Finanças solidárias e a luta contra hegemônica: um estudo de caso do banco comunitário união Sampaio e da agência popular Solano Trindade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raimundo, Luciana
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/129643
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2014
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Exponho as estratégias da comunidade diante das dificuldades no acesso a determinados serviços da rede bancária convencional e a subsídios de produtoras artísticas comerciais, além dos impactos que tais estratégias promovem na vida dos moradores da região. Assim sendo, o objetivo geral desta pesquisa é investigar e analisar o alcance e os limites de um banco comunitário e de uma agência popular, mais especificamente a experiência supracitada, no que tange às transformações na vida privada e comunitária dos moradores do bairro Jardim Maria Sampaio, à formação de uma identidade de grupo e de classe e à articulação de ações coletivas e formativas. De modo geral, para contextualizar a problemática desta pesquisa, recupero, brevemente, o panorama brasileiro e internacional de crise do sistema financeiro, no início do século XXI, e suas implicações na relação entre centro e periferia da economia mundial. Descrevo as ações do governo brasileiro contra a estagnação econômica, envolvendo o sistema bancário público e privado, e reflito sobre as últimas reformas bancárias brasileiras. Abordo a maneira como projetos de bancos comunitários e moedas sociais podem devolver liquidez e estimular a circulação de capital nas regiões periféricas empobrecidas, potencializando o desenvolvimento local. Sob esta reflexão e diante do atual contexto de crise, reflito sobre duas possíveis alternativas à atual crise do capital: reformar as políticas econômicas existentes, oportunizando a recuperação do atual sistema dominante, ou investigar e aplicar projetos que promovam a transição da velha para uma nova forma de sociedade, entendendo a transição como o processo em que uma sociedade, com uma nova forma de ser social, se constitui a partir da sociedade anterior, carregando, contudo, o peso do passado ainda não totalmente superado (MARX, 2011). A premissa que coloca a Economia Solidária e as Finanças Solidárias como projetos de superação não é unânime. Acreditar que elas, por si só, podem transformar o atual sistema é tropeçar em barreiras, dispostas nos campos teórico, metodológico e político, que ainda necessitam ser superadas. No entanto, considero que tanto a Economia Solidária quanto as Finanças Solidárias podem contribuir para a reflexão acerca do projeto de sociedade que queremos defender e implementar neste processo de transição, agregando-o, inclusive, à disputa por hegemonia.<br>Abstract: I discuss in this research Solidarity Economics and Solidarity Finances in Brazil, through a case study of the Community Bank Sampaio Union and the People's Agency Solano Trindade, located on the outskirts of the southern region of the city of São Paulo, in the neighborhood Jardim Maria Sampaio, specifically in the Women's Association of Campo Limpo and adjacencies, or Popular Union of Women in Campo Limpo (UPM), as it is also known. I expose the strategies of the community in the face of difficulties in accessing certain services of the conventional banking system and subsidies of commercial artistic producers, in addition to the impacts that these strategies promote to the lives of local residents. Therefore, the objective of this research is to investigate and analyze the scope and limits of a community bank and a popular agency, specifically the aforementioned experience, regarding changes in the private and community life of the residents of the neighborhood of Jardim Maria Sampaio, the construction of a group and class identities and the articulation of collective and formation actions. To contextualize the problematic of this research, I expose, briefly, the Brazilian and international panorama of the financial system crisis in the early twenty-first century and its implications on the relationship between center and periphery of the world's economy. I describe the Brazilian government's actions against economic stagnation, involving its public and private banking system, and reflect on the latest Brazilian banking reforms. I discuss how projects of community banks and social currencies may return liquidity and stimulate the circulation of capital in impoverished outlying regions, enhancing local development. Through the discussion outlined above, and given the current context of crisis, I reflect on two possible alternatives to the current crisis of the capitalist system: reforming the existing economic policies, providing opportunities for the recovery of the current dominant system, or investigating and implementing projects that promote the transition from the old to a new form of society, understanding the transition as a process in which a society, with a new way of social being, constitutes itself from the previous society, carrying, however, the weight of the past not yet fully overcome (Marx, 2011). The premise that puts Solidarity Economics and Solidarity Finances as projects for overcoming capitalism is not unanimous. Believing that they, alone, can transform the current system is tripping over barriers - theoretical, methodological and political - that still need to be overcome. I conclude, however, that both Solidarity Economics and Solidarity Finances can contribute to our reflections on the design of society we want to defend and implement in this transition process, aggregating it to the dispute for hegemony.Müller, Ricardo GasparUniversidade Federal de Santa CatarinaRaimundo, Luciana2015-02-05T21:20:04Z2015-02-05T21:20:04Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis240 p.| il., grafs., tabs.application/pdf332110https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/129643porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2015-02-05T21:20:04Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/129643Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732015-02-05T21:20:04Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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