Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora : volume I
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65765 |
Resumo: | Este livro é o primeiro dos dois volumes que realizam o registro e a memória das narrativas contadas na série de eventos organizados na UNIFESP durante o ano de centenário de Paulo Freire, um dos maiores filósofos da educação e, assim, as escritas se configuram como prova que em tempos de retrocesso político e social, a agência e o trabalho transformador de educadores e pensadores que se inspiram na práxis libertadora de Paulo Freire continuam vibrantes e radiantes. A multiplicidade das áreas de conhecimento que renovam, atualizam e reinventam o pensamento freiriano e a diversidade de possibilidades que esta compreensão da pedagogia crítica promove, surgem nos textos que fazem parte deste volume. Os capítulos, organizados em seções, conversam intensamente entre si e delineiam a diversidade de sujeitos e grupos que participaram de sua produção, resultado das contribuições realizadas em Conferências, Mesas-Redondas, Experiências Culturais, Círculos de Cultura, Ciclos de Debate e Café com Paulo Freire no cenário do evento “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”. Na abertura, Betania Libanio Dantas de Araujo, Célia Regina Batista Serrão, Letícia Coelho Squeff e Rosângela Dantas de Oliveira retomam o processo de criação do selo, criado para marcar a identidade das comemorações do evento “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”, organizado ao longo deste ano do centenário de Paulo Freire na EFLCH. Na primeira seção “Práxis libertadora na e pela educação de jovens e adultos”, Júlio César Zorzenon Costa abre as discussões com o artigo Paulo Freire e a educação de Adultos no debate sobre as características do desenvolvimentismo na virada dos anos 1950-1960 que discute uma proposta freiriana de alfabetização que busca superar a dependência da visão estrangeira sobre a cultura e a educação brasileiras e procura uma forma de conhecimento adequada às necessidades do povo brasileiro visando estabelecer, também, uma aliança entre artistas, intelectuais e trabalhadores nos programas de alfabetização. No segundo capítulo desta seção, Do Stripp-filmes aos podcasts: tecnologias na EJA com Paulo Freire, Jarina Rodrigues Fernandes, Cleide Maria dos Santos Muñoz, Mariah Cruz de Souza Tronco e Nara Venâncio Rossi refletem sobre a tríade Tecnologia, Sociedade e Educação e relatam o trabalho desenvolvido para que aqueles que “já vivenciaram processos de exclusão na escola e teimosos retornam para estudar e se empoderar através de sua palavra, ocupando assim os espaços da sociedade em rede e aprendendo a ler o mundo conectado, também”. Na segunda seção, “Práxis libertadora na e pela escola pública”, Ozani Martiniano de Souza investiga a Contemporaneidade do legado de Paulo Freire no contexto de uma ofensiva conservadora da educação no Brasil através da chave da crise da democracia e da educação do Estado brasileiro e critica “os projetos de formação de uma sociedade disciplinarizada e subordinada a urgência do tempo e a expectativa do mercado”. No segundo capítulo desta seção, Olgair Gomes Garcia discute a formação do educador que privilegia a reflexão e análise da prática e não simplesmente o estudo de abordagens teóricas que devem ser colocadas em prática. O artigo intitulado Artimanhas da exclusão no cotidiano da educação escolar: o PROVE e a inspiração de Paulo Freire como alternativas para uma reflexão sobre a questão defende a formação continuada proposta pelo PROVE e “um formar que se forma e se reforma e que toma forma a cada encontro”. O artigo Extensão como prática de liberdade de João Tristan Vargas começa a próxima seção do livro, “Práxis libertadora na e pela extensão universitária”, apontando iniciativas de projetos e programas de extensão universitária que incluem “iniciativas nos campos da educação, de ativismo cultural, de promoção social e de formas de relacionamento sustentáveis entre as atividades humanas e os ambientes naturais”. No segundo capítulo desta seção, Memórias e Vivências de Educação Popular em Santos/SP: o projeto “Cultura da Palavra e Saúde Mental” da Universidade Federal de São Paulo, Fabrício Gobetti Leonardi, Ana Paula Vicente de Oliveira, Beatriz Ferreira Pontes, Leticia Martins dos Santos Quinta, Maria Luisa de Lima e Silva e Thaynara Leandro dos Reis relatam a importância