Fatores psicossociais e o trabalho da equipe de enfermagem: análise de riscos e adoecimentos em um hospital universitário

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SOUZA, Antonina Henrique de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM
Texto Completo: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1718
Resumo: Introdução: A presente tese se concentra no papel fundamental do trabalho na vida humana, sendo influenciado por mudanças sociais, tecnológicas e organizacionais. Ele está intrinsicamente ligado à identidade pessoal e social, impactando diretamente a saúde física, mental e a satisfação no emprego. Destaca-se a importância de priorizar a saúde dos trabalhadores, mesmo antes do surgimento de doenças, ao analisar os aspectos físicos e psicossociais do ambiente de trabalho. Há especial atenção ao setor da saúde, principalmente às equipes de enfermagem, considerando o impacto desses fatores na qualidade dos serviços prestados. A crescente incidência de riscos psicossociais no trabalho da equipe de enfermagem tem afetado tanto a saúde dos profissionais quanto a qualidade do cuidado ao paciente, gerando também impactos financeiros nos serviços de saúde, o que preocupa não apenas os trabalhadores, mas também setores empresariais e governamentais. Objetivo: O estudo teve como objetivo investigar os riscos psicossociais no ambiente de trabalho da equipe de enfermagem em um hospital público universitário. Métodos: A abordagem metodológica ocorreu em dois momentos. Primeiramente, realizou-se uma revisão sistemática da literatura sobre o assunto usando a estratégia Patient, Intervention, Comparison e Outcomes (PICO). Em seguida, foram aplicados questionários estruturados e validados para mensurar os riscos psicossociais no trabalho, assim como os dados relacionados. Para análise dos dados, utilizou-se o software IBM SPSS® 21.0. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Para analisar a associação entre as variáveis independentes (características sociodemográficas) e as variáveis dependentes (Danos Psicológicos, Sociais e Físicos), empregou-se uma Regressão Linear Multivariada hierárquica. A associação entre variáveis contínuas foi testada com o Coeficiente de Correlação de Pearson e Spearman, enquanto para variáveis categóricas foram utilizados testes como t Student e Mann-Whitney U. Após os testes de colinearidade e ajustes no Modelo de Regressão Hierárquica, as variáveis significantes (p<0,05) foram mantidas no modelo final. Resultados: Os riscos psicossociais predominaram no nível terciário de atenção à saúde (75,6%), sendo avaliados principalmente pelo Questionário de Conteúdo de Trabalho (JCQ) (14,63%) e o Questionário de Desequilíbrio Esforço-Recompensa (DER) (12,19%). A relação interpessoal foi o fator mais destacado (29,26%), seguido pela exigência psicológica e comprometimento com o trabalho (26,82%). Na escala de Organização do Trabalho, ambos os estilos de gestão (individualista e coletivista) mostraram padrão moderado. No contexto de Sofrimento no Trabalho, observou-se risco médio de esgotamento mental e risco baixo nos fatores falta de sentido e falta de reconhecimento, sem nenhum trabalhador apresentando risco alto para a falta de reconhecimento. Em relação aos trabalhadores da equipe de enfermagem, identificou-se risco médio para danos físicos e risco baixo para danos psicológicos e sociais. No fator Esgotamento Mental, os itens relacionados à sobrecarga, desgaste e cansaço foram os mais arriscados, enquanto frustração, sofrimento e insatisfação foram os menos arriscados. A Falta de Reconhecimento evidenciou itens relacionados à falta de liberdade para expressar opiniões, submissão do chefe e desvalorização do trabalho pela organização como mais arriscados, enquanto a indiferença dos colegas, desqualificação do trabalho pela chefia e tratamento indiferente da chefia foram menos arriscados. Quanto aos danos psicológicos, sensação de vazio, tristeza e mau-humor foram os mais arriscados, enquanto amargura, perda de autoconfiança e solidão foram os menos 9 arriscados. Danos Sociais relacionados a conflitos nas relações familiares, impaciência com pessoas em geral e vontade de ficar sozinho foram mais frequentes, enquanto insensibilidade em relação aos colegas, dificuldade com os amigos e agressividade foram menos frequentes. Danos Físicos evidenciaram sintomas como dores no corpo, nas costas e nas pernas como mais frequentes, enquanto distúrbios digestivos, alterações no apetite e distúrbios circulatórios foram menos frequentes. Considerações finais: Conclui-se que gestores devem aumentar a conscientização sobre riscos, melhorar condições físicas e psicossociais no ambiente de trabalho. Fatores de risco psicossociais, como relações interpessoais, violência ocupacional e carga de trabalho elevada, foram destacados. A não diferenciação entre categorias de enfermagem em alguns estudos pode ser uma limitação, sendo crucial reconhecer que a exposição a esses fatores contribui para o adoecimento da equipe de enfermagem, impactando profissional e pessoalmente.
