceu com o método de grupo focal online durante à pandemia de CoVid-19. A partir de um quadro teórico de infância oxumística e exumística, através do qual, almejamos amor e liberdade no processo educativo, elencamos as categorias de análises: a) a eugenia de todo dia que revive o conceito biológico de raça na educação; b) corpos humanos livres: o afeto como método educativo; c) o método da visão e a contra-hegemonia; d) histórias, representações e cores: um estudo representativo na Educação em Ciências. Concluímos ao fim que o aumento de personagens negres, brincadeiras e histórias de origem africana, afro-brasileira e indígenas no contexto educativo aproxima o currículo formal e vivido do contexto social das crianças do NEIM. Essas vivências podem favorecer o antirracismo na Educação em Ciências quando conhecemos mais sobre quem produz e como se produz o conhecimento hegemônico, buscando em nossas falas docentes a versão da história que não foi contada, que podem romper o perfil de neutralidade acadêmica e interseccionar as pessoas cientistas, suas perguntas e métodos. Verificamos também que apesar dos estereótipos normativos advindos dos meios de comunicação de massas, o grupo do NEIM trabalha de diversas maneiras e apresenta um currículo imagético escurecido. Indicamos nesta pesquisa que assuntos como diversidades de gêneros e étnico-raciais sejam maximizados na formação inicial e continuada de educadores, pois são cruciais para a autoreflexão sobre o racismo estrutural que revivem os estereótipos nas práticas desafetuosas de normatização. Concluímos também que as mídias de divulgação afrodiáporicas, como vídeos de contação de histórias, livros literários e informativos do núcleo são potenciais materiais para a Educação em Ciências, pois todo humano existe em certo ambiente e interage com ele, sendo necessário, no entanto, uma sensibilidade docente para identificar criticamente mensagens que reafirmam lugares de inferioridade. Finalmente, a trajetória de mulheres negras na liderança do NEIM foi de influência positiva para os currículos da instituição, mas essa superexposição por vezes pode gerar desgaste físico e emocional, o que orienta o acompanhamento psicológico de modo integrado às formações sobre ERER.Abstract: This dissertation brings relevant reflections to the means and modes of scientific education in an anti-racist perspective thought through the reference of the Black Educator Movement and the reflections made possible by Kindergarten teachers. Initially, we present the trajectory of Education for Ethnic-Racial Relations (ERER) by the increase of black people in education, coming from the affirmative actions and historical work of the Black Movement. We discuss some experiences of dissemination of African, Afro-Brazilian and indigenous culture to think about ERER in Science Education, as well as the report of a sociopoetic experience with professionals from a Municipal Child Education Center (NEIM) in Florianópolis, which presents a path of black women in leadership. To compose the final results, we aimed the research in order to answer how Afro-Brazilian experiences in Early Childhood Education could favor the anti-racist intentionality in Science Education. The research was approved by the Ethics Committee for Research with Human Beings at UFSC, with Certificate of Presentation and Ethical Appreciation nº: 28914819.3.0000.0121 and Opinion nº 3.910.99, and took place using the online focus group method during the pandemic of Covid-19. Based on a theoretical framework of oxumistic and exhumistic childhood, through which we aim at love and freedom in the educational process, we list the categories of analysis: a) everyday eugenics that revives the biological concept of race in education; b) free human bodies: affection as an educational method; c) the method of vision and counter-hegemony; d) stories, representations and colors: a representative study in Science Education. We conclude at the end that the increase of black characters, games and stories of African, Afro-Brazilian and indigenous origin in the educational context brings the formal and lived curriculum closer to the social context of the NEIM children. These experiences can favor anti-racism in Science Education when we know more about who produces and how hegemonic knowledge is produced, seeking in our teachers' speeches the version of history that has not been told, which can break the profile of academic neutrality and intersect people scientists, their questions and methods. We also found that despite the normative stereotypes coming from the mass media, the NEIM group works in different ways and presents a darkened imagery curriculum. We indicate in this research that issues such as gender and ethnic-racial diversities are maximized in the initial and continuing education of educators, as they are crucial for self-reflection on structural racism that revive stereotypes in disaffectionate normatization practices. We also conclude that Aphrodiaporic dissemination media, such as storytelling videos, literary books and core information, are potential materials for Science Education, as every human exists in a certain environment and interacts with it, however, it is necessary to have a teaching sensitivity to critically identify messages that reaffirm places of inferiority. Finally, the trajectory of black women in the leadership of NEIM had a positive influence on the institution's curricula, but this overexposure can sometimes lead to physical and emotional strain, which guides psychological monitoring in an integrated manner with training on ERER.Ramos, Mariana BrasilUniversidade Federal de Santa CatarinaFonseca, Suellen Souza2021-08-23T14:06:06Z2021-08-23T14:06:06Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis209 p.| il., tabs.application/pdf372246https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/226995porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-08-23T14:06:06Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/226995Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-08-23T14:06:06Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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