da emergência dos afetos cotidianos, a necessidade de apreciação dos momentos musicais, o valor dos vínculos criados na confecção de uma colcha de retalhos a várias mãos e a relevância das trocas de saberes. No capítulo Em meio ao caos a esperança: um relato sobre o processo de construção do projeto de extensão Vozes das crianças, adolescentes e jovens: educação em direitos humanos, Juliana Fracaro da Silva destaca percursos educativos que permitem que as crianças e adolescentes se reconheçam como sujeitos fazedores de sua história e protagonistas na transformação de sua sociedade. No último capítulo desta seção, Cursinho Popular CIUNI – Relato de experiência do campus Diadema, Cristiane Gonçalves da Silva, Erika Rosany de Almeida Lima, Nani Junilia de Lima, Romilda Fernández-Felisbino e Suelen Mirota da Silva destacam o papel das universidades no combate das desigualdades sociais, especialmente através dos cursos pré-vestibulares comunitários, e fazem relatos comoventes dos seis anos de atuação do CIUNI. A seção do livro, “Práxis libertadora na e pela afirmação dos direitos humanos”, inicia com o capítulo de João Pedro Innecco Eu que nasci homem e me tornei mulher: a autoria LGBTQIAP+ no cárcere que relata o trabalho que o autor desenvolveu com pessoas LGBTQIAP+ encarceradas para promover a apropriação da linguagem poética pelos participantes. No segundo capítulo desta seção, Reinventando Paulo Freire junto às artes do corpo, Rosana Nogueira Pinto revela que o pensamento de Paulo Freire não pode ser limitado nas instituições escolares e deve contribuir com as reflexões sobre a dramaturgia do corpo e a dramaturgia da mente levando as dançarinas a se escutarem, prática que não é comum nas atuações artísticas do dia-dia. O próximo capítulo, Por uma pedagogia da sustentabilidade: para superar o autointeresse e intensificar a cooperação social de Flávio Tayra, reflete sobre uma pedagogia da ou para uma sustentabilidade não somente antropocêntrica capaz de nos levar a repensar nosso papel como cidadãos criando novas práticas, atitudes e comportamentos, para a construção de novos valores e de uma sociedade sustentável. No último capítulo desta seção, A biblioteca popular Paulo Freire em defesa de seu legado em tempos de retrocessos, Rosa Maria Alves do Nascimento, Sara Alves Bezerra e Tiago Alves do Nascimento fazem um balanço da existência há mais de 2 anos da biblioteca Paulo Freire Jardim Oratório, um espaço onde emergem a sabedoria popular, as manifestações autênticas da cultura do povo e a memória de suas lutas. Na próxima seção do livro intitulada “Práxis libertadora no mundo e com o mundo”, no capítulo A Educação como prática da liberdade: Pensando- -falando com Paulo Freire hoje, traduzido por Rosângela Dantas de Oliveira, Catherine Walsh dialoga com Paulo Freire, sobre uma práxis educativa estratégica, desobediente, rebelde, criativa e insurgente, em três movimentos reflexivos: Com-vivendo e caminhando, Entrelaçando tempos e Causando rupturas e fissuras. O segundo capítulo, Com-vivências: um convite de Adriano Salmar Nogueira e Taveira, traz as memórias do autor de momentos de com-vivência e aprendizagem junto com o Paulo Freire e ressalta a influência deste grande educador na formação docente. Em seguida vem o capítulo de Peter Mayo, Antonio Gramsci e Paulo Freire, traduzido da língua inglesa por Priscila Nascimento Pires e Carlos Eduardo Oliveira Gonçalves. O autor argumenta que as ideias de Paulo Freire e Antonio Gramsci se relacionam, pois são baseadas nas teorias marxistas dando ênfase, também, no papel das condições econômicas nos processos de mudança social e dialogam ainda nas perspectivas no campo da educação que procuram aliar ativismo político e mobilização com um importante trabalho educacional e cultural. O quarto texto desta seção, Paulo Freire, Gramsci e Vygotsky: três comunistas interessantes, de autoria de Lisete Arelaro,1 comentadora da “Mesa Redonda: Diálogos”, que promoveu uma conversa entre os estudiosos Peter Mayo e Peter Jones, delineia as confluências no pensamento dos três teóricos tanto na busca da justiça social através do direito de todos/as à educação quanto na importância da práxis na conscientização de homens e mulheres. O capítulo de Wagner Hosokawa, A contribuição teórico política de Gramsci e Paulo Freire e a questão da centralidade da formação político pedagógica exercida pelos Movimentos Populares e