Perfil criminal: instrumento de criminalização da pobreza

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nolêto, Thaís Lopes
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFT
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11612/6056
Resumo: O presente trabalho visa analisar como o perfil criminal se torna historicamente um instrumento de criminalização da pobreza, entendendo sua relação com os ideários da eugenia e higiene mental e qual o papel da psicologia para sua proposição. O Perfil criminal (Criminal profiling) é uma técnica de investigação, inicialmente desenvolvida nos Estados Unidos, que possibilita prever as características de um criminoso com bases nos comportamentos exibidos na prática de um crime. Nosso estudo classifica-se como uma pesquisa bibliográfica e documental, centrada nas fontes primárias boletins de Eugenia, arquivos de Higiene Mental e obras bibliográficas dos psiquiatras Nina Rodrigues e Cesare Lombroso. A análise de dados se deu a partir da criminologia crítica, inspirada no marxismo. Esse método foi escolhido porque entendemos que as discussões que atravessam a criminalidade, sem esse olhar crítico, podem gerar debates e pré-conceitos fundamentados em uma seletividade criminal e criminalização da pobreza. A partir da pesquisa realizada, constatamos que assim como a eugenia e a higiene mental, o perfil criminal reproduz o racismo científico e individualiza a criminalidade, atribuindo-lhe causas sustentadas na teoria positivista e ciências naturais. Ademais, a terapêutica indicada também é similar, pois aposta-se no encarceramento, tratamento moral e religioso e trabalho. Historicamente foram e são alvos das intervenções pautadas na eugenia, higiene mental e perfil criminal aqueles que deflagram as contradições sociais do Capital: homens pobres e negros. No tange à psicologia, verificamos que o conhecimento psicológico positivista se tornou uma das principais ferramentas para a consolidação do perfil criminal. O psicólogo ao fornecer possíveis perfis criminais, considerando fatores como: onde mora o sujeito, sua aparência ou aspectos biológicos e não ser capaz de fazer uma leitura crítica do porquê estes são os principais suspeitos, não atende ao papel da psicologia crítica. Procuramos reforçar que o encarceramento em massa não é a solução, mas sim o problema. A prevenção de tal fato está na promoção de políticas públicas de qualidade, que assegurem os direitos sociais. Nosso estudo procurou evidenciar que a violência é uma produção coletiva e não individualizante, não acontece por comportamentos intrínsecos aos indivíduos, mas que foram condicionados pela nossa construção social, que prioriza os interesses da elite.
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Nosso estudo classifica-se como uma pesquisa bibliográfica e documental, centrada nas fontes primárias boletins de Eugenia, arquivos de Higiene Mental e obras bibliográficas dos psiquiatras Nina Rodrigues e Cesare Lombroso. A análise de dados se deu a partir da criminologia crítica, inspirada no marxismo. Esse método foi escolhido porque entendemos que as discussões que atravessam a criminalidade, sem esse olhar crítico, podem gerar debates e pré-conceitos fundamentados em uma seletividade criminal e criminalização da pobreza. A partir da pesquisa realizada, constatamos que assim como a eugenia e a higiene mental, o perfil criminal reproduz o racismo científico e individualiza a criminalidade, atribuindo-lhe causas sustentadas na teoria positivista e ciências naturais. Ademais, a terapêutica indicada também é similar, pois aposta-se no encarceramento, tratamento moral e religioso e trabalho. Historicamente foram e são alvos das intervenções pautadas na eugenia, higiene mental e perfil criminal aqueles que deflagram as contradições sociais do Capital: homens pobres e negros. No tange à psicologia, verificamos que o conhecimento psicológico positivista se tornou uma das principais ferramentas para a consolidação do perfil criminal. O psicólogo ao fornecer possíveis perfis criminais, considerando fatores como: onde mora o sujeito, sua aparência ou aspectos biológicos e não ser capaz de fazer uma leitura crítica do porquê estes são os principais suspeitos, não atende ao papel da psicologia crítica. Procuramos reforçar que o encarceramento em massa não é a solução, mas sim o problema. A prevenção de tal fato está na promoção de políticas públicas de qualidade, que assegurem os direitos sociais. Nosso estudo procurou evidenciar que a