Brincando para continuar a ser criança e libertar-se do confinamento por estar hospitalizada e em precaução
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5070269 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50458 |
Resumo: | A hospitalização, por si só, é um fator gerador de estresse e sofrimento para a criança, pois ela é afastada da sua rotina habitual. Essa situação é potencializada quando ela se encontra na condição de precaução, o que a priva da liberdade e de poder interagir com outras crianças também hospitalizadas. A possibilidade de brincar tem sido recomendada para reduzir o estresse decorrente da hospitalização. Este estudo objetivou compreender o significado do brincar para a criança hospitalizada e em precaução. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa que utilizou como referencial teórico o Interacionismo Simbólico. Foi realizada em um hospital público infantil da cidade de São Paulo, com oito crianças de idade entre cinco e dez anos, hospitalizadas em quartos privativos de precaução. Seu projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP sob o parecer nº 1. 267.939/2015, e todos os procedimentos éticos foram respeitados. A coleta dos dados ocorreu no período entre abril e setembro de 2016 e deu-se pela observação participante com elaboração de um diário de campo, a partir de uma interação lúdica desenvolvida com a criança durante três dias consecutivos e por entrevista semiestruturada mediada pelo Procedimento de Desenho-Estória com Tema. Os dados foram analisados por meio da Análise Qualitativa de Conteúdo seguindo as etapas de codificação, categorização, integração e descrição das categorias desveladas. Os resultados revelaram que, ao brincar, a criança percebe-se ativa no processo da hospitalização, tendo voz e colocando-se como o ator principal que pode decidir e dominar uma situação; manifesta seus sonhos e desejos, inclusive a vontade de libertar-se do confinamento. Mostraram também que nos três dias da atividade lúdica houve evolução das interações da criança com o ambiente, a pesquisadora e com ela mesma, tornandose mais calma, tranquila, feliz e percebendo-se respeitada. Além disso, indicaram que a criança define o hospital como um local de sofrimento, restrições e procedimentos, e os profissionais de enfermagem como quem apenas os realiza; desvelaram a importância e os benefícios de participar de uma atividade lúdica envolvente, com um adulto que se mostra disponível para brincar e as estratégias desenvolvidas pela criança para participar dessa atividade, apesar das dificuldades e limitações que apresenta. Ressalta-se que, como defensor dos direitos da criança, o enfermeiro deve se engajar na promoção da atividade lúdica, incorporando-a à sua prática assistencial, visando ao estabelecimento do vínculo e à facilidade na realização dos cuidados, desmistificando a imagem do enfermeiro como o profissional que realiza apenas procedimentos, propiciando a expressão da criança, tornando a hospitalização um evento menos traumático e possibilitando que ela continue sendo criança e possa se libertar do confinamento por estar hospitalizada e em precaução. |
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Este estudo objetivou compreender o significado do brincar para a criança hospitalizada e em precaução. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa que utilizou como referencial teórico o Interacionismo Simbólico. Foi realizada em um hospital público infantil da cidade de São Paulo, com oito crianças de idade entre cinco e dez anos, hospitalizadas em quartos privativos de precaução. Seu projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP sob o parecer nº 1. 267.939/2015, e todos os procedimentos éticos foram respeitados. A coleta dos dados ocorreu no período entre abril e setembro de 2016 e deu-se pela observação participante com elaboração de um diário de campo, a partir de uma interação lúdica desenvolvida com a criança durante três dias consecutivos e por entrevista semiestruturada mediada pelo Procedimento de Desenho-Estória com Tema. Os dados foram analisados por meio da Análise Qualitativa de Conteúdo seguindo as etapas de codificação, categorização, integração e descrição das categorias desveladas. Os resultados revelaram que, ao brincar, a criança percebe-se ativa no processo da hospitalização, tendo voz e colocando-se como o ator principal que pode decidir e dominar uma situação; manifesta seus sonhos e desejos, inclusive a vontade de libertar-se do confinamento. Mostraram também que nos três dias da atividade lúdica houve evolução das interações da criança com o ambiente, a pesquisadora e com ela mesma, tornandose mais calma, tranquila, feliz e percebendo-se respeitada. Além disso, indicaram que a criança define o hospital como um local de sofrimento, restrições e procedimentos, e os profissionais de enfermagem como quem apenas os realiza; desvelaram a importância e os benefícios de participar de uma atividade lúdica envolvente, com um adulto que se mostra disponível para brincar e as estratégias desenvolvidas pela criança para participar dessa atividade, apesar das dificuldades e limitações que apresenta. Ressalta-se que, como defensor dos direitos da criança, o enfermeiro deve se engajar na promoção da atividade lúdica, incorporando-a à sua prática assistencial, visando ao estabelecimento do vínculo e à facilidade na realização dos cuidados, desmistificando a imagem do enfermeiro como o profissional que realiza apenas procedimentos, propiciando a expressão da criança, tornando a hospitalização um evento menos traumático e possibilitando que ela continue sendo criança e possa se libertar do confinamento por estar hospitalizada e em precaução.Hospitalization, by itself, is a triggering factor for stress and distress for the child, since she is detached from her habitual routine. This situation is worsened when she is a precautionary condition, which deprives her of freedom and of being able to interact with other hospitalized children. The possibility of playing has been recommended to reduce the stress arising from the hospitalization. Thus, this study was intended to understand the meaning of playing for the hospitalized child and in precaution. This is a qualitative research that used the Symbolic Interactionism as its theoretical benchmark. It was performed in a public children’s hospital in the city of São Paulo, with eight children aged between five and ten years, hospitalized