The commons dilemma revisited: toward an integral approach
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | LOCUS Repositório Institucional da UFV |
Texto Completo: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/109 |
Resumo: | Neste estudo, eu exploro as implicações da Teoria de Desenvolvimento em Estágios Emergentes da Personalidade de Humanos Adultos (Clare W. Graves), em problemas de ação coletiva. A teoria de Graves oferece um modelo empiricamente fundamentado de desenvolvimento bio-psico- social de humanos adultos no qual a tensão permanente entre as capacidades de auto-afirmação (agency) e auto- adaptação (communion) do self origina uma sucessão de modelos mentais que emergem de forma hierarquicamente estruturada conectando crenças, sistemas de valores, idéias de moralidade e visões de mundo como resultado do inter-relacionamento entre as variáveis ambientais e a ativação das capacidades potenciais do organismo. As características distintivas de cada estágio de desenvolvimento propostas por Graves (oito níveis existenciais) fornecem a base para a formulação de hipóteses específicas, relativas ao comportamento dos atores humanos em situações de ação coletiva. Em particular, a superposição cíclica das capacidades de auto-afirmação e autoadaptação, ao longo dos estágios de desenvolvimento bio-psico-social descritos por Graves, delineiam um padrão de egocentrismo decrescente, acompanhado por aumento da autonomia comportamental e ampliação do círculo de participantes (seres humanos ou não) que são incluídos nas considerações morais do agente tomador de decisão. Eu sugiro que estas características apresentam evidentes e importantes implicações na nossa compreensão da dinâmica das interações sociais em situações de ação coletiva. Ao posicionar a concepção de Graves no centro da análise destas situações, eu enfatizo temas na pesquisa da subjetividade e desenvolvimento da consciência que têm recebido atenção inadequada nas principais abordagens sobre ação coletiva e o chamado dilema da cooperação . Neste sentido, ao ser correlacionada com uma ampla gama de observações empíricas e modelos teóricos de desenvolvimento da consciência, devidas a Ken Wilber, a concepção de Graves fornece a tese substantiva que eu submeto a teste experimental nesta revisão do dilema dos comuns , qual seja: a diretriz fundamental para promoção de mudanças institucional e comportamental direcionadas a resolver ou atenuar problemas de ação coletiva deve levar em conta, e até mesmo focalizar, os potenciais e as leis próprias da transformação interior e do despertar da consciência humana. Isso porque, contrariamente ao pressuposto pelo modelo unitário de racionalidade (otimização da utilidade esperada), a resposta comportamental à estrutura de incentivos não pode ser adequadamente prevista pela simples consideração das variáveis situacionais. Em vez disso, e para que se obtenham os resultados esperados, aquilo que de fato constituirá tal estrutura precisa ajustar-se ao estágio de desenvolvimento subjetivo dos participantes. Mais ainda, dadas tanto a natureza qualitativa das transformações interiores, delineada acima, quanto o fato de que estas transformações expressam o despertar de potencialidades humanas universais, conforme Ken Wilber, a consideração séria destes processos abre perspectivas totalmente novas sobre como atuar em problemas de ação coletiva e para a promoção das mudanças institucionais e comportamentais sustentáveis. Reciprocamente, a concepção de estruturas de incentivo que assumem um modelo único e representativo de todos os indivíduo, normalmente fundamentada nos pressupostos cognitivos estáticos que caracterizam o chamado homem econômico , pode produzir resultados inesperados e desastrosos. Para investigar as implicações e a robustez intercultural da concepção Graves nas situações de ação coletiva, as hipóteses comportamentais derivadas do seu modelo foram testadas em condições experimentais variadas, conforme estabelecidas em protocolos testados em outras aplicações relaciondas à gestão de recursos de propriedade comum e à provisão de bens públicos. Eu começo identificando três principais estágios teóricos de desenvolvimento psico-social presentes numa amostra de 322 sujeitos brasileiros por meio de uma aplicação confirmatória da Análise Fatorial sobre os perfis individuais dos participantes. Estes foram em seguida expostos a três situações experimentais, como segue: (1) um dilema de apropriação envolvendo três condições diferentes (sem oportunidade de regulação; duas oportunidades de comunicação direta, sem custo, e sem instrumento de fiscalização; repetidas oportunidades de aplicação