Perfil epidemiológico das notificações de violência contra a criança e o adolescente no Estado de Minas Gerais, 2009 a 2010

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Aline Evangelista de
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM
Texto Completo: http://localhost:8080/tede/handle/tede/103
Resumo: A violência é um problema de natureza social e histórica que atinge a sociedade. Em crianças e adolescentes, suas consequências biopsicossociais afetam o crescimento e o desenvolvimento infanto-juvenil. A dimensão da violência ainda é pouco conhecida no Brasil, pois os dados não traduzem com exatidão a complexidade dos casos. Devido à magnitude desse agravo tornou-se obrigatória a notificação dos casos. Os objetivos deste estudo foram: descrever o perfil epidemiológico utilizando as notificações de violência contra crianças e adolescentes no estado de Minas Gerais, entre 2009 e 2010, extraídos da ficha individual de investigação de violências do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); descrever a incidência, a mortalidade e a letalidade dos casos notificados segundo tipos, sexo, faixa etária; verificar a associação entre os tipos de violência com sexo e faixa etária; analisar a completude dos campos preenchidos da ficha de notificação de violência; verificar os municípios do estado que realizam a notificação dos casos de violência e mapeá-los. Trata-se de um estudo ecológico, com base de dados do SINAN. Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva; cálculos dos coeficientes de incidência e mortalidade e a letalidade; cálculo do Risco Relativo e georreferenciamento. Foram estudados 2.866 casos divididos em crianças e adolescentes. Entre a população do estudo predominou a cor de pele branca e parda. A maioria dos casos ocorreu na zona urbana e na residência da vítima. A maior ocorrência foi em adolescentes (54,2%) e com Ensino Fundamental incompleto. A maior frequência de violência foi física (54,6%) e sexual (49,4%), porém com maior incidência para os casos de abuso sexual no sexo feminino (17,4 casos/100.000 hab.ano). Apesar do sexo feminino ser o mais acometido, houve letalidade apenas(3,6%) para o sexo masculino em relação ao abuso físico. Em crianças, os casos de violência totalizaram 45,8 %. A maior frequência foi à violência sexual (57,9%) e física (31,1%), e a maior incidência foi abuso sexual (58,4 casos/100.000 hab.ano) e a faixa etária mais acometida, foi entre 1 e 4 anos para o sexo feminino. Houve associação entre o sexo feminino com a maioria das formas de violência para ambos os grupos. O tipo mais comum de violência física foi por força corporal em adolescentes e crianças (46,5% e 31,6%, respectivamente). Quanto ao abuso sexual, o mais comum foi penetração vaginal (26,7%) em adolescentes e anal (10,7%) em crianças. Quanto ao agressor, a maioria era do sexo masculino e não fez uso de álcool. A maioria dos casos recebeu alta (>70%). Houve um menor número de municípios que notificaram violência contra crianças e adolescentes em 2009 (< 5%) em relação ao ano de 2010 (>14,0%). Houve aumento dos registros de notificação, porém queda na qualidade das informações. Conclui-se que a maioria dos casos de violência ocorreu em adolescentes e em crianças de 1 a 4 anos no sexo feminino de cor de pele branca e parda, residentes em zona urbana. A maior incidência dos casos foi por abuso sexual.
