Contribuição dos potenciais visuais evocados ao estudo funcional da via óptica em crianças e adultos com tumores cerebrais primários
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Data de Publicação: | 2020 |
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Resumo: | OBJETIVOS: Esta tese versa sobre a contribuição dos potenciais visuais evocados (PVE) à avaliação funcional do sistema visual em tumores cerebrais primários por meio de quatro artigos que buscam: a) caracterizar possíveis alterações nos PVEs por padrões reversos (PVEPR) e por flashes (PVEF) em crianças e adolescentes com gliomas de baixo grau, com e sem neurofibromatose tipo 1 (NF1) (Artigo 1); b) estimar déficit da acuidade visual de grades (AVG) em crianças que não informam a acuidade visual de optotipos (Artigo 2); c) definir valores normativos para PVEPR e PVEF, em adultos saudáveis de ambos os sexos (Artigo 3) e, d) com base nos resultados normativos, estudar a função visual em adultos com tumores orbitários e cerebrais (Artigo 4). MÉTODOS: Artigo 1: Os resultados dos PVEPRs e PVEF foram categorizados e associados à NF1 por regressão logística de Firth, ajustada para idade, sexo e ressecção tumoral. Valores de corte para amplitude (em microvolts) e latência (em milissegundos) dos PVEPRs (15’ e 60’) foram, respectivamente, ≥9,0 µV e ≤103,0 ms. Artigo 2: Déficits da AVG estimada para a idade por meio do PVE de varredura foram identificados e classificados em leve (0,10-0,39 logMAR), moderado (0,40-0,79 logMAR) ou grave (≥0,80 logMAR). Artigo 3: Valores normativos para PVEPRs com estímulos subentendendo ângulos visuais de 15’ e 60’ e para o PVEF foram estabelecidos para cada sexo. Artigo 4: Alterações eletrofisiológicas em olhos afetados e não afetados (contralaterais) foram identificadas por comparação com um controle e com limites normativos para cada sexo. RESULTADOS: Artigo 1: Em 68% dos casos (15 masculinos, 60% não NF1; idade= 9,2±3,8 anos) detectou-se amplitudes reduzidas (46%NF1 e 83% não-NF1) e latências prolongadas (38% NF1 e 89% não-NF1); casos esporádicos foram marginalmente associados à redução da amplitude (p=0,055). Artigo 2: Todos os casos (13 meninos; idade= 35,1±25,9 meses; 24 gliomas e 1 tumor embrionário, 84% hipotalâmico/quiasmático) apresentaram deficiência visual (déficit da AVG= 0,60 ± 0,36 logMAR), sendo 40% leve, 32% moderada e 28% grave. Artigo 3: Em 54 adultos saudáveis (28 mulheres) com idades entre 25 e 74 anos (média da idade= 40,4 ± 13,7 anos) foram estabelecidos valores de corte monoculares para P100 no PVEPR60’ (homens= 2,5µV/106,1ms; mulheres= 2,6µV/104,5ms) e PVEPR15’ (homens= 3,6µV/107,2; mulheres= 1,4µV/105,8ms) e para N2P2 no PVEF (homens= 1,8µV/76,3 ms; mulheres= 4,8µV/71,4 ms). Em média, respostas mono e binoculares foram mais robustas e marginalmente mais rápidas no sexo feminino. Artigo 4: Olhos afetados ou de pior visão dos 21 adultos (17 mulheres; idade=49,2±11,9 anos) com tumores orbitários e cerebrais apresentaram PVEPRs reduzidos e lentificados (P<0,001) e PVEF reduzido (P<0,001). Resultados similares foram observados em 6/16 olhos contralaterais (não afetados) com acuidade visual normal, em pacientes com tumores orbitários unilaterais. CONCLUSÕES: O estudo funcional da via óptica por potenciais visuais evocados em crianças e adultos com tumores cerebrais primários permite quantificar e classificar déficits visuais manifestos e subclínicos, de forma objetiva e não invasiva, e auxilia a caracterizar mecanismos subjacentes à lesão tumoral que possam levar à deficiência visual e cegueira. |