Sociais destaca a relevância dos movimentos populares e sociais no Brasil que têm em Gramsci e Freire duas referências que influenciam os projetos político pedagógicos e a formação política dos movimentos populares e sociais para transformação e libertação da sociedade. A sexta parte do livro reúne os textos dos discursos que foram proferidos por autoridades da Unifesp por ocasião da Mesa de abertura: Paulo Freire:100 anos de práxis libertadora que, ao reconhecerem a legitimidade de se organizar e desenvolver um evento em comemoração ao seu centenário, expõem o quanto o legado de Paulo Freire entranhou-se e se faz presente na gestão universitária da instituição. Nessa direção, o texto Paulo Freire nos conduzirá aos caminhos da reconstrução no pós pandemia, Soraya Shobi Smaili, ao confirmar que a obra do educador pode conduzir a diferentes caminhos e apresentar soluções, mesmo em situações bastante complexas como as que enfrentamos atualmente, reitera a sua influência nas mais diversas áreas em que a Unifesp passou a atuar, após sua expansão, seja nos cursos de licenciatura, nas pesquisas e na pós graduação, ou nas atividades de extensão e reafirma que ao cultivar o pensamento crítico e a formação plena, conforme Paulo Freire sempre defendeu, as universidades públicas representam a mudança e a esperança. Em seguida, no texto A relevância do pensamento freireano, Lia Rita Azeredo Bittencourt, chama à atenção para a necessidade de comemorarmos a vitória da democracia, tema tão caro à Paulo Freire, pela recente nomeação do reitor eleito. Tece considerações sobre o legado de Paulo Freire ser “um farol” que orienta os processos educativos ao colocar o educando como sua finalidade principal. O terceiro texto, A leitura do mundo, de Bruno Konder Comparato, explica que, por defender que a alfabetização e a prática da leitura são formas de desenvolver a compreensão do mundo e a autonomia de pensamento, Paulo Freire, durante a ditadura militar, foi cassado e exilado, por ter sido considerado pelo regime militar como um “perigoso subversivo internacional”. O autor, apoiado pelos escritos de Rancière e bell hooks, reafirma os caminhos da leitura da palavra e da leitura do mundo em seu caráter transformador do pensamento crítico e emancipador dos indivíduos. O último texto, Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora, de Magali Aparecida Silvestre, descreve como o evento foi concebido e organizado e exalta a necessidade de se comemorar os 100 anos de existência de Paulo Freire, principalmente numa época em que enfrentamos inúmeros retrocessos. Assim, o texto expõe a ideia de que essa comemoração “é um ato de resistência, de insubordinação e de esperança, próprios para uma universidade pública que defende e produz cotidianamente o pensamento crítico e a problematização da realidade para que os sujeitos que por ela passam atuem de fato para desenvolver uma práxis libertadora.” A sétima seção do livro expõe a programação do evento ao reunir o conjunto de atividades que foram desenvolvidas ao longo do ano de 2021. A oitava seção, que encerra a obra, exalta os agradecimentos da comissão organizadora a todos aqueles e a todas aquelas que, generosamente, colaboraram dando o apoio necessário e fundamental para que acontecesse o projeto “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”, que representa “uma verdadeira experiência de atuação coletiva que a educação libertadora sempre nos ensina” |
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Na primeira seção “Práxis libertadora na e pela educação de jovens e adultos”, Júlio César Zorzenon Costa abre as discussões com o artigo Paulo Freire e a educação de Adultos no debate sobre as características do desenvolvimentismo na virada dos anos 1950-1960 que discute uma proposta freiriana de alfabetização que busca superar a dependência da visão estrangeira sobre a cultura e a educação brasileiras e procura uma forma de conhecimento adequada às necessidades do povo brasileiro visando estabelecer, também, uma aliança entre artistas, intelectuais e trabalhadores nos programas de alfabetização. No segundo capítulo desta seção, Do Stripp-filmes aos podcasts: tecnologias na EJA com Paulo Freire, Jarina Rodrigues Fernandes, Cleide Maria dos Santos Muñoz, Mariah Cruz de Souza Tronco e Nara Venâncio Rossi refletem sobre a tríade Tecnologia, Sociedade e Educação e relatam o trabalho desenvolvido para que aqueles que “já vivenciaram processos de exclusão na escola e teimosos retornam para estudar e se empoderar através de sua palavra, ocupando assim os espaços da sociedade em rede e aprendendo a ler o mundo conectado, também”. Na segunda seção, “Práxis libertadora na e pela escola pública”, Ozani Martiniano de Souza investiga a Contemporaneidade do legado de Paulo Freire no contexto de uma ofensiva conservadora da educação no Brasil através da chave da crise da democracia e da educação do Estado brasileiro e critica “os projetos de formação de uma sociedade disciplinarizada e subordinada a urgência do tempo e a expectativa do mercado”. No segundo capítulo desta seção, Olgair Gomes Garcia discute a formação do educador que privilegia a reflexão e análise da prática e não simplesmente o estudo de abordagens teóricas que devem ser colocadas em prática. O artigo intitulado Artimanhas da exclusão no cotidiano da educação escolar: o PROVE e a inspiração de Paulo Freire como alternativas para uma reflexão sobre a questão defende a formação continuada proposta pelo PROVE e “um formar que se forma e se reforma e que toma forma a cada encontro”. O artigo Extensão como prática de liberdade de João Tristan Vargas começa a próxima seção do livro, “Práxis libertadora na e pela extensão universitária”, apontando iniciativas de projetos e programas de extensão universitária que incluem “iniciativas nos campos da educação, de ativismo cultural, de promoção social e de formas de relacionamento sustentáveis entre as atividades humanas e os ambientes naturais”. No segundo capítulo desta seção, Memórias e Vivências de Educação Popular em Santos/SP: o projeto “Cultura da Palavra e Saúde Mental” da Universidade Federal de São Paulo, Fabrício Gobetti Leonardi, Ana Paula Vicente de Oliveira, Beatriz Ferreira Pontes, Leticia Martins dos Santos Quinta, Maria Luisa de Lima e Silva e Thaynara Leandro dos Reis relatam a importância da emergência dos afetos cotidianos, a necessidade de apreciação dos momentos musicais, o valor dos vínculos criados na confecção de uma colcha de retalhos a várias mãos e a relevância das trocas de saberes. No capítulo Em meio ao caos a esperança: um relato sobre o processo de construção do projeto de extensão Vozes das crianças, adolescentes e jovens: educação em direitos humanos, Juliana Fracaro da Silva destaca percursos educativos que permitem que as crianças e adolescentes se reconheçam como sujeitos fazedores de sua história e protagonistas na transformação de sua sociedade. No último capítulo desta seção, Cursinho Popular CIUNI – Relato de experiência do campus Diadema, Cristiane Gonçalves da Silva, Erika Rosany de Almeida Lima, Nani Junilia de Lima, Romilda Fernández-Felisbino e Suelen Mirota da Silva destacam o papel das universidades no combate das desigualdades sociais, especialmente através dos cursos pré-vestibulares comunitários, e fazem relatos comoventes dos seis anos de atuação do CIUNI. A seção do livro, “Práxis libertadora na e pela afirmação dos direitos humanos”, inicia com o capítulo de João Pedro Innecco Eu que nasci homem e me tornei mulher: a autoria LGBTQIAP+ no cárcere que relata o trabalho que o autor desenvolveu com pessoas LGBTQIAP+ encarceradas para promover a apropriação da linguagem poética pelos participantes. No segundo capítulo desta seção, Reinventando Paulo Freire junto às artes do corpo, Rosana Nogueira Pinto revela que o pensamento de Paulo Freire não pode ser limitado nas instituições escolares e deve contribuir com as reflexões sobre a dramaturgia do corpo e a dramaturgia da mente levando as dançarinas a se escutarem, prática que não é comum nas atuações artísticas do dia-dia. O próximo capítulo, Por uma pedagogia da sustentabilidade: para superar o autointeresse e intensificar a cooperação social de Flávio Tayra, reflete sobre uma pedagogia da ou para uma sustentabilidade não somente antropocêntrica capaz de nos levar a repensar nosso papel como cidadãos criando novas práticas, atitudes e comportamentos, para a construção de novos valores e de uma sociedade sustentável. No último capítulo desta seção, A biblioteca popular Paulo Freire em defesa de seu legado em tempos de retrocessos, Rosa Maria Alves do Nascimento, Sara Alves Bezerra e Tiago Alves do Nascimento fazem um balanço da existência há mais de 2 anos da biblioteca Paulo Freire Jardim Oratório, um espaço onde emergem a sabedoria popular, as manifestações