Trabalho escravo Contemporâneo no Brasil: interpretando estratégias de dominação e de resistência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Alessandra Gomes
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9877
Resumo: A escravidão contemporânea é caracterizada, principalmente, pelo aliciamento de trabalhadores e de sua imobilização por dívida adquirida. O processo de escravização de pessoas está inserido num quadro de ordenamento do trabalho livre e estritamente, ligado aos fluxos migratórios de trabalhadores rurais para o corte de cana, carvoarias, usinas de cana-de-açúcar e destilarias de álcool, e à ocupação das fronteiras agrícolas e implementação de projetos agro-industriais de reflorestamento. A aparente contradição traz à tona a escravização como uma típica relação de poder, marcada pela assimetria e pela arbitrariedade por parte dos patrões À luz dos conceitos teóricos de ação social, dominação, poder, autoridade, interação social, obediência e resistência, compreendemos a escravidão como forma de dominação pessoal compondo situações de interação social. Nos anos de 2002 e 2001, foram realizadas visitas aos órgãos estatais e entidades denunciantes. O material coletado nas instituições, apresentado na forma de ‘casos’, foi ordenado e analisado conforme as ocorrências por estados brasileiros, a partir de 1970. Emergindo como problema social, a maior parte dos textos e documentos referia-se as denúncias realizadas, na forma de depoimentos, relatos e entrevistas. No universo estudado verificou-se que o trabalho escravo contemporâneo está inserido na lógica própria do capital, diferenciando-se do escravismo antigo e colonial do ponto de vista social. Mas que, no entanto, ele carrega tanto os aspectos elementares de dominação institucionalizada, como aqueles que fundamentam as formas pessoais de dominação. E, é no interior dessas relações assimétricas de poder que os dominados desenvolvem suas estratégias de resistência.
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A aparente contradição traz à tona a escravização como uma típica relação de poder, marcada pela assimetria e pela arbitrariedade por parte dos patrões À luz dos conceitos teóricos de ação social, dominação, poder, autoridade, interação social, obediência e resistência, compreendemos a escravidão como forma de dominação pessoal compondo situações de interação social. Nos anos de 2002 e 2001, foram realizadas visitas aos órgãos estatais e entidades denunciantes. O material coletado nas instituições, apresentado na forma de ‘casos’, foi ordenado e analisado conforme as ocorrências por estados brasileiros, a partir de 1970. Emergindo como problema social, a maior parte dos textos e documentos referia-se as denúncias realizadas, na forma de depoimentos, relatos e entrevistas. No universo estudado verificou-se que o trabalho escravo contemporâneo está inserido na lógica própria do capital, diferenciando-se do escravismo antigo e colonial do ponto de vista social. Mas que, no entanto, ele carrega tanto os aspectos elementares de dominação institucionalizada, como aqueles que fundamentam as formas pessoais de dominação. E, é no interior dessas relações assimétricas de poder que os dominados desenvolvem suas estratégias de resistência.Contemporary slavery is characterized principally by allurement of labourers and by debt bondage. The enslavering process is inserted in a framework of free labour arrangement and is closely connected to the migratory fluxes of rural labourers for the cutting of sugar cane, work at the charcoal plants, sugar mills and alcohol distilleries and for the occupation of the agricultural frontiers and implementation of agro- industrial reforestry projects. The apparent contradiction brings to light how enslavering is a typical power relationship characterized by its asymmetry and employers arbitrariness. In the light of theoretical concepts of social action, domination, power, authoritary, social interaction, obedience and resistance, we understand slavery as a form of personal domination, giving rise to situations of social interaction. In the years 2002 and 2001 State Organizations and denouncing entities were visited. The material gathered and these institutions, presented under the form of ‘cases’, has been ordered and analyzed according to their occurrence in Brazilian States, starting from 1970. Emerging as a social problem, the largest part of the texts and documents refer to the accomplished denouncements, under the form of depositions, reports and interviews. In the studied universe has been verified that contemporary slavery is inserted in the capital’s own logic, differing from the ancient and colonial slavery from a social point of view. It carries however both the elementary aspects of institutionalized domination as well as those that establish personal forms of domination. It is within these asymmetrical power relationships that the dominated develop their resistance strategies.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de ViçosaTrabalho escravo - Brasil - Aspectos sociaisTrabalho escravo - Brasil - Aspectos econômicosTrabalho escravo - Brasil - MapeamentoConflito social - BrasilLevantamentos sociais - BrasilCiências HumanasTrabalho escravo Contemporâneo no Brasil: interpretando estratégias de dominação e de resistênciaResistance and domination strategies in contemporary slavery in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Economia RuralMestre em Extensão RuralViçosa - MG2002-07-22Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf429323https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9877/1/texto%20completo.pdf8d55c9486cb85cc932b8082599f3a011MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9877/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3530https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9877/3/texto%20completo.pdf.jpg3268bf08812ea6ee852e9178411c416fMD53123456789/98772017-03-24 23:00:22.437oai:locus.ufv.br:123456789/9877Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452017-03-25T02:00:22LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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