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Dotto, Patricia De Freitas [UNIFESP]Universidade Federal de São PauloSalomao, Solange Rios [UNIFESP]2022-07-25T12:51:09Z2022-07-25T12:51:09Z2020-05-28https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10056704https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64866PATRICIA DE FREITAS DOTTO.pdfOBJETIVOS: Esta tese versa sobre a contribuição dos potenciais visuais evocados (PVE) à avaliação funcional do sistema visual em tumores cerebrais primários por meio de quatro artigos que buscam: a) caracterizar possíveis alterações nos PVEs por padrões reversos (PVEPR) e por flashes (PVEF) em crianças e adolescentes com gliomas de baixo grau, com e sem neurofibromatose tipo 1 (NF1) (Artigo 1); b) estimar déficit da acuidade visual de grades (AVG) em crianças que não informam a acuidade visual de optotipos (Artigo 2); c) definir valores normativos para PVEPR e PVEF, em adultos saudáveis de ambos os sexos (Artigo 3) e, d) com base nos resultados normativos, estudar a função visual em adultos com tumores orbitários e cerebrais (Artigo 4). MÉTODOS: Artigo 1: Os resultados dos PVEPRs e PVEF foram categorizados e associados à NF1 por regressão logística de Firth, ajustada para idade, sexo e ressecção tumoral. Valores de corte para amplitude (em microvolts) e latência (em milissegundos) dos PVEPRs (15’ e 60’) foram, respectivamente, ≥9,0 µV e ≤103,0 ms. Artigo 2: Déficits da AVG estimada para a idade por meio do PVE de varredura foram identificados e classificados em leve (0,10-0,39 logMAR), moderado (0,40-0,79 logMAR) ou grave (≥0,80 logMAR). Artigo 3: Valores normativos para PVEPRs com estímulos subentendendo ângulos visuais de 15’ e 60’ e para o PVEF foram estabelecidos para cada sexo. Artigo 4: Alterações eletrofisiológicas em olhos afetados e não afetados (contralaterais) foram identificadas por comparação com um controle e com limites normativos para cada sexo. RESULTADOS: Artigo 1: Em 68% dos casos (15 masculinos, 60% não NF1; idade= 9,2±3,8 anos) detectou-se amplitudes reduzidas (46%NF1 e 83% não-NF1) e latências prolongadas (38% NF1 e 89% não-NF1); casos esporádicos foram marginalmente associados à redução da amplitude (p=0,055). Artigo 2: Todos os casos (13 meninos; idade= 35,1±25,9 meses; 24 gliomas e 1 tumor embrionário, 84% hipotalâmico/quiasmático) apresentaram deficiência visual (déficit da AVG= 0,60 ± 0,36 logMAR), sendo 40% leve, 32% moderada e 28% grave. Artigo 3: Em 54 adultos saudáveis (28 mulheres) com idades entre 25 e 74 anos (média da idade= 40,4 ± 13,7 anos) foram estabelecidos valores de corte monoculares para P100 no PVEPR60’ (homens= 2,5µV/106,1ms; mulheres= 2,6µV/104,5ms) e PVEPR15’ (homens= 3,6µV/107,2; mulheres= 1,4µV/105,8ms) e para N2P2 no PVEF (homens= 1,8µV/76,3 ms; mulheres= 4,8µV/71,4 ms). Em média, respostas mono e binoculares foram mais robustas e marginalmente mais rápidas no sexo feminino. Artigo 4: Olhos afetados ou de pior visão dos 21 adultos (17 mulheres; idade=49,2±11,9 anos) com tumores orbitários e cerebrais apresentaram PVEPRs reduzidos e lentificados (P<0,001) e PVEF reduzido (P<0,001). Resultados similares foram observados em 6/16 olhos contralaterais (não afetados) com acuidade visual normal, em pacientes com tumores orbitários unilaterais. CONCLUSÕES: O estudo funcional da via óptica por potenciais visuais evocados em crianças e adultos com tumores cerebrais primários permite quantificar e classificar déficits visuais manifestos e subclínicos, de forma objetiva e não invasiva, e auxilia a caracterizar mecanismos subjacentes à lesão tumoral que possam levar à deficiência visual e cegueira.PURPOSES: This thesis aims to investigate the contribution of visually-evoked potentials (VEP) to the functional evaluation of the visual system in primary cerebral tumors, including four distinct papers with the following purposes: a) to characterize possible changes in VEPs by pattern reversal (PRVEP) and flash (FVEP) stimulation in children and adolescents with low-grade gliomas, with and without neurofibromatosis