Poesia de direitos humanos e injustiça social na literatura surda: tradução, interpretação, agência e ativismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Jonatas Rodrigues
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/247376
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, Florianópolis, 2022.
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spelling Poesia de direitos humanos e injustiça social na literatura surda: tradução, interpretação, agência e ativismoTradução e interpretaçãoDireitos humanosLíngua brasileira de sinaisAtivismoIntérpretes para surdosDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, Florianópolis, 2022.Como se constituem as relações entre a temática de Direitos Humanos e a Literatura Surda e Sinalizada? De que forma ocorre a agência tradutória de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) que atuam com a Literatura Surda e Sinalizada que tematiza os Direitos Humanos? Tomando essas perguntas como condutoras deste estudo, o objetivo principal desta pesquisa foi analisar as narrativas produzidas por intérpretes e tradutores/as de Libras-Português ouvintes e surdos/as que atuam diretamente com a literatura que manifesta a pauta dos Direitos Humanos e das Injustiças Sociais. Para isso, os seguintes objetivos específicos foram desdobrados: (I) articular conceitos entre os Estudos da Tradução, Estudos Culturais pós-coloniais/decoloniais, Estudos Surdos e Direitos Humanos; (II) apresentar a relação entre Literatura e Direitos Humanos e Literatura Surda e Direitos Humanos; (III) examinar elementos que se destacam sobre a agência de tradutores/as e intérpretes de Libras que atuam com Literatura Surda e Sinalizada de Direitos Humanos e Injustiças Sociais. O problema de pesquisa concentrou-se em entender como raça, gênero, sexualidade e classe podem ser marcadores que incidem na agência, na interpretação e na tradução de contextos literários em língua de sinais voltados aos Direitos Humanos e às Injustiças Sociais. Para alcançar esses objetivos, propôsse uma pesquisa interdisciplinar de reconhecimento geopolítico que transitasse entre os campos dos Estudos da Tradução, dos Estudos Surdos, dos Estudos Culturais de aspirações póscoloniais/decoloniais e diálogo com o campo dos Direitos Humanos Interseccionais. A hipótese de pesquisa foi que intérpretes e tradutores/as de Libras que atuam com literatura de Direitos Humanos e Injustiças Sociais são, para além de mediadores linguísticos, ideologicamente engajados nas pautas surdas reivindicatórias e em diferentes movimentos sociais. A metodologia de análise baseou-se na Teoria Narrativa nos Estudos da Tradução, proposta por Mona Baker (2006a), por meio da qual se elenca o conceito de narrativa ontológica e narrativa pública para o cotejo dos dados. Foram utilizados como instrumento de pesquisa a entrevista semiestruturada, com base em Gil (2002), e a produção de autodocumentário pelos/as participantes de pesquisa, a partir de Freitas (2010). Três eixos de análise foram organizados: (I) Intérpretes e tradutores/as: histórias de vida e movimentos sociais; (II) Literaturas Surdas e Direitos Humanos; e (III) Direitos Humanos: tradução, agência e ativismo. Os resultados apontam: (I) as narrativas ontológicas dos/as intérpretes e tradutores/as de Libras que atuam com Literatura Surda e Sinalizada de Direitos Humanos convergem com suas ações e narrativas públicas. Os/as participantes ouvintes tiveram seu contato com a arte e a língua de sinais entre a infância e a adolescência; embora o espaço primário com a língua tenha sido o religioso, o contato com a comunidade surda despertou mais tarde o interesse por pautas de movimentos sociais e debates interseccionais. De forma contrária, as participantes surdas tiveram contato efetivo com a Libras de forma mais tardia, na adolescência e na juventude, porém o contato com movimentos sociais ocorreu por meio do movimento feminista, sendo a relação com movimentos surdos em momento posterior. As narrativas ontológicas revelaram, ainda, que o contato com a Literatura Surda e Sinalizada ocorreu na igreja e na universidade, assim como em espaços não institucionalizados como o Slam; (II) a Literatura Surda e Sinalizada de Direitos Humanos e Injustiças Sociais agrega diferentes temáticas como: surdidade, raça, feminismo, identidades LGBTQIA+, classe, meio ambiente, violências, audismo entre outros; (III) os/as participantes da pesquisa acionam diferentes narrativas coletivas que explanam sobre formas de agência em prol de Literatura Surda e Sinalizada de Direitos Humanos, traçando características que descrevem o perfil de agentes da tradução, não só como intérpretes e tradutores/as, mas também como performers, poetas, representantes ou aliados da temática de Direitos Humanos e Injustiças Sociais, sujeitos não neutros, estudantes do tema etc. As ações dos agentes de tradução extrapolam o ato de traduzir e interpretar, agregando atividades como mobilização de coletivos