autênticas da cultura do povo e a memória de suas lutas. Na próxima seção do livro intitulada “Práxis libertadora no mundo e com o mundo”, no capítulo A Educação como prática da liberdade: Pensando- -falando com Paulo Freire hoje, traduzido por Rosângela Dantas de Oliveira, Catherine Walsh dialoga com Paulo Freire, sobre uma práxis educativa estratégica, desobediente, rebelde, criativa e insurgente, em três movimentos reflexivos: Com-vivendo e caminhando, Entrelaçando tempos e Causando rupturas e fissuras. O segundo capítulo, Com-vivências: um convite de Adriano Salmar Nogueira e Taveira, traz as memórias do autor de momentos de com-vivência e aprendizagem junto com o Paulo Freire e ressalta a influência deste grande educador na formação docente. Em seguida vem o capítulo de Peter Mayo, Antonio Gramsci e Paulo Freire, traduzido da língua inglesa por Priscila Nascimento Pires e Carlos Eduardo Oliveira Gonçalves. O autor argumenta que as ideias de Paulo Freire e Antonio Gramsci se relacionam, pois são baseadas nas teorias marxistas dando ênfase, também, no papel das condições econômicas nos processos de mudança social e dialogam ainda nas perspectivas no campo da educação que procuram aliar ativismo político e mobilização com um importante trabalho educacional e cultural. O quarto texto desta seção, Paulo Freire, Gramsci e Vygotsky: três comunistas interessantes, de autoria de Lisete Arelaro,1 comentadora da “Mesa Redonda: Diálogos”, que promoveu uma conversa entre os estudiosos Peter Mayo e Peter Jones, delineia as confluências no pensamento dos três teóricos tanto na busca da justiça social através do direito de todos/as à educação quanto na importância da práxis na conscientização de homens e mulheres. O capítulo de Wagner Hosokawa, A contribuição teórico política de Gramsci e Paulo Freire e a questão da centralidade da formação político pedagógica exercida pelos Movimentos Populares e Sociais destaca a relevância dos movimentos populares e sociais no Brasil que têm em Gramsci e Freire duas referências que influenciam os projetos político pedagógicos e a formação política dos movimentos populares e sociais para transformação e libertação da sociedade. A sexta parte do livro reúne os textos dos discursos que foram proferidos por autoridades da Unifesp por ocasião da Mesa de abertura: Paulo Freire:100 anos de práxis libertadora que, ao reconhecerem a legitimidade de se organizar e desenvolver um evento em comemoração ao seu centenário, expõem o quanto o legado de Paulo Freire entranhou-se e se faz presente na gestão universitária da instituição. Nessa direção, o texto Paulo Freire nos conduzirá aos caminhos da reconstrução no pós pandemia, Soraya Shobi Smaili, ao confirmar que a obra do educador pode conduzir a diferentes caminhos e apresentar soluções, mesmo em situações bastante complexas como as que enfrentamos atualmente, reitera a sua influência nas mais diversas áreas em que a Unifesp passou a atuar, após sua expansão, seja nos cursos de licenciatura, nas pesquisas e na pós graduação, ou nas atividades de extensão e reafirma que ao cultivar o pensamento crítico e a formação plena, conforme Paulo Freire sempre defendeu, as universidades públicas representam a mudança e a esperança. Em seguida, no texto A relevância do pensamento freireano, Lia Rita Azeredo Bittencourt, chama à atenção para a necessidade de comemorarmos a vitória da democracia, tema tão caro à Paulo Freire, pela recente nomeação do reitor eleito. Tece considerações sobre o legado de Paulo Freire ser “um farol” que orienta os processos educativos ao colocar o educando como sua finalidade principal. O terceiro texto, A leitura do mundo, de Bruno Konder Comparato, explica que, por defender que a alfabetização e a prática da leitura são formas de desenvolver a compreensão do mundo e a autonomia de pensamento, Paulo Freire, durante a ditadura militar, foi cassado e exilado, por ter sido considerado pelo regime militar como um “perigoso subversivo internacional”. O autor, apoiado pelos escritos de Rancière e bell hooks, reafirma os caminhos da leitura da palavra e da leitura do mundo em seu caráter transformador do pensamento crítico e emancipador dos indivíduos. O último texto, Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora, de Magali Aparecida Silvestre, descreve como o evento foi concebido e organizado e exalta a necessidade de se comemorar os 100 anos de existência de Paulo