type 1 (NF1) (Paper 1); b) to estimate deficits on grating visual acuity (GVAD) in children unable to perform optotype acuity (Paper 2); c) to define gender-based normative values for PVEPR and FVEP, in healthy adults (Paper 3) and, d) based on normative results, to study visual function in adults with orbital and brain tumors (Paper 4). METHODS: Paper 1: PVEPRs and PVEF results were categorized and associated with NF1 by Firth logistic regression, adjusted for age, sex and tumor resection. Cut-off values for amplitude (in microvolts) and latency (in milliseconds) for PVEPRs (15’ and 60’) were, respectively, ≥9.0 µV and ≤103.0 ms. Paper 2: Age-based GVAD were calculated and classified as mild (0.10-0.39 logMAR), moderate (0.40-0.79 logMAR) or severe (≥0, 80 logMAR). Paper 3: Gender-based normative values for PRVEPs with stimuli subtending visual angles of 15 ’and 60’ and for PVEF were determined. Paper 4: Electrophysiological changes in affected and unaffected (contralateral) eyes were identified by comparison with a control and also with age-based normative limits. RESULTS: Paper 1: In 68% (15 male, 60% non-NF1; age = 9.2 ± 3.8 years), reduced amplitudes (46% NF1 and 83% non-NF1) and prolonged latencies (38% NF1 and 89% non-NF1) were detected; sporadic gliomas were marginally associated with reduced amplitudes (p = 0.055). Paper 2: All cases (13 boys; age = 35.1 ± 25.9 months; 24 gliomas and 1 embryonic tumor, 84% hypothalamic/chiasmatic) presented visual impairment (GVAD = 0.60 ± 0.36 logMAR, as 40% mild, 32% moderate and 28% severe). Paper 3: In 54 healthy adults (28 women) aging from 25 and 74 years (mean age= 40.4 ± 13.7 years) cut-off values for P100 on monocular evaluations were established for PRVEP60' (men = 2,5µV/106.1ms; women= 2.6µV/104.5ms) and PRVEP15' (men= 3.6µV/107.2; women= 1.4µV/105.8ms) and for N2P2 from FVEP (men= 1,8µV /76.3ms; women= 4.8µV/71.4ms). Mean monocular and binocular responses were more robust and marginally faster in females. Paper 4: Affected or worse vision eyes in 21 adults (17 women; age = 49.2 ± 11.9 years) with orbital or cerebral tumors presented reduced and prolonged PRVEPs (P<0.001) and reduced FVEPs (P<0.001). Similar results were also seen in 6/16 contralateral (unaffected) eyes with normal visual acuity in patients with unilateral orbital tumors. CONCLUSIONS: The functional study of the optic pathways by visually-evoked potentials in children and adults with primary cerebral tumors allows to quantify and to classify both evident and subclinical visual deficits, by an objective and non-invasive way, and helps to characterize underlying mechanisms of tumor damage that may lead to visual impairment and blindness.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2020)129 p.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Potenciais Visuais EvocadosAcuidade VisualCriançaAdultoTranstornos Da VisãoVision DisordersAdultChildrenEvoked Visual PotentialsContribuição dos potenciais visuais evocados ao estudo funcional da via óptica em crianças e adultos com tumores cerebrais primáriosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de Medicina (EPM)Oftalmologia e Ciências VisuaisCiências VisuaisEstudo Da Prevalencia, Frequencia E Medicina Virtual Nos Distúrbios VisuaisORIGINALPATRICIA DE FREITAS DOTTO.pdfPATRICIA DE FREITAS DOTTO.pdfapplication/pdf25262126${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64866/1/PATRICIA%20DE%20FREITAS%20DOTTO.pdf0798f8166f81afc7c93b19e2482c1c5aMD51open accessTEXTPATRICIA DE FREITAS DOTTO.pdf.txtPATRICIA DE FREITAS DOTTO.pdf.txtExtracted texttext/plain91894${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64866/2/PATRICIA%20DE%20FREITAS%20DOTTO.pdf.txtaeeeeefa4cd1bf028d324f0928776b55MD52open accessTHUMBNAILPATRICIA DE FREITAS DOTTO.pdf.jpgPATRICIA DE FREITAS DOTTO.