surdos, influenciadores, cinegrafistas, editores de vídeos, legendadores, produtores de conteúdo e produtores de eventos culturais.Abstract: How are the relations between the theme of Human Rights and the Deaf and Signaled Literature? How does the translation agency of the Brazilian Sign Language (knows by the acronym Libras) interpreters that act with Deaf and Signaled Literature that thematizes Human Rights occur? Taking these questions as conductors of this study, the main objective of this research was to analyze the narratives produced by interpreters and translators of Libras-Portuguese hearing and deaf people who act directly with literature that manifests the agenda of Human Rights and Social Injustices. For this, the following specific objectives were unfolded: (I) to articulate concepts between Translation Studies, postcolonial/decolonial Cultural Studies, Deaf Studies and Human Rights; (II) to present the relationship between Literature and Human Rights and Deaf Literature and Human Rights; (III) to examine elements that stand out about the agency of Libras translators and interpreters who act with Deaf and Signaled Literature on Human Rights and Social Injustices. The research problem concentrated on understanding how race, gender, sexuality and class can be markers that focus on the agency, interpretation and translation of literary contexts in sign language focused on Human Rights and Social Injustices. To achieve these goals, an interdisciplinary investigation of geopolitical recognition was proposed that transited among the fields of Translation Studies, Deaf Studies, Cultural Studies of postcolonial/decolonial aspirations and dialogue with the field of Intersectional Human Rights. The hypothesis of research was that Libras interpreters and translators that act with Human Rights Literature and Social Injustices are, besides linguistic mediators, ideologically engaged in deaf demands and in different social movements. The analysis methodology was based on the Narrative Theory in Translation Studies, proposed by Mona Baker (2006a), through which the concept of ontological narrative and public narrative is specified for data comparison. Semi-structured interview was used as research instrument, based on Gil (2002), and also a self-documentary produced by the research participants, based on Freitas (2010). Three axes of analysis were organized: (I) Interpreters and translators: life stories and social movements; (II) Deaf Literatures and Human Rights; and (III) Human Rights: translation, agency and activism. The results point out: (I) the ontological narratives of Libras interpreters and translators that act with Deaf and Signaled Literature of Human Rights converge with their public actions and narratives. The hearing participants had their contact with art and sign language between childhood and adolescence; although the primary space with the language was the religious one, contact with the deaf community caught their interest later through social movements issued and intersectional debates. Deaf participants, on the contrary, had effective contact with Libras later, during their adolescence and youth, but the contact with social movements occurred through the feminist movement, having their relationship with deaf movements at a later time. The ontological narratives also revealed that contact with Deaf and Signaled Literature occurred in the church and in the university, as well as in non-institutionalized spaces such as the Slam; (II) Deaf and Signaled Literature on Human Rights and Social Injustices adds different themes such as: surdity, race, feminism, LGBTQIA+, class, environment, violence, audism, among others; (III) research participants activate different collective narratives that explain about forms of agency for Deaf and Signaled Literature on Human Rights, tracing characteristics that describe the profile of the translation agents, not just as interpreters and translators, but also as performers, poets, representatives or allies of the theme of Human Rights and Social Injustices, non-neutral subjects, students of the theme, etc. The actions of the translation agents go beyond the act of translating and interpreting, adding activities such as mobilization of deaf collectives, influencers, cinematographers, video editors, subtitlers, content producers and cultural event producers.Santos, Silvana Aguiar dosUniversidade Federal de Santa CatarinaMedeiros, Jonatas Rodrigues2023-06-28T18:24:57Z2023-06-28T18:24:57Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis308 p.| il.application/pdf381193https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/247376porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-06-28T18:24:57Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/247376Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732023-06-28T18:24:57Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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