in private and precautionary rooms. It´s project was approved by the Research Ethics Committee of UNIFESP under opinion nº 1.267.939/2015, and all ethical procedures were respected. The data collection occurred between April and September 2016 and was accomplished by means of participant observation, with the elaboration of a field diary, based on a playful interaction developed with the child during three consecutive days, and by means of a semi-structured interview mediated by the Story-Drawing Procedure with Theme. The data were analyzed by means of Qualitative Content Analysis by following the steps of codification, categorization, integration and description of the unveiled categories. The results revealed that, when playing, the child perceives herself as an active subject in the hospitalization process, having voice and placing herself as the main actor that can decide and dominate a situation; expresses her dreams and desires, including the desire to get rid of the confinement. They also showed that, during the three days of the playful activity, there was an evolution of the interactions of the child with the environment, with the researcher and with herself, thereby becoming calmer, quiet and happy, besides perceiving herself as a respected person. Furthermore, they highlighted that the child defines the hospital as a place of distress, restrictions and procedures, and nursing professionals as the only people who perform them; unveiled the importance and the benefits of taking part in a captivating playful activity, with an adult who is available to play, and the strategies developed by the child to take part in this activity, despite the difficulties and limitations that she has. One should emphasize that, as a defender of children’s rights, the nursing professional must engage in the promotion of the playful activity, incorporating it into his health care practice, aiming to establish the bond and to facilitate the performance of care actions, demystifying the image of the nurse as the professional who only performs procedures, enabling the expression of the child, making the hospitalization a less traumatic event and allowing her to continue being a child and to achieve the ability to get rid of the confinement for being hospitalized and in precaution.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2017)168 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Isolamento de pacientesJogos e brinquedosCriança hospitalizadaPlay and playthingsChild, hospitalizedPatient isolationBrincando para continuar a ser criança e libertar-se do confinamento por estar hospitalizada e em precauçãoPlaying to continue being a child and to get rid of the confinement for being hospitalized and in precautioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola Paulista de Enfermagem (EPE)EnfermagemEnfermagem, Cuidado e SaúdeFundamentos, Métodos, Processos e Tecnologias em Enfermagem e Saúde (Fumptes)ORIGINALJÉSSICA RENATA BASTOS DEPIANTI PDF A.pdfJÉSSICA RENATA BASTOS DEPIANTI PDF A.pdfDissertação de mestradoapplication/pdf1784770${dspace.ui.url}/bitstream/11600/50458/1/J%c3%89SSICA%20RENATA%20BASTOS%20DEPIANTI%20PDF%20A.pdf52e8c80c855a0cd4904c6c7be8971f51MD51open access11600/504582023-09-25 08:23:05.377open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/50458Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-09-25T11:23:05Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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A hospitalização, por si só, é um fator gerador de estresse e sofrimento para a criança, pois ela é afastada da sua rotina habitual. Essa situação é potencializada quando ela se encontra na condição de precaução, o que a priva da liberdade e de poder interagir com outras crianças também hospitalizadas. A possibilidade de brincar tem sido recomendada para reduzir o estresse decorrente da hospitalização. Este estudo objetivou compreender o significado do brincar para a criança hospitalizada e em precaução. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa que utilizou como referencial teórico o Interacionismo Simbólico. Foi realizada em um hospital público infantil da cidade de São Paulo, com oito crianças de idade entre cinco e dez anos, hospitalizadas em quartos privativos de precaução. Seu projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP sob o parecer nº 1. 267.939/2015, e todos os procedimentos éticos foram respeitados. A coleta dos dados ocorreu no período entre abril e setembro de 2016 e deu-se pela observação participante com elaboração de um diário de campo, a partir de uma interação lúdica desenvolvida com a criança durante três dias consecutivos e por entrevista semiestruturada mediada pelo Procedimento de Desenho-Estória com Tema. Os dados foram analisados por meio da Análise Qualitativa de Conteúdo seguindo as etapas de codificação, categorização, integração e descrição das categorias desveladas. Os resultados revelaram que, ao brincar, a criança percebe-se ativa no processo da hospitalização, tendo voz e colocando-se como o ator principal que pode decidir e dominar uma situação; manifesta seus sonhos e desejos, inclusive a vontade de libertar-se do confinamento. Mostraram também que nos três dias da atividade lúdica houve evolução das interações da criança com o ambiente, a pesquisadora e com ela mesma, tornandose mais calma, tranquila, feliz e percebendo-se respeitada. Além disso, indicaram que a criança define o hospital como um local de sofrimento, restrições e procedimentos, e os profissionais de enfermagem como quem apenas os realiza; desvelaram a importância e os benefícios de participar de uma atividade lúdica envolvente, com um adulto que se mostra disponível para brincar e as estratégias desenvolvidas pela criança para participar dessa atividade, apesar das dificuldades e limitações que apresenta. Ressalta-se que, como defensor dos direitos da criança, o enfermeiro deve se engajar na promoção da atividade lúdica, incorporando-a à sua prática assistencial, visando ao estabelecimento do vínculo e à facilidade na realização dos cuidados, desmistificando a imagem do enfermeiro como o profissional que realiza apenas procedimentos, propiciando a expressão da criança, tornando a hospitalização um evento menos traumático e possibilitando que ela continue sendo criança e possa se libertar do confinamento por estar hospitalizada e em precaução. |
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