violência é uma produção coletiva e não individualizante, não acontece por comportamentos intrínsecos aos indivíduos, mas que foram condicionados pela nossa construção social, que prioriza os interesses da elite.The present work aims to analyze how the criminal profile historically becomes an instrument of criminalization of poverty, understanding its relationship with the ideas of eugenics and mental hygiene and the role of psychology in its proposition. Criminal profiling is an investigation technique, initially developed in the United States, which makes it possible to predict the characteristics of a criminal based on the behaviors displayed in the commission of a crime. Our study is classified as a bibliographical and documentary research, centered on primary sources, Eugenia newsletters, Mental Hygiene archives and bibliographic works by psychiatrists Nina Rodrigues and Cesare Lombroso. Data analysis was based on critical criminology, inspired by Marxism. This method was chosen because we understand that discussions that cross criminality, without this critical eye, can generate debates and preconceptions based on criminal selectivity and criminalization of poverty. Based on the research carried out, we found that, like eugenics and mental hygiene, the criminal profile reproduces scientific racism and individualizes criminality, attributing to it causes based on positivist theory and natural sciences. Furthermore, the indicated therapy is also similar, as it focuses on incarceration, moral and religious treatment and work. Historically, those who trigger the social contradictions of Capital were and are targets of interventions based on eugenics, mental hygiene and criminal profiling: poor and black men. With regard to psychology, we found that positivist psychological knowledge has become one of the main tools for consolidating the criminal profile. The psychologist, when providing possible criminal profiles, considering factors such as: where the subject lives, his appearance or biological aspects and not being able to make a critical reading of why these are the main suspects, does not fulfill the role of critical psychology. We seek to reinforce that mass incarceration is not the solution, but the problem. The prevention of this fact lies in the promotion of quality public policies that ensure social rights. Our study sought to show that violence is a collective production and not an individual one, it does not happen due to behaviors intrinsic to individuals, but that they were conditioned by our social construction, which prioritizes the interests of the elite.Universidade Federal do TocantinsMiracemaCURSO::MIRACEMA::PRESENCIAL::LICENCIATURA::PSICOLOGIAMiracemaGraduaçãoAcesso livre.info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAPerfil criminalPsicologiaPositivismoEugenismoHigiene mentalPerfil criminal: instrumento de criminalização da pobrezainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisporreponame:Repositório Institucional da UFTinstname:Universidade Federal do Tocantins (UFT)instacron:UFTORIGINALThaís Lopes Nolêto - Monografia.pdfThaís Lopes Nolêto - Monografia.pdfapplication/pdf750496http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/6056/1/Tha%c3%ads%20Lopes%20Nol%c3%aato%20-%20Monografia.pdf809d8fa5dc7b4d08df410bb9bbfbfa36MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/6056/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTThaís Lopes Nolêto - Monografia.pdf.txtThaís Lopes Nolêto - Monografia.pdf.txtExtracted texttext/plain121989http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/6056/3/Tha%c3%ads%20Lopes%20Nol%c3%aato%20-%20Monografia.pdf.txt4e573cacf1761d3ff1156228a0f7ed58MD53THUMBNAILThaís Lopes Nolêto - Monografia.pdf.jpgThaís Lopes Nolêto - Monografia.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1236http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/6056/4/Tha%c3%ads%20Lopes%20Nol%c3%aato%20-%20Monografia.pdf.jpgbd0adbb9fd982f2b7106d75df5699cebMD5411612/60562023-10-11 03:03:52.982oai:repositorio.uft.edu.br:11612/6056Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.uft.edu.br/oai/requestbiblioarraias@uft.edu.br || bibliogpi@uft.edu.br || bibliomira@uft.edu.br || bibliopalmas@uft.edu.br || biblioporto@uft.edu.br || biblioarag@uft.edu.br || dirbib@ufnt.edu.br || bibliocca@uft.edu.br || bibliotoc@uft.edu.bropendoar:2023-10-11T06:03:52Repositório Institucional da UFT - Universidade Federal do Tocantins (UFT)false
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