de multas em valores variáveis, mediante pagamento de taxa específica); (2) um dilema de provisão de um bem público envolvendo nove níveis de contribuições mínima requerida; e (3) um dilema de eqüidade/risco conforme representado pelo Jogo do Ultimato. Eu exploro as relações estatísticas (correlações bivariadas e análises de regressão linear multivariada) entre os escores fatoriais nos principais estágios de desenvolvimento identificados previamente e as respostas comportamentais produzidas pelos participantes, nas várias situações experimentais. Os resultados sugerem que as caracterizações dos estágios de desenvolvimento descritas no modelo de Graves são culturalmente robustas e que elas provêem uma base segura para prever o comportamento e discriminar a motivação subjetiva destes comportamentos dentro das situações experimentais. Eu insiro a concepção de Graves no contexto da pesquisa institucional em ação coletiva usando a Teoria Integral de Ken Wilber. A Teoria Integral fornece o mapa conceitual para um tratamento mais amplo e equilibrado dos diversos domínios existenciais e epistemológicos. Nesta aplicação, ela provê a base teórica para integrar as dimensões comportamental, sistêmica, psicológica e cultural relacionadas aos problemas de ação coletiva. A contribuição de Wilber fortalece e estende a visão de Graves, sugerindo que as características de redução do egocentrismo e ampliação do escopo da ação moral descrevem uma tendência universal, divisada em virtualmente todos os modelos de desenvolvimento humano, como expressão básica do despertar da consciência integral (Kósmica). Eu utilizo estes achados para apoiar a generalização dos resultados experimentais produzidos nesta pesquisa e o significado profundamente espiritual envolvido na tese substantiva deste estudo. |
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Tese (Doutorado em Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006.http://locus.ufv.br/handle/123456789/109Neste estudo, eu exploro as implicações da Teoria de Desenvolvimento em Estágios Emergentes da Personalidade de Humanos Adultos (Clare W. Graves), em problemas de ação coletiva. A teoria de Graves oferece um modelo empiricamente fundamentado de desenvolvimento bio-psico- social de humanos adultos no qual a tensão permanente entre as capacidades de auto-afirmação (agency) e auto- adaptação (communion) do self origina uma sucessão de modelos mentais que emergem de forma hierarquicamente estruturada conectando crenças, sistemas de valores, idéias de moralidade e visões de mundo como resultado do inter-relacionamento entre as variáveis ambientais e a ativação das capacidades potenciais do organismo. As características distintivas de cada estágio de desenvolvimento propostas por Graves (oito níveis existenciais) fornecem a base para a formulação de hipóteses específicas, relativas ao comportamento dos atores humanos em situações de ação coletiva. Em particular, a superposição cíclica das capacidades de auto-afirmação e autoadaptação, ao longo dos estágios de desenvolvimento bio-psico-social descritos por Graves, delineiam um padrão de egocentrismo decrescente, acompanhado por aumento da autonomia comportamental e ampliação do círculo de participantes (seres humanos ou não) que são incluídos nas considerações morais do agente tomador de decisão. Eu sugiro que estas características apresentam evidentes e importantes implicações na nossa compreensão da dinâmica das interações sociais em situações de ação coletiva. Ao posicionar a concepção de Graves no centro da análise destas situações, eu enfatizo temas na pesquisa da subjetividade e desenvolvimento da consciência que têm recebido atenção inadequada nas principais abordagens sobre ação coletiva e o chamado dilema da cooperação . Neste sentido, ao ser correlacionada com uma ampla gama de observações empíricas e modelos teóricos de desenvolvimento da consciência, devidas a Ken Wilber, a concepção de Graves fornece a tese substantiva que eu submeto a teste experimental nesta revisão do dilema dos comuns , qual seja: a diretriz fundamental para promoção de mudanças institucional e comportamental direcionadas a resolver ou atenuar problemas de ação coletiva deve levar em conta, e até mesmo focalizar, os potenciais e as leis próprias da transformação interior e do despertar da consciência humana. 