Insegurança alimentar em comunidades em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia Covid-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Manfrinato, Catarina Vezetiv [UNIFESP]
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67381
Resumo: Objetivo: Avaliar a prevalência de insegurança alimentar em famílias moradoras de comunidades em situação de vulnerabilidade social frente ao isolamento social exigido durante a pandemia de COVID-19. Metodologia: Foi conduzido estudo de coorte em duas comunidades da cidade de São Paulo, Heliópolis e Vila São José, entre abril 2020 e abril de 2021, com avaliações semestrais entre elas. Por telefone, avaliou-se a insegurança alimentar utilizando-se a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Foram calculadas as razões de prevalências para identificar os fatores associados à insegurança alimentar e a sua persistência. Resultados: Em abril de 2020, na linha de base, foram entrevistados 909 chefes de famílias, cujos contatos foram obtidos junto aos líderes comunitários. A maioria dos domicílios é chefiada por mulheres (88%), jovens em profissões de baixa qualificação e 98% dos domicílios com crianças. Um quinto recebe Bolsa Família. Aproximadamente metade encontra-se em insegurança alimentar. Fatores associados à insegurança alimentar foram: baixa renda, ser beneficiário do Bolsa Família, baixo nível de escolaridade do chefe de família e não ter criança no domicílio. Após intervalo de seis meses, 424 responderam à segunda entrevista. Observou-se aumento na cobertura do auxílio social, mas a renda per capita reduziu no período. Um ano após, 302 chefes de família responderam a entrevista nos três momentos. Destes, 33% sempre se encontraram em insegurança alimentar e 46% estavam em insegurança alimentar em algum momento do estudo. Os fatores associados à persistência da insegurança alimentar foi a baixa renda [RP ajustada (IC95%) = 1·62 (95%CI:1·17-2·24)] independente da escolaridade. Domicílios que sempre se encontraram em insegurança alimentar apresentaram maior prevalência de dificuldade de comprar botijão de gás [PR ajustada=2·54 (95%CI:1·78-3·62)], álcool em gel [PR ajustada=5·67 (95%CI:83·24- 9·91)] e produtos básicos de higiene [PRajustada=4·08 (95%CI:2·49-6·68)] ajustada por escolaridade. Conclusão: A prevalência de IA foi elevada em comunidades em vulnerabilidade social, mostrando que a pandemia de COVID-19 impactou fatores essenciais para a manutenção da saúde. A garantia de alimentos em quantidade e com regularidade, sem comprometer o acesso aos outros itens de necessidades básicas precisam ser garantidos.
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