A retórica da preservação: de como os discursos podem ser mobilizados para destruir a natureza

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borges, Lorena Araújo de Oliveira
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Couto, Elza Kioko N. N. do
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Ecolinguística
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/41383
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de investigar como os discursos ocidentais hegemonizados de preservação da Natureza reiteram concepções que continuam fundamentando a opressão e a destruição da mesma. Para tanto, analisamos três textos publicados pela revista The Economist, em agosto de 2019, que abordam as queimadas e o desmatamento na Amazônia. À luz das propostas teóricas e metodológicas da Ecolinguística para o estudo do discurso (COUTO et al., 2015; STIBBE, 2015; BORGES, 2020; COUTO; FERNANDES, 2020) e dos estudos decoloniais (MIGNOLO, 2003; 2017), buscamos compreender quais são os recursos semióticos mobilizados para escamotear a lógica da colonialidade/modernidade (MIGNOLO, 2017) que estrutura as nossas relações cotidianas. Na análise discursiva foi possível mapear diferentes recursos, como a modalização, o apagamento, dentre outros, que contribuem para o estabelecimento daquilo que chamamos de retórica da preservação, uma configuração discursiva que, ao apresentar o cuidado e a preservação da Natureza como uma necessidade imponderável para a sobrevivência daqueles que são considerados humanos, perpetua a opressão e a destruição da Natureza e das múltiplas sensibilidades de mundo (MIGNOLO, 2017) que a habitam.
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