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Estes foram em seguida expostos a três situações experimentais, como segue: (1) um dilema de apropriação envolvendo três condições diferentes (sem oportunidade de regulação; duas oportunidades de comunicação direta, sem custo, e sem instrumento de fiscalização; repetidas oportunidades de aplicação de multas em valores variáveis, mediante pagamento de taxa específica); (2) um dilema de provisão de um bem público envolvendo nove níveis de contribuições mínima requerida; e (3) um dilema de eqüidade/risco conforme representado pelo Jogo do Ultimato. Eu exploro as relações estatísticas (correlações bivariadas e análises de regressão linear multivariada) entre os escores fatoriais nos principais estágios de desenvolvimento identificados previamente e as respostas comportamentais produzidas pelos participantes, nas várias situações experimentais. Os resultados sugerem que as caracterizações dos estágios de desenvolvimento descritas no modelo de Graves são culturalmente robustas e que elas provêem uma base segura para prever o comportamento e discriminar a motivação subjetiva destes comportamentos dentro das situações experimentais. Eu insiro a concepção de Graves no contexto da pesquisa institucional em ação coletiva usando a Teoria Integral de Ken Wilber. A Teoria Integral fornece o mapa conceitual para um tratamento mais amplo e equilibrado dos diversos domínios existenciais e epistemológicos. Nesta aplicação, ela provê a base teórica para integrar as dimensões comportamental, sistêmica, psicológica e cultural relacionadas aos problemas de ação coletiva. A contribuição de Wilber fortalece e estende a visão de Graves, sugerindo que as características de redução do egocentrismo e ampliação do escopo da ação moral descrevem uma tendência universal, divisada em virtualmente todos os modelos de desenvolvimento humano, como expressão básica do despertar da consciência integral (Kósmica). Eu utilizo estes achados para apoiar a generalização dos resultados experimentais produzidos nesta pesquisa e o significado profundamente espiritual envolvido na tese substantiva deste estudo.In this study, I explore the implications of Clare Graves Emergent-Cyclical Double-Helix Levels of Human Existence (ECLET) conception of adult personality and cultural institutions on collective action problems. Graves theory offers an empirically grounded model of adult biopsychosocial development in which both the agency and the communion capacities of the self (the doublehelix) underpin a developmental sequence of evolving mental models connecting values and belief systems, worldviews and ideas of morality that unfold as a result of the interplay between the changing life conditions and the neuronal coping systems of biologically mature human beings. The defining characteristics of each of Graves constructs (eight hierarchical levels or waves of existence) support the advancement of specific hypotheses concerning the behavior of the human actors in collective action situations. Graves model of cyclical and intermingling fluctuations of the agency and communion capacities of the self suggests a pattern of decreasing egocentrism and increasing moral embrace along the path of human psychosocial development. This trait presents clear and useful ways to increase our understanding of the dynamics in collective action situations. By bringing Graves ECLET conception to the forefront, I emphasize issues of subjectivity that have received inadequate attention in mainstream approaches to collective action. The ECLET conception thus imparts the substantial thesis we hold in this reassessment of the commons dilemma, namely: the prime directive for institutional change or intervention, if proper, should focus upon and foster the awakening of human potential (i.e. interior growth or consciousness development). In order to bring about the expected outcomes, the structure and type of incentives must match the subjective level of existence of the individuals and communities, which evolves along a definite sequence, according to Graves model. Conversely, the conception of incentive structures that assume a representative model of individual, usually grounded on the unitary and static cognitive foundation that characterizes the so-called economic man , may produce unexpected and misleading results. To check the value and implications of Graves ECLET conception on collective action, the behavioral hypotheses derived from it were tested in experimental conditions following well established experimental protocols found in the literature of common-pool resource management and the provision of public-goods. I begin by assessing the psychosocial systems of 322 subjects (mostly Brazilian undergraduate and graduate students) and submitting the data to Factor Analysis in order to extract three principal levels or waves of existence, consistent with Graves theory. Participants were then exposed to three experimental