Efeito anti-inflamatório e anticonvulsivante do Canabidiol durante duas fases do ciclo estral de ratas no modelo de crise convulsiva induzida por PTZ

• Autor(a) principal: Janisset, Nilma do Rocio Lara de Lima [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8001098; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59899
• topic: Canabidiol; Epilepsia catamenial; Convulsões agudas; Mcróglias; Interleucinas; Cannabidiol; Catamenial epilepsy; Acute seizures; Microglia; Interleukins

O canabidiol (CBD) é um dos principais canabinóides presentes na Cannabis sativa com grande potencial terapêutico. De acordo com evidências de estudos pré-clínicos e clínicos, o CBD demonstrou ter efeitos anticonvulsivos e foi recentemente proposto para o tratamento de crises epilépticas. Aproximadamente 70% das mulheres com epilepsia enfrentam desafios adicionais na exacerbação das convulsões devido a alterações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual. Dado o impacto das influências hormonais na atividade convulsiva e potenciais complicações dos tratamentos, o objetivo do presente estudo foi investigar a influência de duas fases do ciclo estral de ratas sobre o efeito protetor do CBD em convulsões induzidas por pentilenotetrazol (PTZ). Ratas Wistar nas fases estro (E) e diestro (D) foram tratadas com veículo (CTRL) ou CBD (50mg/kg). Uma hora após o tratamento com CBD, as convulsões generalizadas agudas foram induzidas pela administração de PTZ (60mg/kg), e os seguintes parâmetros foram registrados: mortalidade, latência, duração e quantidade de convulsões. Após 24h, metade dos animais de cada grupo foram perfundidos e seus cérebros foram processados por imunohistoquímica para o marcador microglial Iba-1 e, na outra metade, o sangue foi coletado para a análise dos níveis de interleucina IL-1β pró-inflamatória. Os parâmetros comportamentais de convulsões e respostas inflamatórias foram analisados e os resultados obtidos indicaram que o CBD mostrou efeitos protetores na fase de estro reduzindo a taxa de mortalidade e a quantidade de convulsões. Além disso, o CBD na fase estro reduziu as respostas inflamatórias agudas, alterando o padrão de expressão da micróglia e os níveis de interleucina. Nossos resultados indicam que o CBD tem efeitos anticonvulsivantes distintos nas duas fases do ciclo estral, alterando a resposta inflamatória que ocorre após convulsões agudas. Os presentes resultados indicam que esse efeito protetor é influenciado por variações hormonais, apresentando ação proeminente durante a fase do estro. Nosso estudo pode ajudar a esclarecer algumas questões relacionadas ao potencial terapêutico do CBD na epilepsia catamenial e pode contribuir para o desenvolvimento de novas terapias no futuro.