Regulação dos mecanismos da fome e saciedade em ratos consumidores de sacarose

• Autor(a) principal: Aguiar, Rebeca da Gama
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32008
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Sacarose; Angiotensina II; Fome e saciedade; Síndrome metabólica

A fome e a saciedade são sensações fisiológicas responsáveis por manter o equilíbrio entre a energia consumida e gasta em nosso organismo. Desequilíbrios nestes mecanismos estão relacionados ao aparecimento de diversas doenças como obesidade, hipertensão, diabetes etc. A sacarose, açúcar-de-mesa comum, possui alto índice glicêmico e é frequentemente consumida pela população em geral. O consumo exagerado deste carboidrato vem sendo apontado como problema de saúde pública. O objetivo deste estudo, portanto, foi investigar o consumo basal de ração em ratos consumidores crônicos de sacarose 20 % e alguns de seus mecanismos de inibição da fome. Foram utilizados 10 ratos Wistar nos experimentos, divididos em dois grupos. O grupo Controle recebeu tratamento com ração e água, enquanto o grupo Tratado recebeu ração e solução de sacarose 20 %. Após dois meses de tratamento, foi feito o registro de peso, de ingestão basal de ração e solução (água ou sacarose 20 %) e dois testes de inibição da fome, através dos protocolos: 1) injeção de angiotensina II (ANG II) ou salina no ventrículo lateral (VL) dos ratos; 2) teste do glicostato encefálico com oferta de sacarose 20 % ou água trinta minutos antes do registro da ingestão de ração. Os resultados obtidos a partir do registro da ingestão basal mostraram que os ratos do grupo Tratado com sacarose 20 % ingeriam, em média, menos ração (9,25 g) quando comparados aos animais do grupo Controle (22,6 g). Não houve diferença estatisticamente significativa no ganho peso entre os dois grupos. Entretanto, o grupo Tratado apresentou acúmulo de tecido epididimal (8,2 g) quando comparado com o grupo Controle (2,8 g). Em relação ao consumo de soluções, a ingestão de sacarose 20 % pelo grupo Tratado foi maior no segundo, terceiro e quarto dia de registro, quando comparada com a ingestão de água no grupo Controle. Os resultados do protocolo 1, por sua vez, mostraram que apesar da privação alimentar do teste ter produzido fome nos animais, não houve diferença significativa na quantidade de ração ingerida pelos ratos dos diferentes grupos durante as 2 horas de registro. Já os resultados do protocolo 2 mostraram que os ratos Controle que receberam sacarose 20 % durante o teste apresentaram uma ingestão de ração maior quando comparada com a do grupo Tratado cronicamente que recebeu água durante o teste. Nosso estudo mostra, portanto, que o consumo crônico de sacarose 20 % provocou diminuição na ingestão de ração e aumento de gordura epididimal, ao passo que a exposição aguda à sacarose 20 % causou potencialização da fome após 2 horas de teste.