situations, as follows: (1) a common-pool appropriation dilemma under three different institutional settings (no communication, costless communication, and costly sanctioning), (2) a public-good provision dilemma repeated under nine requisite contributions levels, and (3) an equity dilemma as represented in the well-known Ultimatum game. I then explore the statistical relationships (bivariate correlations and multivariate regression analysis) between Graves constructs and the behavioral responses produced in the experimental situations. The results show that Graves constructs are cross-culturally robust and that they provide a reliable basis for predicting both behavior and motivation within the experimental situations, thus supporting the prime directive sketched above. I connect Graves approach within the scope of collective action research using Ken Wilber s Integral Theory. Centered in the concept of holon and the Whiteheadian transcend-and-include conception, Integral Theory provides a path-braking map of the Kosmos and evolutionary history around four elementary domains of reality: subjective, objective, intersubjective and interobjective. In this application, Integral Theory provides the framework to integrate the behavioral (objective), the systemic (interobjective), the psychological (subjective) and the cultural (intersubjective) aspects of collective action problems. Moreover, Wilber s contribution strengthens and extends Graves theory by combining it with extensive research on the evolution of consciousness using both Eastern and Western and ranging from premodern to modern to postmodern sources. In particular, Wilber shows that the developmental trait defined by decreasing egocentrism and increasing moral embrace, present in Graves conception, is a deep-rooted trend found in virtually all developmental systems. I utilize these findings to support the interpretation of our experimental results and evaluate the significance of the prime directive in the context of collective action problems.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superiorapplication/pdfengUniversidade Federal de ViçosaDoutorado em Economia AplicadaUFVBREconomia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos RecursosSocial dilemmasExperimental economicsRational behaviorCommunicative actionSociocognitive and moral reasoningAdult development and personalityInstitutional analysisDilemas sociaisEconomia experimentalComportamento racionalAção comunicativaReação moral e sociocognitivaDesenvolvimento adulto e personalidadeAnálise institucionalCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADASThe commons dilemma revisited: toward an integral approachinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.PDFapplication/pdf4074665https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/109/1/texto%20completo.PDF9ef0ab0b0ca6b882b09c6276dad517c8MD51TEXTtexto completo.PDF.txttexto completo.PDF.txtExtracted texttext/plain1148727https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/109/2/texto%20completo.PDF.txtd3d4defa925f71e4e24a774bea82609aMD52THUMBNAILtexto completo.PDF.jpgtexto completo.PDF.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3565https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/109/3/texto%20completo.PDF.jpg6f76909da17d6a454e7b3e3f3f7d4d07MD53123456789/1092016-04-06 07:59:42.8oai:locus.ufv.br:123456789/109Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-04-06T10:59:42LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false |
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Neste estudo, eu exploro as implicações da Teoria de Desenvolvimento em Estágios Emergentes da Personalidade de Humanos Adultos (Clare W. Graves), em problemas de ação coletiva. A teoria de Graves oferece um modelo empiricamente fundamentado de desenvolvimento bio-psico- social de humanos adultos no qual a tensão permanente entre as capacidades de auto-afirmação (agency) e auto- adaptação (communion) do self origina uma sucessão de modelos mentais que emergem de forma hierarquicamente estruturada conectando crenças, sistemas de valores, idéias de moralidade e visões de mundo como resultado do inter-relacionamento entre as variáveis ambientais e a ativação das capacidades potenciais do organismo. As características distintivas de cada estágio de desenvolvimento propostas por Graves (oito níveis existenciais) fornecem a base para a formulação de hipóteses específicas, relativas ao comportamento dos atores humanos em situações de ação coletiva. Em particular, a superposição cíclica das capacidades de auto-afirmação e autoadaptação, ao longo dos estágios de desenvolvimento