Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Flávia Alves
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28782
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.002
Resumo: Esta tese teve como objetivo analisar a influência de um contexto socioeconômico mais urbanizado ou mais ruralizado sobre o campo de possibilidades de inserção social dos não brancos na sociedade mineira do século XIX. Para tanto, através da conceituação de raça, cor e trabalho, foram analisadas listas nominativas de Ouro Preto e Guarapiranga entre os anos 1831 e 1838. Por meio destas lentes teóricas, foram examinados os perfis e atuação dos chefes de fogos/domicílios em diferentes setores de atividades. A presença de chefes brancos diferiu significativamente daquela dos não brancos entre os setores analisados em ambas as cidades. De modo geral, observou-se que a maioria dos fogos/domicílios era chefiado por indivíduos pardos e sem escravos. As pequenas posses de cativos, quando existentes, foram mais frequentes que as médias e grandes posses. As condições tanto para brancos, como, principalmente para não-brancos ostentarem uma posição social, passava pelo fato de serem capazes de se distanciar do trabalho, associado à condição de escravo. A diversidade ocupacional da cidade de Ouro Preto nos oitocentos parece ter contribuído com uma pluralidade de atividades que permitia, àqueles não brancos que atingiam a condição de chefe de fogo, alcançarem condições de distinção social, e, obterem pequena, média ou grande posses de escravos. Nesta cidade, o setor denominado “Outras Ocupações” apresentou maior variedade de ocupações, e, junto com o setor “Comerciante” apresentou, também, a maior concentração de escravos para chefes não brancos. Destacou-se neste segmento populacional, um chefe preto Tenente-coronel com 24 escravos. Guarapiranga, por sua vez, se mostrou mais restrita quanto à diversidade de atividades que permitiram a chefes não brancos alcançarem prestígio social através de seu trabalho e posses de escravos. Neste distrito, destaca-se o setor Atividades Manuais e Mecânicas prevalecente dentre chefes não brancos, comumente sem escravos. Quando da presença de escravos, estes foram observados, predominantemente, em pequenos plantéis, havendo raros médios e nenhum grande plantel. A condição de chefe de fogo sem escravos aproximava, parcialmente, brancos e não-brancos nos oitocentos. Chefes de fogos sem escravos que precisavam trabalhar no próprio fogo, aproximavam-se da condição dos escravos, e eram enegrecidos socialmente. Enquanto negros e pardos com escravos poderiam embranquecer socialmente. Assim, o “trabalho” funcionava como um gradiente social de cor nas Minas Gerais dos oitocentos. Em contextos mais urbanizados, como Ouro Preto, este gradiente social da cor se mostrou mais acionado que em contextos mais ruralizados como o de Guarapiranga. Palavras-chave: Ocupação. Escravos. Fogos. Ouro Preto. Guarapiranga.
id UFV_c4b5d8d949504fb0cfc866c58eb7d202
oai_identifier_str oai:locus.ufv.br:123456789/28782
network_acronym_str UFV
network_name_str LOCUS Repositório Institucional da UFV
repository_id_str 2145
spelling Scheifer, Carlos Ernesto Gonçalves ReynaudAndrade, Mateus Rezende deFaria, Guélmer Júnior Almeida deSantos, Flávia Alveshttp://lattes.cnpq.br/4700340476099919Fiuza, Ana Louise de Carvalho2022-03-30T13:06:42Z2022-03-30T13:06:42Z2021-07-02SANTOS, Flávia Alves. Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX. 2021. 279 f. Tese (Doutorado em Extensão Rural) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2021.https://locus.ufv.br//handle/123456789/28782https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.002Esta tese teve como objetivo analisar a influência de um contexto socioeconômico mais urbanizado ou mais ruralizado sobre o campo de possibilidades de inserção social dos não brancos na sociedade mineira do século XIX. Para tanto, através da conceituação de raça, cor e trabalho, foram analisadas listas nominativas de Ouro Preto e Guarapiranga entre os anos 1831 e 1838. Por meio destas lentes teóricas, foram examinados os perfis e atuação dos chefes de fogos/domicílios em diferentes setores de atividades. A presença de chefes brancos diferiu significativamente daquela dos não brancos entre os setores analisados em ambas as cidades. De modo geral, observou-se que a maioria dos fogos/domicílios era chefiado por indivíduos pardos e sem escravos. As pequenas posses de cativos, quando existentes, foram mais frequentes que as médias e grandes posses. As condições tanto para brancos, como, principalmente para não-brancos ostentarem uma posição social, passava pelo fato de serem capazes de se distanciar do trabalho, associado à condição de escravo. A diversidade ocupacional da cidade de Ouro Preto nos oitocentos parece ter contribuído com uma pluralidade de atividades que permitia, àqueles não brancos que atingiam a condição de chefe de fogo, alcançarem condições de distinção social, e, obterem pequena, média ou grande posses de escravos. Nesta cidade, o setor denominado “Outras Ocupações” apresentou maior variedade de ocupações, e, junto com o setor “Comerciante” apresentou, também, a maior concentração de escravos para chefes não brancos. Destacou-se neste segmento populacional, um chefe preto Tenente-coronel com 24 escravos. Guarapiranga, por sua vez, se mostrou mais restrita quanto à diversidade de atividades que permitiram a chefes não brancos alcançarem prestígio social através de seu trabalho e posses de escravos. Neste distrito, destaca-se o setor Atividades Manuais e Mecânicas prevalecente dentre chefes não brancos, comumente sem escravos. Quando da presença de escravos, estes foram observados, predominantemente, em pequenos plantéis, havendo raros