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spelling Fatores psicossociais e o trabalho da equipe de enfermagem: análise de riscos e adoecimentos em um hospital universitárioFatores de risco.Impacto psicossocial.Enfermagem.Risk factors.Psychosocial impact.Nursing.CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEMIntrodução: A presente tese se concentra no papel fundamental do trabalho na vida humana, sendo influenciado por mudanças sociais, tecnológicas e organizacionais. Ele está intrinsicamente ligado à identidade pessoal e social, impactando diretamente a saúde física, mental e a satisfação no emprego. Destaca-se a importância de priorizar a saúde dos trabalhadores, mesmo antes do surgimento de doenças, ao analisar os aspectos físicos e psicossociais do ambiente de trabalho. Há especial atenção ao setor da saúde, principalmente às equipes de enfermagem, considerando o impacto desses fatores na qualidade dos serviços prestados. A crescente incidência de riscos psicossociais no trabalho da equipe de enfermagem tem afetado tanto a saúde dos profissionais quanto a qualidade do cuidado ao paciente, gerando também impactos financeiros nos serviços de saúde, o que preocupa não apenas os trabalhadores, mas também setores empresariais e governamentais. Objetivo: O estudo teve como objetivo investigar os riscos psicossociais no ambiente de trabalho da equipe de enfermagem em um hospital público universitário. Métodos: A abordagem metodológica ocorreu em dois momentos. Primeiramente, realizou-se uma revisão sistemática da literatura sobre o assunto usando a estratégia Patient, Intervention, Comparison e Outcomes (PICO). Em seguida, foram aplicados questionários estruturados e validados para mensurar os riscos psicossociais no trabalho, assim como os dados relacionados. Para análise dos dados, utilizou-se o software IBM SPSS® 21.0. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Para analisar a associação entre as variáveis independentes (características sociodemográficas) e as variáveis dependentes (Danos Psicológicos, Sociais e Físicos), empregou-se uma Regressão Linear Multivariada hierárquica. A associação entre variáveis contínuas foi testada com o Coeficiente de Correlação de Pearson e Spearman, enquanto para variáveis categóricas foram utilizados testes como t Student e Mann-Whitney U. Após os testes de colinearidade e ajustes no Modelo de Regressão Hierárquica, as variáveis significantes (p<0,05) foram mantidas no modelo final. Resultados: Os riscos psicossociais predominaram no nível terciário de atenção à saúde (75,6%), sendo avaliados principalmente pelo Questionário de Conteúdo de Trabalho (JCQ) (14,63%) e o Questionário de Desequilíbrio Esforço-Recompensa (DER) (12,19%). A relação interpessoal foi o fator mais destacado (29,26%), seguido pela exigência psicológica e comprometimento com o trabalho (26,82%). Na escala de Organização do Trabalho, ambos os estilos de gestão (individualista e coletivista) mostraram padrão moderado. No contexto de Sofrimento no Trabalho, observou-se risco médio de esgotamento mental e risco baixo nos fatores falta de sentido e falta de reconhecimento, sem nenhum trabalhador apresentando risco alto para a falta de reconhecimento. Em relação aos trabalhadores da equipe de enfermagem, identificou-se risco médio para danos físicos e risco baixo para danos psicológicos e sociais. No fator Esgotamento Mental, os itens relacionados à sobrecarga, desgaste e cansaço foram os mais arriscados, enquanto frustração, sofrimento e insatisfação foram os menos arriscados. A Falta de Reconhecimento evidenciou itens relacionados à falta de liberdade para expressar opiniões, submissão do chefe e desvalorização do trabalho pela organização como mais arriscados, enquanto a indiferença dos colegas, desqualificação do trabalho pela chefia e tratamento indiferente da chefia foram menos arriscados. Quanto aos danos psicológicos, sensação de vazio, tristeza e mau-humor foram os mais arriscados, enquanto amargura, perda de autoconfiança e solidão foram os menos 9 arriscados. Danos Sociais relacionados a conflitos nas relações familiares, impaciência com pessoas em geral e vontade de ficar sozinho foram mais frequentes, enquanto insensibilidade em relação aos colegas, dificuldade com os amigos e agressividade foram menos frequentes. Danos Físicos evidenciaram sintomas como dores no corpo, nas costas e nas pernas como mais frequentes, enquanto distúrbios digestivos, alterações no apetite e distúrbios circulatórios foram menos frequentes. Considerações finais: Conclui-se que gestores devem aumentar a conscientização sobre riscos, melhorar condições físicas e psicossociais no ambiente de trabalho. Fatores de risco psicossociais, como relações interpessoais, violência ocupacional e carga de trabalho elevada, foram destacados. A não diferenciação entre categorias de enfermagem em alguns estudos pode ser uma limitação, sendo crucial reconhecer que a exposição a esses fatores contribui para o adoecimento da equipe de enfermagem, impactando profissional e pessoalmente.Introduction: This thesis focuses on the fundamental role of work in human life, influenced by social, technological, and