Vivências escolares em aulas de português que não acontecem: a (não) formação do aluno leitor e produtor de textos-enunciado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Irigoite, Josa Coelho da Silva
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/95837
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2011
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spelling Vivências escolares em aulas de português que não acontecem: a (não) formação do aluno leitor e produtor de textos-enunciadoLinguisticaLingua portuguesa -Estudo e ensinoLetramentoLeitura(Ensino de primeiro grau)Produção de textosDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2011Esta pesquisa teve como tema a aula de Português, com foco em fatores que comprometem a formação dos alunos como leitores e produtores de textos-enunciado escritos em diferentes gêneros discursivos. O objetivo foi identificar razões pelas quais as aulas de Português não acontecem no espaço escolar em estudo, em se tratando do ensino e da aprendizagem da leitura e da produção textual escrita, experienciando possibilidades de coconstrução de caminhos para que aconteçam; respondendo, assim, à seguinte questão-problema: Por que as aulas de Português não acontecem, no espaço escolar em estudo, em se tratando do ensino e da aprendizagem da leitura e da produção textual escrita? É possível coconstruir caminhos para que aconteçam? Essa questão foi desdobrada em três questões-suporte, que guiaram nossa geração de dados e que focalizam, respectivamente, a formação/ação docente; as vivências intersubjetivas dos alunos; e a natureza da ação institucional. A pesquisa partiu, assim, de dois grandes eixos teóricos: a ancoragem sociointeracionista vigotskiana e o conceito bakhtiniano de gêneros do discurso. Ao longo do estudo, outras teorias emergiram como necessárias para entender as especificidades das aulas de Português que não aconteciam como gênero discursivo (MATENCIO, 2001): buscamos algumas respostas #metodológicas# de teóricos da educação e estudiosos da linguagem # a exemplo de Antunes (2003), Batista (1997), Britto (1997), Geraldi (1997 [1991]), Kleiman (2001 [1989]), entre outros #; e outras de cunho social e antropológico, advindas dos estudos de letramento de autores como Street (1984), Barton (1994) e Gee (2004). A tipificação da pesquisa constituiu uma pesquisa-ação, com ancoragem etnográfica, cuja geração de dados partiu de nossa inserção em uma escola estadual do município de São José, nas aulas de Português de duas turmas: uma 7º série do ensino fundamental e um 1º ano do ensino médio. A operacionalização dividiu-se em duas grandes etapas: 1) a geração de dados, que incluiu um longo contato com a escola (quase dois anos), entrevistas, pesquisa documental e observação participante das aulas de Português com geração de notas de campo; e 2) minha ação protagonista, assumindo as aulas da turma de 1º ano do ensino médio ao longo de quase três meses. Essas aulas ministradas durante a pesquisa tiveram como foco norteador o gênero crônica, uma exigência local por conta das Olimpíadas de Português de que a escola iria participar na época. Os resultados sinalizam para uma provável divergência entre as práticas de letramento dos alunos e as práticas de letramento escolares. Mais do que uma divergência, concluímos que muitos dos gêneros do discurso que compõem a aula de Português # a exemplo da crônica # correspondem a propostas de eventos de letramento para os quais as práticas de letramento dos alunos não oferecem suporte. As atividades de leitura e escrita propostas pela escola, assim, não fazem sentido para os alunos, que, por sua vez, não se engajam nas aulas; não havendo engajamento, não há interação entre os alunos e o professor, por isso a aula de Português não acontece como gênero discursivo, na concepção de Matêncio (2001).This research is about the Portuguese class, focusing on factors that compromise the students development as readers and producers of written texts-utterance in different genres. The objective was identify reasons why the Portuguese classes do not happen in the school under study, when it comes to teaching and learning of reading and writing textual production, experiencing the possibilities of construction of ways to happen; answering, thus, the following question-problem: Why the Portuguese classes do not happen in the school under study, when it comes to teaching and learning of reading and writing textual production? It is possible to construct ways to happen? This question was split into three support issues that guided our data generation and focus, respectively, the teacher formation/action; the intersubjective experiences of students, and the nature of institutional action. The research started, thus, from two theoretical strands: the sociointeractionist anchoring from Vigotski and the concept of speech genres proposed by Bakhtin. Throughout the study, other theories have emerged as necessary to understand the specifications of the Portuguese classes that did not happen as a genre (MATENCIO, 2001): we searched some "methodological" answers of educational theorists and scientists of language # for example, Antunes (2003), Batista (1997), Britto (1997), Geraldi (1997 [1991]), Kleiman (2001 [1989]), among others -, and others of social and anthropological studies of literacy that come from authors such as Street (1984), Barton (1994) and Gee (2004). The type of the research was an action research, with ethnographic anchor, whose data generation came from our insertion into a state school in the city of São José, in the Portuguese classes of two groups: one 7th grade of the basic education and one 1st year of the high school. The operationalization was divided into two major stages: 1) data generation, which included an extensive contact with the school (almost two years), interviews, documentary research and participant observation of the Portuguese classes with the field notes generation; and 2) my protagonist role, giving classes in the 1st year of high school for almost three months. These classes taught during the research have been focused on the chronic genre, a local requirement because of the Portuguese Olympics that the school would participate in that time. The results point to a probable divergence between the students literacy practices and the school literacy practices. More than a divergence, we conclude that many of the speech genres that constitute the Portuguese classes # for example, the chronic # correspond to proposals for literacy events of which the students' literacy practices do not support. The activities of reading and writing proposed by the school, therefore, do not make sense for students who, in their turn do not get engaged in class; if there is no engagement there is no interaction between students and teacher, so the Portuguese class does not happen as a speech genre, in the conception of Matencio (2001).Florianópolis, SCCerutti-Rizzatti, Mary ElizabethUniversidade Federal de Santa CatarinaIrigoite, Josa Coelho da Silva2012-10-26T06:23:39Z2012-10-26T06:23:39Z20112011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis232 p.| grafs., tabs.application/pdf295111http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/95837porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-05-03T12:07:54Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/95837Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-03T12:07:54Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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