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3794${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64866/4/PATRICIA%20DE%20FREITAS%20DOTTO.pdf.jpgfc21184dd77bc4ad0ac5dddd8b1cd387MD54open access11600/648662023-05-12 06:28:35.437open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/64866Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-12T09:28:35Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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OBJETIVOS: Esta tese versa sobre a contribuição dos potenciais visuais evocados (PVE) à avaliação funcional do sistema visual em tumores cerebrais primários por meio de quatro artigos que buscam: a) caracterizar possíveis alterações nos PVEs por padrões reversos (PVEPR) e por flashes (PVEF) em crianças e adolescentes com gliomas de baixo grau, com e sem neurofibromatose tipo 1 (NF1) (Artigo 1); b) estimar déficit da acuidade visual de grades (AVG) em crianças que não informam a acuidade visual de optotipos (Artigo 2); c) definir valores normativos para PVEPR e PVEF, em adultos saudáveis de ambos os sexos (Artigo 3) e, d) com base nos resultados normativos, estudar a função visual em adultos com tumores orbitários e cerebrais (Artigo 4). MÉTODOS: Artigo 1: Os resultados dos PVEPRs e PVEF foram categorizados e associados à NF1 por regressão logística de Firth, ajustada para idade, sexo e ressecção tumoral. Valores de corte para amplitude (em microvolts) e latência (em milissegundos) dos PVEPRs (15’ e 60’) foram, respectivamente, ≥9,0 µV e ≤103,0 ms. Artigo 2: Déficits da AVG estimada para a idade por meio do PVE de varredura foram identificados e classificados em leve (0,10-0,39 logMAR), moderado (0,40-0,79 logMAR) ou grave (≥0,80 logMAR). Artigo 3: Valores normativos para PVEPRs com estímulos subentendendo ângulos visuais de 15’ e 60’ e para o PVEF foram estabelecidos para cada sexo. Artigo 4: Alterações eletrofisiológicas em olhos afetados e não afetados (contralaterais) foram identificadas por comparação com um controle e com limites normativos para cada sexo. RESULTADOS: Artigo 1: Em 68% dos casos (15 masculinos, 60% não NF1; idade= 9,2±3,8 anos) detectou-se amplitudes reduzidas (46%NF1 e 83% não-NF1) e latências prolongadas (38% NF1 e 89% não-NF1); casos esporádicos foram marginalmente associados à redução da amplitude (p=0,055). Artigo 2: Todos os casos (13 meninos; idade= 35,1±25,9 meses; 24 gliomas e 1 tumor embrionário, 84% hipotalâmico/quiasmático) apresentaram deficiência visual (déficit da AVG= 0,60 ± 0,36 logMAR), sendo 40% leve, 32% moderada e 28% grave. Artigo 3: Em 54 adultos saudáveis (28 mulheres) com idades entre 25 e 74 anos (média da idade= 40,4 ± 13,7 anos) foram estabelecidos valores de corte monoculares para P100 no PVEPR60’ (homens= 2,5µV/106,1ms; mulheres= 2,6µV/104,5ms) e PVEPR15’ (homens= 3,6µV/107,2; mulheres= 1,4µV/105,8ms) e para N2P2 no PVEF (homens= 1,8µV/76,3 ms; mulheres= 4,8µV/71,4 ms). Em média, respostas mono e binoculares foram mais robustas e marginalmente mais rápidas no sexo feminino. Artigo 4: Olhos afetados ou de pior visão dos 21 adultos (17 mulheres; idade=49,2±11,9 anos) com tumores orbitários e cerebrais apresentaram PVEPRs reduzidos e lentificados (P<0,001) e PVEF reduzido (P<0,001). Resultados similares foram observados em 6/16 olhos contralaterais (não afetados) com acuidade visual normal, em pacientes com tumores orbitários unilaterais. CONCLUSÕES: O estudo funcional da via óptica por potenciais visuais evocados em crianças e adultos com tumores cerebrais primários permite quantificar e classificar déficits visuais manifestos e subclínicos, de forma objetiva e não invasiva, e auxilia a caracterizar mecanismos subjacentes à lesão tumoral que possam levar à deficiência visual e cegueira. |
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