médios e nenhum grande plantel. A condição de chefe de fogo sem escravos aproximava, parcialmente, brancos e não-brancos nos oitocentos. Chefes de fogos sem escravos que precisavam trabalhar no próprio fogo, aproximavam-se da condição dos escravos, e eram enegrecidos socialmente. Enquanto negros e pardos com escravos poderiam embranquecer socialmente. Assim, o “trabalho” funcionava como um gradiente social de cor nas Minas Gerais dos oitocentos. Em contextos mais urbanizados, como Ouro Preto, este gradiente social da cor se mostrou mais acionado que em contextos mais ruralizados como o de Guarapiranga. Palavras-chave: Ocupação. Escravos. Fogos. Ouro Preto. Guarapiranga.This thesis aimed to analyze the influence of a more urbanized or a more ruralized socioeconomic context regarding the field of possibilities for social inclusion of non-whites in Minas Gerais society in the 19th century. For that, through the concept of race, color and work, named lists of Ouro Preto and Guarapiranga between the years 1831 and 1838 were analyzed. Through these theoretical lenses, the profiles and performance of the “fogo” chief in different sectors of activities were examined. The presence of white chiefs differed significantly from that of non-whites between the sectors analyzed in both cities. In general, it was observed that most of the “fogos” were headed by brown individuals and without slaves. When the small holdings of captives existed, they were more frequent. The conditions for both, white and specially for non-whites to hold a social position, involved the fact that they were able to distance themselves from work, associated with the condition of slavery. The occupational diversity of the city of Ouro Preto in the 1800s seems to have contributed to a greater variety of activities that allowed, those non-whites who reached the status of “fogo” chief, to reach conditions of social distinction and obtain small, media or large slaveholdings. In this city, the sector called Other Occupations presented the greatest variety of occupations and, with the Trade Sector, presented the greatest concentration of slaves for non-white chiefs. A black lieutenant colonel with 24 slaves stood out in this population segment. Guarapiranga, in turn, was more restricted in terms of the diversity of activities that allowed non-white chiefs to achieve social prestige through their work and slaveholdings. In this district, the Manual and Mechanical Activities sector stands out, prevailing among non-white chiefs, commonly without slaves. When existing, small slaveholdings were observed in Guarapiranga, with rare medium and no presence of large slaveholdings. The status of “fogo” chief without slaves partially approximated whites and non-whites in the 1800s. Those chiefs without slaves who needed to work in the “fogo” itself, approached the condition of slaves, and were socially blackened. While blacks and browns chiefs with slaves were able to whiten socially. Thus, “work” functioned as a social gradient of color in Minas Gerais in the 1800s. In more urbanized contexts, such as Ouro Preto, this social gradient of color proved to be more activated than in more rural contexts such as Guarapiranga. Keywords: Occupations. Slaves. Fogos. Ouro Preto. Guarapiranga.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de ViçosaTrabalho escravo - Aspectos sociais - Ouro Preto (MG) - Séc. XIXTrabalho escravo - Aspectos sociais - Guarapiranga (MG) - Séc. XIXComunidade urbana - Desenvolvimento - Ouro Preto (MG) - Séc. XIXComunidade urbana - Desenvolvimento - Guarapiranga (MG) - Séc. XIXDesenvolvimento rural - Ouro Preto (MG) - Séc. XIXExtensão RuralTrabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIXLabor and social insertion in urban and rural contexts: race and color in Minas Gerais in the 19th centuryinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Economia RuralDoutor em Extensão RuralViçosa - MG2021-07-02Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28782/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52ORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf5660436https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28782/1/texto%20completo.pdff420f02973320b6a0f7615974b2a3391MD51123456789/287822022-03-30 10:07:28.567oai:locus.ufv.br:123456789/28782Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452022-03-30T13:07:28LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
dc.title.pt-BR.fl_str_mv Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX
dc.title.en.fl_str_mv Labor and social insertion in urban and rural contexts: race and color in Minas Gerais in the 19th century
title Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX
spellingShingle Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX
Santos, Flávia Alves
Trabalho escravo - Aspectos sociais - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
Trabalho escravo - Aspectos sociais - Guarapiranga (MG) - Séc. XIX
Comunidade urbana - Desenvolvimento - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
Comunidade urbana - Desenvolvimento - Guarapiranga (MG) - Séc. XIX
Desenvolvimento rural - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
Extensão Rural
title_short Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX
title_full Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX
title_fullStr Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX
title_full_unstemmed Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX
title_sort Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX
author Santos, Flávia Alves
author_facet Santos, Flávia Alves
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt-BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4700340476099919
