A CRÍTICA EM TEMPO DE LUTO:: 40 ANOS SEM CLARICE E A TRADUTORA VISTA DE LONGE
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Belas Infiéis |
Texto Completo: | https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/11455 |
Resumo: | Pode-se dizer, sem sombra de dúvidas, que a crítica especializada em Clarice Lispector se encontra pela segunda vez, neste início de século, em um momento fatídico de sua história: a hora de renovação do luto. Devido à morte da autora de G.H., a atitude tomada pelos críticos em 2017 tem propiciado o surgimento de novos textos críticos a respeito da escritora e de sua produção. A setuagenária crítica clariceana rememora, com todas as pompas e circunstâncias, os 40 anos do adeus da partida, os 40 anos da “saída discreta pela porta dos fundos”, os 40 anos da publicação de A hora da estrela. Nesse bojo, além de se avultarem “novas” leituras, o volume da fortuna até agora acumulado só tende a aumentar, robustecendo ainda mais a já consolidada crítica que elegeu Clarice como objeto de desejo. Em virtude desse momento, o presente artigo propõe algumas considerações sobre o (não)lugar ocupado pela tradutora no âmbito crítico, ainda que em tempos de luto. Para tanto, esta reflexão se voltará a uma breve noção de crítica no contexto brasileiro contemporâneo, bem como a um inventário da fortuna construída por especialistas que se voltaram à escritora enquanto tradutora ao longo da história, na intenção de evidenciarmos o quanto o seu ofício tradutório ficou à espera de uma leitura mais apurada por quase 70 anos. Longe de endossarmos um coro piegas que lacrimejaria a partida da escritora, esta reflexão se interessa pelo espectro mais esquecido de Clarice (o de tradutora), fazendo de nosso trabalho de luto um meio para conceder vida e visibilidade à tradutora na história de sua crítica e na constituição da grande escritora brasileira da prosa intimista. Em sentido complementar, esta intervenção se interessa sobre o “quanto ao futuro” da crítica, principalmente em sua passagem pela renovação do adeus. |
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A CRÍTICA EM TEMPO DE LUTO:: 40 ANOS SEM CLARICE E A TRADUTORA VISTA DE LONGECríticaLutoTradutoraEscritoraClarice LispectorPode-se dizer, sem sombra de dúvidas, que a crítica especializada em Clarice Lispector se encontra pela segunda vez, neste início de século, em um momento fatídico de sua história: a hora de renovação do luto. Devido à morte da autora de G.H., a atitude tomada pelos críticos em 2017 tem propiciado o surgimento de novos textos críticos a respeito da escritora e de sua produção. A setuagenária crítica clariceana rememora, com todas as pompas e circunstâncias, os 40 anos do adeus da partida, os 40 anos da “saída discreta pela porta dos fundos”, os 40 anos da publicação de A hora da estrela. Nesse bojo, além de se avultarem “novas” leituras, o volume da fortuna até agora acumulado só tende a aumentar, robustecendo ainda mais a já consolidada crítica que elegeu Clarice como objeto de desejo. Em virtude desse momento, o presente artigo propõe algumas considerações sobre o (não)lugar ocupado pela tradutora no âmbito crítico, ainda que em tempos de luto. Para tanto, esta reflexão se voltará a uma breve noção de crítica no contexto brasileiro contemporâneo, bem como a um inventário da fortuna construída por especialistas que se voltaram à escritora enquanto tradutora ao longo da história, na intenção de evidenciarmos o quanto o seu ofício tradutório ficou à espera de uma leitura mais apurada por quase 70 anos. Longe de endossarmos um coro piegas que lacrimejaria a partida da escritora, esta reflexão se interessa pelo espectro mais esquecido de Clarice (o de tradutora), fazendo de nosso trabalho de luto um meio para conceder vida e visibilidade à tradutora na história de sua crítica e na constituição da grande escritora brasileira da prosa intimista. Em sentido complementar, esta intervenção se interessa sobre o “quanto ao futuro” da crítica, principalmente em sua passagem pela renovação do adeus. Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (POSTRAD) do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução (LET) do Instituto de Letras (IL) da Universidade de Brasília2017-12-20info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/1145510.26512/belasinfieis.v6.n2.2017.11455Belas Infiéis; Vol. 6 No. 2 (2017); 71-87Belas Infiéis; v. 6 n. 2 (2017); 71-872316-6614reponame:Belas Infiéisinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBporhttps://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/11455/10084Copyright (c) 2017 Revista Belas Infiéisinfo:eu-repo/semantics/openAccessFERREIRA, Rony Márcio Cardoso2019-10-06T20:09:53Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/11455Revistahttps://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieisPUBhttps://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/oai||germanahp@gmail.com|| belasinfieis@gmail.com2316-66142316-6614opendoar:2019-10-06T20:09:53Belas Infiéis - Universidade de Brasília (UnB)false |
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