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Os objetivos deste estudo foram: descrever o perfil epidemiológico utilizando as notificações de violência contra crianças e adolescentes no estado de Minas Gerais, entre 2009 e 2010, extraídos da ficha individual de investigação de violências do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); descrever a incidência, a mortalidade e a letalidade dos casos notificados segundo tipos, sexo, faixa etária; verificar a associação entre os tipos de violência com sexo e faixa etária; analisar a completude dos campos preenchidos da ficha de notificação de violência; verificar os municípios do estado que realizam a notificação dos casos de violência e mapeá-los. Trata-se de um estudo ecológico, com base de dados do SINAN. Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva; cálculos dos coeficientes de incidência e mortalidade e a letalidade; cálculo do Risco Relativo e georreferenciamento. Foram estudados 2.866 casos divididos em crianças e adolescentes. Entre a população do estudo predominou a cor de pele branca e parda. A maioria dos casos ocorreu na zona urbana e na residência da vítima. A maior ocorrência foi em adolescentes (54,2%) e com Ensino Fundamental incompleto. A maior frequência de violência foi física (54,6%) e sexual (49,4%), porém com maior incidência para os casos de abuso sexual no sexo feminino (17,4 casos/100.000 hab.ano). Apesar do sexo feminino ser o mais acometido, houve letalidade apenas(3,6%) para o sexo masculino em relação ao abuso físico. Em crianças, os casos de violência totalizaram 45,8 %. A maior frequência foi à violência sexual (57,9%) e física (31,1%), e a maior incidência foi abuso sexual (58,4 casos/100.000 hab.ano) e a faixa etária mais acometida, foi entre 1 e 4 anos para o sexo feminino. Houve associação entre o sexo feminino com a maioria das formas de violência para ambos os grupos. O tipo mais comum de violência física foi por força corporal em adolescentes e crianças (46,5% e 31,6%, respectivamente). Quanto ao abuso sexual, o mais comum foi penetração vaginal (26,7%) em adolescentes e anal (10,7%) em crianças. Quanto ao agressor, a maioria era do sexo masculino e não fez uso de álcool. A maioria dos casos recebeu alta (>70%). Houve um menor número de municípios que notificaram violência contra crianças e adolescentes em 2009 (< 5%) em relação ao ano de 2010 (>14,0%). Houve aumento dos registros de notificação, porém queda na qualidade das informações. Conclui-se que a maioria dos casos de violência ocorreu em adolescentes e em crianças de 1 a 4 anos no sexo feminino de cor de pele branca e parda, residentes em zona urbana. A maior incidência dos casos foi por abuso sexual.Violence is a social and historical problem that affects society. In children and adolescents, its biopsychosocial consequences affect their growth and infant-juvenile development. The dimension of violence is still little known in Brazil, because data do not precisely translate the complexity of cases. Due to the magnitude of this aggravation the notification of cases became mandatory. The aims of this study were: describe the epidemiologic profile using notifications of violence against children and adolescents in the state of Minas Gerais, between 2009 and 2010, removed from the file of individual investigation of violence from the Notification Aggravation Information System (SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação); describe the incidence, mortality and lethality of the notified cases according to types, sex, age; verify the association between the types of violence with sex and age; analyze the completeness of the filled-in items of the notification of violence file; verify the state counties which give notification of violence cases and map them out. It is an ecological study, with SINAN data base. Data analysis was made by the use of descriptive statistics; calculus of the coefficient of incidence and mortality and lethality; calculus of Relative Risk and georeferencing. 2.866 cases divided into children and adolescents have been studied. White and brown skin were predominant among the population of the study. Most cases occurred in the urban zone and at the victim s house. The major occurrence was in adolescents (54.2%) with incomplete Elementary education. The most frequent violence was physical (54.6%) and sexual (49.4%), however with higher incidence for cases of sexual abuse in females (17.4 cases/100.000 inhabitants/year). Although females were more affected, there has been lethality only (3.6%) for males in relation to physical abuse. In children, violence cases totalized 45.8 %. The most frequent were sexual (57.9%) and physical (31.1%) assaults, and the highest incidence was sexual abuse (58.4 cases/100.000 inhabitants/ year) and the most affected age was between 1 and 4 years for females. There has been association between females and most of the violence types for both groups. The most common type of physical violence was by body strength in adolescents and children (46.5% e 31.6%, respectively). Regarding sexual abuse, the most common was vaginal penetration (26.7%) in adolescents and anal (10.7%) in children. In relation to the aggressor, most were males and had not consumed alcohol. Most cases have been discharged (>70%). A lower number of counties reported violence against children and adolescents in 2009 (< 5%) compared to the year 2010 (>14.0%). There has been an increase in the notification records, yet a decrease in the information quality. It was concluded that most cases of violence occurred in adolescents and children of 1 to 4 years of age in females of white and brown skin, residents of the urban zone. The highest incidence of cases was sexual abuse.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do Triângulo MineiroInstituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em EnfermagemBRUFTMPrograma de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à SaúdeMiranzi, Sybelle de Souza CastroCPF:82860017615http://lattes.cnpq.br/8874475622392551Almeida, Aline Evangelista de2015-11-27T18:53:58Z2014-02-042012-12-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfALMEIDA, Aline Evangelista de. Epidemiologic Profile of violence notifications against children and adolescents in the state of Minas Gerais, 2009 to 2010.. 2012. 150 f. Dissertação (Mestrado em Atenção à Saúde das Populações) - Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2012.http://localhost:8080/tede/handle/tede/103porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTMinstname:Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)instacron:UFTM2019-09-05T18:00:42Zoai:bdtd.uftm.edu.br:tede/103Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.uftm.edu.br/PUBhttp://bdtd.uftm.edu.br/oai/requestbdtd@uftm.edu.br||bdtd@uftm.edu.bropendoar:2019-09-05T18:00:42Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM - Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)false
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