Freire, principalmente numa época em que enfrentamos inúmeros retrocessos. Assim, o texto expõe a ideia de que essa comemoração “é um ato de resistência, de insubordinação e de esperança, próprios para uma universidade pública que defende e produz cotidianamente o pensamento crítico e a problematização da realidade para que os sujeitos que por ela passam atuem de fato para desenvolver uma práxis libertadora.” A sétima seção do livro expõe a programação do evento ao reunir o conjunto de atividades que foram desenvolvidas ao longo do ano de 2021. A oitava seção, que encerra a obra, exalta os agradecimentos da comissão organizadora a todos aqueles e a todas aquelas que, generosamente, colaboraram dando o apoio necessário e fundamental para que acontecesse o projeto “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”, que representa “uma verdadeira experiência de atuação coletiva que a educação libertadora sempre nos ensina”Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Coleção PPGESIA/UNIFESPhttp://lattes.cnpq.br/4428320866575246http://lattes.cnpq.br/0630080591569020http://lattes.cnpq.br/7741811878078430Silvestre, Magali Aparecida [UNIFESP]Stangherlim, RobertaMizan, Souzana [UNIFESP]2022-10-18T16:59:20Z2022-10-18T16:59:20Z2022info:eu-repo/semantics/bookinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion257application/pdf978-65-87312-49-1https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65765porColeção PPGESIA/UNIFESPSÃO PAULOinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-12T00:40:02Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/65765Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-08-12T00:40:02Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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Os capítulos, organizados em seções, conversam intensamente entre si e delineiam a diversidade de sujeitos e grupos que participaram de sua produção, resultado das contribuições realizadas em Conferências, Mesas-Redondas, Experiências Culturais, Círculos de Cultura, Ciclos de Debate e Café com Paulo Freire no cenário do evento “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”. Na abertura, Betania Libanio Dantas de Araujo, Célia Regina Batista Serrão, Letícia Coelho Squeff e Rosângela Dantas de Oliveira retomam o processo de criação do selo, criado para marcar a identidade das comemorações do evento “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”, organizado ao longo deste ano do centenário de Paulo Freire na EFLCH. Na primeira seção “Práxis libertadora na e pela educação de jovens e adultos”, Júlio César Zorzenon Costa abre as discussões com o artigo Paulo Freire e a educação de Adultos no debate sobre as características do desenvolvimentismo na virada dos anos 1950-1960 que discute uma proposta freiriana de alfabetização que busca superar a dependência da visão estrangeira sobre a cultura e a educação brasileiras e procura uma forma de conhecimento adequada às necessidades do povo brasileiro visando estabelecer, também, uma aliança entre artistas, intelectuais e trabalhadores nos programas de alfabetização. No segundo capítulo desta seção, Do Stripp-filmes aos podcasts: tecnologias na EJA com Paulo Freire, Jarina Rodrigues Fernandes, Cleide Maria dos Santos Muñoz, Mariah Cruz de Souza Tronco e Nara Venâncio Rossi refletem sobre a tríade Tecnologia, Sociedade e Educação e relatam o trabalho desenvolvido para que aqueles que “já vivenciaram processos de exclusão na escola e teimosos retornam para estudar e se empoderar através de sua palavra, ocupando assim os espaços da sociedade em rede e aprendendo a ler o mundo conectado, também”. Na segunda seção, “Práxis libertadora na e pela escola pública”, Ozani Martiniano de Souza investiga a Contemporaneidade do legado de Paulo Freire no contexto de uma ofensiva conservadora da educação no Brasil através da chave da crise da democracia e da educação do Estado brasileiro e critica “os projetos de formação de uma sociedade disciplinarizada e subordinada a urgência do tempo e a expectativa do mercado”. No segundo capítulo desta seção, Olgair Gomes Garcia discute a formação do educador que privilegia a reflexão e análise da prática e não simplesmente o estudo de abordagens teóricas que devem ser colocadas em prática. O artigo intitulado Artimanhas da exclusão no cotidiano da educação escolar: o PROVE e a inspiração de Paulo Freire como alternativas para uma