dc.contributor.none.fl_str_mv Scheifer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud
Andrade, Mateus Rezende de
Faria, Guélmer Júnior Almeida de
dc.contributor.author.fl_str_mv Santos, Flávia Alves
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Fiuza, Ana Louise de Carvalho
contributor_str_mv Fiuza, Ana Louise de Carvalho
dc.subject.pt-BR.fl_str_mv Trabalho escravo - Aspectos sociais - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
Trabalho escravo - Aspectos sociais - Guarapiranga (MG) - Séc. XIX
Comunidade urbana - Desenvolvimento - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
Comunidade urbana - Desenvolvimento - Guarapiranga (MG) - Séc. XIX
Desenvolvimento rural - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
topic Trabalho escravo - Aspectos sociais - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
Trabalho escravo - Aspectos sociais - Guarapiranga (MG) - Séc. XIX
Comunidade urbana - Desenvolvimento - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
Comunidade urbana - Desenvolvimento - Guarapiranga (MG) - Séc. XIX
Desenvolvimento rural - Ouro Preto (MG) - Séc. XIX
Extensão Rural
dc.subject.cnpq.fl_str_mv Extensão Rural
description Esta tese teve como objetivo analisar a influência de um contexto socioeconômico mais urbanizado ou mais ruralizado sobre o campo de possibilidades de inserção social dos não brancos na sociedade mineira do século XIX. Para tanto, através da conceituação de raça, cor e trabalho, foram analisadas listas nominativas de Ouro Preto e Guarapiranga entre os anos 1831 e 1838. Por meio destas lentes teóricas, foram examinados os perfis e atuação dos chefes de fogos/domicílios em diferentes setores de atividades. A presença de chefes brancos diferiu significativamente daquela dos não brancos entre os setores analisados em ambas as cidades. De modo geral, observou-se que a maioria dos fogos/domicílios era chefiado por indivíduos pardos e sem escravos. As pequenas posses de cativos, quando existentes, foram mais frequentes que as médias e grandes posses. As condições tanto para brancos, como, principalmente para não-brancos ostentarem uma posição social, passava pelo fato de serem capazes de se distanciar do trabalho, associado à condição de escravo. A diversidade ocupacional da cidade de Ouro Preto nos oitocentos parece ter contribuído com uma pluralidade de atividades que permitia, àqueles não brancos que atingiam a condição de chefe de fogo, alcançarem condições de distinção social, e, obterem pequena, média ou grande posses de escravos. Nesta cidade, o setor denominado “Outras Ocupações” apresentou maior variedade de ocupações, e, junto com o setor “Comerciante” apresentou, também, a maior concentração de escravos para chefes não brancos. Destacou-se neste segmento populacional, um chefe preto Tenente-coronel com 24 escravos. Guarapiranga, por sua vez, se mostrou mais restrita quanto à diversidade de atividades que permitiram a chefes não brancos alcançarem prestígio social através de seu trabalho e posses de escravos. Neste distrito, destaca-se o setor Atividades Manuais e Mecânicas prevalecente dentre chefes não brancos, comumente sem escravos. Quando da presença de escravos, estes foram observados, predominantemente, em pequenos plantéis, havendo raros médios e nenhum grande plantel. A condição de chefe de fogo sem escravos aproximava, parcialmente, brancos e não-brancos nos oitocentos. Chefes de fogos sem escravos que precisavam trabalhar no próprio fogo, aproximavam-se da condição dos escravos, e eram enegrecidos socialmente. Enquanto negros e pardos com escravos poderiam embranquecer socialmente. Assim, o “trabalho” funcionava como um gradiente social de cor nas Minas Gerais dos oitocentos. Em contextos mais urbanizados, como Ouro Preto, este gradiente social da cor se mostrou mais acionado que em contextos mais ruralizados como o de Guarapiranga. Palavras-chave: Ocupação. Escravos. Fogos. Ouro Preto. Guarapiranga.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-07-02
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-03-30T13:06:42Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-03-30T13:06:42Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv SANTOS, Flávia Alves. Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX. 2021. 279 f. Tese (Doutorado em Extensão Rural) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2021.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://locus.ufv.br//handle/123456789/28782
dc.identifier.doi.pt-BR.fl_str_mv https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.002
identifier_str_mv SANTOS, Flávia Alves. Trabalho e inserção social em contextos urbanos e rurais: raça e cor em Minas Gerais no século XIX. 2021. 279 f. Tese (Doutorado em Extensão Rural) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2021.
url https://locus.ufv.br//handle/123456789/28782
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.002
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Viçosa
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Viçosa
dc.source.none.fl_str_mv reponame:LOCUS Repositório Institucional da UFV
instname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)
instacron:UFV
instname_str Universidade Federal de Viçosa (UFV)
instacron_str UFV
institution UFV
reponame_str LOCUS Repositório Institucional da UFV
collection LOCUS Repositório Institucional da UFV
bitstream.url.fl_str_mv https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28782/2/license.txt
https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28782/1/texto%20completo.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
f420f02973320b6a0f7615974b2a3391
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)
repository.mail.fl_str_mv fabiojreis@ufv.br
_version_ 1801213025540112384