Greve nas Marinhas: protestos, tradições e identidades entre pequenos lavradores, quitandeiras e pombeiros (Rio de Janeiro, século XIX)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Farias, Juliana Barreto
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: ArtCultura (Online)
Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/artcultura/article/view/11271
Resumo: Em outubro de 1885, um grupo formado por mais de cem pequenos lavradores, quitandeiras e pombeiros (vendedores ambulantes de peixe) paralisou suas atividades na Praça das Marinhas, à margem da doca do movimentado Mercado da Candelária, principal centro de compra e venda de gêneros alimentícios do Rio de Janeiro Oitocentista. Os trabalhadores que ali estacionavam seus cestos e tabuleiros não aceitaram pagar a diária de 400 réis cobrada pelos empresários e por isso se recusaram a vender seus produtos e ainda impediram que barcos e carroças que vinham das freguesias suburbanas e de locais mais distantes descarregassem no cais. Neste artigo, buscarei acompanhar todo o desenrolar do movimento grevista, e ainda revelar personagens, tradições culturais, redes familiares, de vizinhança e identidades muitas vezes sepultados pelo cotidiano do trabalho e da cidade, mas que muito dizem sobre a dinâmica de formação da classe e de seus conflitos. PALAVRAS-CHAVE: Rio de Janeiro; Praça do Mercado; greve; pequeno comércio. ABSTRACT: In October 1885, a group formed by more than one hundred small farmes, quitandeiras and pombeiros (fish vendors) halted their activities in the Praça das Marinhas (Square of the Navy), alongside the dock of the busy market of Candelaria, main place of purchase and sale for genres food in the nineteenth century Rio de Janeiro. The workers who kept there their baskets and trays did not agreed to pay the daily rate of 400 reis charged by entrepreneurs; refused to sell their products and even prevented boats and carts from surburban parishes to unload on the quay. In this article I will seek to monitor the entire course of the strike movement, and also to show characters cultural traditions, family networks, neighborhood identities that are often erased by the daily work and the city, but that are fundamental for understanding the dynamics of class formation and their conflicts. KEYWORDS: Rio de Janeiro; Market Square; strike; small trade.
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