reflexão sobre a questão defende a formação continuada proposta pelo PROVE e “um formar que se forma e se reforma e que toma forma a cada encontro”. O artigo Extensão como prática de liberdade de João Tristan Vargas começa a próxima seção do livro, “Práxis libertadora na e pela extensão universitária”, apontando iniciativas de projetos e programas de extensão universitária que incluem “iniciativas nos campos da educação, de ativismo cultural, de promoção social e de formas de relacionamento sustentáveis entre as atividades humanas e os ambientes naturais”. No segundo capítulo desta seção, Memórias e Vivências de Educação Popular em Santos/SP: o projeto “Cultura da Palavra e Saúde Mental” da Universidade Federal de São Paulo, Fabrício Gobetti Leonardi, Ana Paula Vicente de Oliveira, Beatriz Ferreira Pontes, Leticia Martins dos Santos Quinta, Maria Luisa de Lima e Silva e Thaynara Leandro dos Reis relatam a importância da emergência dos afetos cotidianos, a necessidade de apreciação dos momentos musicais, o valor dos vínculos criados na confecção de uma colcha de retalhos a várias mãos e a relevância das trocas de saberes. No capítulo Em meio ao caos a esperança: um relato sobre o processo de construção do projeto de extensão Vozes das crianças, adolescentes e jovens: educação em direitos humanos, Juliana Fracaro da Silva destaca percursos educativos que permitem que as crianças e adolescentes se reconheçam como sujeitos fazedores de sua história e protagonistas na transformação de sua sociedade. No último capítulo desta seção, Cursinho Popular CIUNI – Relato de experiência do campus Diadema, Cristiane Gonçalves da Silva, Erika Rosany de Almeida Lima, Nani Junilia de Lima, Romilda Fernández-Felisbino e Suelen Mirota da Silva destacam o papel das universidades no combate das desigualdades sociais, especialmente através dos cursos pré-vestibulares comunitários, e fazem relatos comoventes dos seis anos de atuação do CIUNI. A seção do livro, “Práxis libertadora na e pela afirmação dos direitos humanos”, inicia com o capítulo de João Pedro Innecco Eu que nasci homem e me tornei mulher: a autoria LGBTQIAP+ no cárcere que relata o trabalho que o autor desenvolveu com pessoas LGBTQIAP+ encarceradas para promover a apropriação da linguagem poética pelos participantes. No segundo capítulo desta seção, Reinventando Paulo Freire junto às artes do corpo, Rosana Nogueira Pinto revela que o pensamento de Paulo Freire não pode ser limitado nas instituições escolares e deve contribuir com as reflexões sobre a dramaturgia do corpo e a dramaturgia da mente levando as dançarinas a se escutarem, prática que não é comum nas atuações artísticas do dia-dia. O próximo capítulo, Por uma pedagogia da sustentabilidade: para superar o autointeresse e intensificar a cooperação social de Flávio Tayra, reflete sobre uma pedagogia da ou para uma sustentabilidade não somente antropocêntrica capaz de nos levar a repensar nosso papel como cidadãos criando novas práticas, atitudes e comportamentos, para a construção de novos valores e de uma sociedade sustentável. No último capítulo desta seção, A biblioteca popular Paulo Freire em defesa de seu legado em tempos de retrocessos, Rosa Maria Alves do Nascimento, Sara Alves Bezerra e Tiago Alves do Nascimento fazem um balanço da existência há mais de 2 anos da biblioteca Paulo Freire Jardim Oratório, um espaço onde emergem a sabedoria popular, as manifestações autênticas da cultura do povo e a memória de suas lutas. Na próxima seção do livro intitulada “Práxis libertadora no mundo e com o mundo”, no capítulo A Educação como prática da liberdade: Pensando- -falando com Paulo Freire hoje, traduzido por Rosângela Dantas de Oliveira, Catherine Walsh dialoga com Paulo Freire, sobre uma práxis educativa estratégica, desobediente, rebelde, criativa e insurgente, em três movimentos reflexivos: Com-vivendo e caminhando, Entrelaçando tempos e Causando rupturas e fissuras. O segundo capítulo, Com-vivências: um convite de Adriano Salmar Nogueira e Taveira, traz as memórias do autor de momentos de com-vivência e aprendizagem junto com o Paulo Freire e ressalta a influência deste grande educador na formação docente. Em seguida vem o capítulo de Peter Mayo, Antonio Gramsci e Paulo Freire, traduzido da língua inglesa por Priscila Nascimento Pires e Carlos Eduardo Oliveira Gonçalves. O autor argumenta que as ideias de Paulo Freire e Antonio Gramsci se