organizational changes. It is intrinsically linked to personal and social identity, directly impacting physical and mental health, as well as job satisfaction. Emphasis is placed on prioritizing workers' health, even before the onset of illnesses, by analyzing the physical and psychosocial aspects of the work environment. Special attention is given to the healthcare sector, particularly nursing teams, considering the impact of these factors on service quality. The increasing incidence of psychosocial risks in the nursing team's work has affected both professionals' health and the quality of patient care, also generating financial impacts on healthcare services, causing concern not only among workers but also in business and government sectors. Objective: The study aimed to investigate psychosocial risks in the work environment of the nursing team in a public university hospital. Methods: The methodological approach occurred in two stages. Firstly, a systematic literature review was conducted using the Patient, Intervention, Comparison, and Outcomes (PICO) strategy. Subsequently, structured and validated questionnaires were applied to measure psychosocial risks at work, along with related data. IBM SPSS® 21.0 software was used for data analysis. Data normality was assessed using the Kolmogorov-Smirnov test. Hierarchical Multivariate Linear Regression was employed to analyze the association between independent variables (sociodemographic characteristics) and dependent variables (Psychological, Social, and Physical Damages). The association between continuous variables was tested using Pearson and Spearman correlation coefficients, while t-tests and Mann-Whitney U tests were used for categorical variables. After collinearity tests and adjustments in the Hierarchical Regression Model, significant variables (p<0.05) were retained in the final model. Results: Psychosocial risks were predominant in the tertiary level of healthcare (75.6%), assessed mainly by the Job Content Questionnaire (JCQ) (14.63%) and the Effort-Reward Imbalance Questionnaire (DER) (12.19%). Interpersonal relationships were the most highlighted factor (29.26%), followed by psychological demands and commitment to work (26.82%). In the Organization of Work scale, both management styles (individualistic and collectivist) showed a moderate pattern. Concerning Job Distress, a medium risk of mental exhaustion and low risk in the lack of meaning and lack of recognition factors were observed, with no worker presenting a high risk of lack of recognition. For nursing team workers, a medium risk was identified for physical damages and low risk for psychological and social damages. In the Mental Exhaustion factor, items related to overload, wear and tiredness were the riskiest, while frustration, suffering, and dissatisfaction were the least risky. Lack of Recognition revealed items related to a lack of freedom to express opinions, submission to the boss, and devaluation of work by the organization as the riskiest, while indifference from colleagues, disqualification of work by the boss, and indifferent treatment by the boss were less risky. Regarding psychological damages, feelings of emptiness, sadness, and irritability were the riskiest, while bitterness, loss of self-confidence, and loneliness were the least risky. Social Damages related to conflicts in family relationships, impatience with people in general, and a desire to be alone were more frequent, while insensitivity to colleagues, difficulty with friends, and aggression were less frequent. Physical Damages highlighted symptoms such as body, back, and leg pain being more frequent, while digestive 11 disorders, appetite changes, and circulatory disorders were less frequent. Conclusion: It is concluded that managers should increase awareness of risks and improve physical and psychosocial conditions in the workplace. Psychosocial risk factors such as interpersonal relationships, occupational violence, and high workload were emphasized. The non-differentiation between nursing categories in some studies may be a limitation, and it is crucial to recognize that exposure to these factors contributes to the illness of the nursing team, impacting them professionally and personally.Universidade Federal do Triângulo MineiroInstituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em EnfermagemBrasilUFTMPrograma de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à SaúdeDUTRA, Fabiana Caetano Martins Silva e00849622670http://lattes.cnpq.br/3895544925364119SOUZA, Antonina Henrique de2024-07-22T14:51:57Z2024-01-252024-07-22T14:51:57Z2024-01-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1718porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTMinstname:Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)instacron:UFTM2024-07-23T02:02:48Zoai:bdtd.uftm.edu.br:123456789/1718Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.uftm.edu.br/PUBhttp://bdtd.uftm.edu.br/oai/requestbdtd@uftm.edu.br||bdtd@uftm.edu.bropendoar:2024-07-23T02:02:48Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM - Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)false
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