Uma terra de reminiscências horripilantes : uma análise da memória coletiva na poética de Odete Semedo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Djú, Eusébio
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: https://repositorio.unb.br/handle/10482/44916
Resumo: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2021.
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spelling Uma terra de reminiscências horripilantes : uma análise da memória coletiva na poética de Odete SemedoMemóriaSemedo, OdeteLiteratura guineenseGuerra de 1998/1999Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2021.Esta dissertação está orientada sob a proposta de analisar os poemas da obra: No fundo do Canto (2007), de Odete Semedo, tendo como hipótese que tal produção literária advoga-se defensora da memória como receptáculo da história e cultura de povos da Guiné-Bissau. Está dividida em capítulos permanentemente relacionados, devido aos temas de interesse discutidos em todos os seus capítulos. O primeiro capítulo enfoca aspectos que permeiam a crítica da obra em estudo. No segundo capítulo, analisa o peso da memória dentro do contexto histórico da guerra de 1998 a 1999 na Guiné-Bissau (SEMEDO, 2007; AUGEL, 2007). No terceiro capítulo, identifica que tipo de memória os diversos eu-líricos defendem em suas vozes na obra No fundo do canto, do ponto de vista do estudo da memória (HALBWACHS, 1968; POLLAK, 1989; BERGSON, 1999; RICOEUR, 2007). De tal modo, entende-se que o sujeito poético expressa os fatos, protesta o prenúncio que marcou o povo, condenando o desequilíbrio social, mas também chora porque viu o sangue de pessoas mortas durante a guerra. A voz poética fala da dor, da morte, do sofrimento e da mentira que pairam na sociedade, substituindo a verdade. Revela a circunstância enfrentada, sensibiliza o momento ao dizer que é algo que fere a sua carne, que faz seu corpo sangrar, só pode ser guerra, lançada contra corpos humanos. É a sensação de que os conflitos armados afetam toda a humanidade, violando os direitos fundamentais das pessoas, a tortura humana, o que é humanamente inaceitável. Esse sentimento se manifesta no fundo de si mesmo, no eu poético que expressa sua angústia por tudo o que viu e viveu com o corpo exposto a todos os perigos. Em No fundo do canto, a memória se compreende em várias formas: coletiva, individual, nacional e sóciohistórica. A fala de vários eus líricos centra-se na experiência vivida e sentida pelos guineenses. Na verdade, entende-se que se trata de uma memória sustentada por uma experiência repleta de tristeza e sofrimento. Pretende-se afirmar que Semedo mistura oralidade e escrita, na sua poética, com o intuito de descrever a forma como o povo guineense, face ao desgaste psicológico provocado pelos fatos cruéis, conversa em torno desta memória de familiares, amigos e conhecidos que foram mortos na guerra. Confirmase que a obra No fundo do Canto é uma memória coletiva, individual e nacional, produto da confluência de uma expressão mais melancólica na vida de um povo. Pretende-se, portanto, contribuir e promover a memória coletiva do povo guineense.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).Cette dissertation est orientée sous la proposition d'analyser les poèmes de l’œuvre: No fundo do Canto (2007), par Odete Semedo, ayant comme hypothèse que cette production littéraire se défend comme défenseur de la mémoire comme réceptacle de l'histoire et de la culture du peuple de Guinée-Bissau. Il est divisé en chapitres reliés de façon permanente, en raison des thèmes d'intérêt abordés dans tous ses chapitres. Le premier chapitre se concentre sur les aspects qui imprègnent la critique de l'œuvre étudiée. Le deuxième chapitre analyse le poids de la mémoire dans le contexte historique de la guerre de 1998 à 1999 en Guinée-Bissau (SEMEDO, 2007 ; AUGEL, 2007). Dans le troisième chapitre, il identifie quel type de mémoire les différents auto-lyriques défendent dans leurs voix dans l'œuvre No fundo do canto, du point de vue de l'étude de la mémoire (HALBWACHS, 1968 ; POLLAK, 1989 ; BERGSON, 1999 ; RICOEUR, 2007). De cette manière, on comprend que le sujet poétique exprime les faits, proteste contre les présages qui ont marqué le peuple, condamne le déséquilibre social, mais pleure aussi parce qu'il a vu le sang des personnes tuées pendant la guerre. La voix poétique parle de la douleur, de la mort, de la souffrance et des mensonges qui planent dans la société, remplaçant la vérité. Elle révèle la circonstance à laquelle on est confronté, sensibilise le moment en disant que c'est quelque chose qui fait mal à la chair, qui fait saigner le corps, ça ne peut être que la guerre, lancée contre des corps humains. C'est le sentiment que les conflits armés affectent toute l'humanité, en violant les droits fondamentaux des personnes, la torture humaine, ce qui est humainement inacceptable. Ce sentiment se manifeste au plus profond de soi, dans le moi poétique qui exprime son angoisse pour tout ce qu'il a vu et vécu avec le corps exposé à tous les dangers. Dans No fundo do canto, la mémoire est comprise sous différentes formes: collective, individuelle, nationale et socio-historique. Le discours de plusieurs moi lyriques se concentre sur l'expérience vécue et ressentie par les Guinéens. En fait, il est entendu qu'il s'agit d'un souvenir entretenu par une expérience pleine de tristesse et de souffrance. Nous entendons affirmer que Semedo mêle oralité et écriture dans sa poétique, avec l'intention de décrire la manière dont le peuple guinéen, face à l'usure psychologique causée par les faits cruels, parle autour de cette mémoire des parents, amis et connaissances qui ont été tués pendant la guerre. Il est confirmé que l'œuvre No fundo do Canto est une mémoire collective, individuelle et nationale, le produit de la confluence d'une expression plus mélancolique dans la vie d'un peuple. Il est donc destiné à contribuer et à promouvoir la mémoire collective du peuple guinéen.Rodrigues, Fabrícia Walaceeusebiodjuannan@gmail.comDjú, Eusébio2022-09-27T15:08:11Z2022-09-27T15:08:11Z2022-09-272021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfDJÚ, Eusébio. Uma terra de reminiscências horripilantes: uma análise da memória coletiva na poética de Odete Semedo. 2021. 204 f., il. Dissertação (Mestrado em Literatura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.https://repositorio.unb.br/handle/10482/44916A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-17T18:05:57Zoai:repositorio.unb.br:10482/44916Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-17T18:05:57Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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