relacionam, pois são baseadas nas teorias marxistas dando ênfase, também, no papel das condições econômicas nos processos de mudança social e dialogam ainda nas perspectivas no campo da educação que procuram aliar ativismo político e mobilização com um importante trabalho educacional e cultural. O quarto texto desta seção, Paulo Freire, Gramsci e Vygotsky: três comunistas interessantes, de autoria de Lisete Arelaro,1 comentadora da “Mesa Redonda: Diálogos”, que promoveu uma conversa entre os estudiosos Peter Mayo e Peter Jones, delineia as confluências no pensamento dos três teóricos tanto na busca da justiça social através do direito de todos/as à educação quanto na importância da práxis na conscientização de homens e mulheres. O capítulo de Wagner Hosokawa, A contribuição teórico política de Gramsci e Paulo Freire e a questão da centralidade da formação político pedagógica exercida pelos Movimentos Populares e Sociais destaca a relevância dos movimentos populares e sociais no Brasil que têm em Gramsci e Freire duas referências que influenciam os projetos político pedagógicos e a formação política dos movimentos populares e sociais para transformação e libertação da sociedade. A sexta parte do livro reúne os textos dos discursos que foram proferidos por autoridades da Unifesp por ocasião da Mesa de abertura: Paulo Freire:100 anos de práxis libertadora que, ao reconhecerem a legitimidade de se organizar e desenvolver um evento em comemoração ao seu centenário, expõem o quanto o legado de Paulo Freire entranhou-se e se faz presente na gestão universitária da instituição. Nessa direção, o texto Paulo Freire nos conduzirá aos caminhos da reconstrução no pós pandemia, Soraya Shobi Smaili, ao confirmar que a obra do educador pode conduzir a diferentes caminhos e apresentar soluções, mesmo em situações bastante complexas como as que enfrentamos atualmente, reitera a sua influência nas mais diversas áreas em que a Unifesp passou a atuar, após sua expansão, seja nos cursos de licenciatura, nas pesquisas e na pós graduação, ou nas atividades de extensão e reafirma que ao cultivar o pensamento crítico e a formação plena, conforme Paulo Freire sempre defendeu, as universidades públicas representam a mudança e a esperança. Em seguida, no texto A relevância do pensamento freireano, Lia Rita Azeredo Bittencourt, chama à atenção para a necessidade de comemorarmos a vitória da democracia, tema tão caro à Paulo Freire, pela recente nomeação do reitor eleito. Tece considerações sobre o legado de Paulo Freire ser “um farol” que orienta os processos educativos ao colocar o educando como sua finalidade principal. O terceiro texto, A leitura do mundo, de Bruno Konder Comparato, explica que, por defender que a alfabetização e a prática da leitura são formas de desenvolver a compreensão do mundo e a autonomia de pensamento, Paulo Freire, durante a ditadura militar, foi cassado e exilado, por ter sido considerado pelo regime militar como um “perigoso subversivo internacional”. O autor, apoiado pelos escritos de Rancière e bell hooks, reafirma os caminhos da leitura da palavra e da leitura do mundo em seu caráter transformador do pensamento crítico e emancipador dos indivíduos. O último texto, Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora, de Magali Aparecida Silvestre, descreve como o evento foi concebido e organizado e exalta a necessidade de se comemorar os 100 anos de existência de Paulo Freire, principalmente numa época em que enfrentamos inúmeros retrocessos. Assim, o texto expõe a ideia de que essa comemoração “é um ato de resistência, de insubordinação e de esperança, próprios para uma universidade pública que defende e produz cotidianamente o pensamento crítico e a problematização da realidade para que os sujeitos que por ela passam atuem de fato para desenvolver uma práxis libertadora.” A sétima seção do livro expõe a programação do evento ao reunir o conjunto de atividades que foram desenvolvidas ao longo do ano de 2021. A oitava seção, que encerra a obra, exalta os agradecimentos da comissão organizadora a todos aqueles e a todas aquelas que, generosamente, colaboraram dando o apoio necessário e fundamental para que acontecesse o projeto “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”, que representa “uma verdadeira experiência de atuação coletiva que a educação libertadora sempre nos ensina” |
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