bio-psico-social descritos por Graves, delineiam um padrão de egocentrismo decrescente, acompanhado por aumento da autonomia comportamental e ampliação do círculo de participantes (seres humanos ou não) que são incluídos nas considerações morais do agente tomador de decisão. Eu sugiro que estas características apresentam evidentes e importantes implicações na nossa compreensão da dinâmica das interações sociais em situações de ação coletiva. Ao posicionar a concepção de Graves no centro da análise destas situações, eu enfatizo temas na pesquisa da subjetividade e desenvolvimento da consciência que têm recebido atenção inadequada nas principais abordagens sobre ação coletiva e o chamado dilema da cooperação . Neste sentido, ao ser correlacionada com uma ampla gama de observações empíricas e modelos teóricos de desenvolvimento da consciência, devidas a Ken Wilber, a concepção de Graves fornece a tese substantiva que eu submeto a teste experimental nesta revisão do dilema dos comuns , qual seja: a diretriz fundamental para promoção de mudanças institucional e comportamental direcionadas a resolver ou atenuar problemas de ação coletiva deve levar em conta, e até mesmo focalizar, os potenciais e as leis próprias da transformação interior e do despertar da consciência humana. Isso porque, contrariamente ao pressuposto pelo modelo unitário de racionalidade (otimização da utilidade esperada), a resposta comportamental à estrutura de incentivos não pode ser adequadamente prevista pela simples consideração das variáveis situacionais. Em vez disso, e para que se obtenham os resultados esperados, aquilo que de fato constituirá tal estrutura precisa ajustar-se ao estágio de desenvolvimento subjetivo dos participantes. Mais ainda, dadas tanto a natureza qualitativa das transformações interiores, delineada acima, quanto o fato de que estas transformações expressam o despertar de potencialidades humanas universais, conforme Ken Wilber, a consideração séria destes processos abre perspectivas totalmente novas sobre como atuar em problemas de ação coletiva e para a promoção das mudanças institucionais e comportamentais sustentáveis. Reciprocamente, a concepção de estruturas de incentivo que assumem um modelo único e representativo de todos os indivíduo, normalmente fundamentada nos pressupostos cognitivos estáticos que caracterizam o chamado homem econômico , pode produzir resultados inesperados e desastrosos. Para investigar as implicações e a robustez intercultural da concepção Graves nas situações de ação coletiva, as hipóteses comportamentais derivadas do seu modelo foram testadas em condições experimentais variadas, conforme estabelecidas em protocolos testados em outras aplicações relaciondas à gestão de recursos de propriedade comum e à provisão de bens públicos. Eu começo identificando três principais estágios teóricos de desenvolvimento psico-social presentes numa amostra de 322 sujeitos brasileiros por meio de uma aplicação confirmatória da Análise Fatorial sobre os perfis individuais dos participantes. Estes foram em seguida expostos a três situações experimentais, como segue: (1) um dilema de apropriação envolvendo três condições diferentes (sem oportunidade de regulação; duas oportunidades de comunicação direta, sem custo, e sem instrumento de fiscalização; repetidas oportunidades de aplicação de multas em valores variáveis, mediante pagamento de taxa específica); (2) um dilema de provisão de um bem público envolvendo nove níveis de contribuições mínima requerida; e (3) um dilema de eqüidade/risco conforme representado pelo Jogo do Ultimato. Eu exploro as relações estatísticas (correlações bivariadas e análises de regressão linear multivariada) entre os escores fatoriais nos principais estágios de desenvolvimento identificados previamente e as respostas comportamentais produzidas pelos participantes, nas várias situações experimentais. Os resultados sugerem que as caracterizações dos estágios de desenvolvimento descritas no modelo de Graves são culturalmente robustas e que elas provêem uma base segura para prever o comportamento e discriminar a motivação subjetiva destes comportamentos dentro das situações experimentais. Eu insiro a concepção de Graves no contexto da pesquisa institucional em ação coletiva usando a Teoria Integral de Ken Wilber. A Teoria Integral fornece o mapa conceitual para um tratamento mais amplo e equilibrado dos diversos domínios existenciais e epistemológicos. Nesta aplicação, ela provê a base teórica para integrar as dimensões comportamental, sistêmica, psicológica e cultural relacionadas aos problemas de ação coletiva. 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