Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Jarbas Ricardo Almeida
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Santana, Ana Cláudia Farranha
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: https://repositorio.unb.br/handle/10482/39686
Resumo: No final do ano passado, precisamente em 31 de dezembro de 2019, foi confirmado oficialmente, por autoridades sanitárias na localidade de Wuhan (China), o surgimento de um novo tipo de coronavírus, cientificamente intitulado de SARS-CoV-2, mas que foi denominada, durante a sua expansão pelo mundo, pela nomenclatura de Covid-19, referente ao ano de seu surgimento. Em um resumido relato cronológico-institucional, constatamos que, em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o surto de coronavírus como emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), decretado também pelo Brasil em 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria nº 188 do Ministério da Saúde (1). Logo depois, em 06 de fevereiro de 2020, o Brasil promulga a principal lei federal sobre o surto – Lei nº 13.979 (2) –, dispondo sobre medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus. Sendo que, por fim, a OMS declara, em 11 de março de 2020, a Covid-19 como pandemia, isto é, como constatação de que a disseminação da doença atinge níveis globais, cruzando fronteiras internacionais e colocando em alerta todo o globo terrestre. No Brasil, o principal desafio no combate à pandemia da Covid-19 é possibilitar o acesso igualitário aos principais elementos médico-estruturais para a sobrevivência dos pacientes graves acometidos pelo novo vírus: os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – tanto SUS quanto não-SUS – providos de respiradores e de profissionais intensivistas habilitados para salvar o maior número de pessoas possível. Diante desse problema, que abarca, principalmente, as vítimas da síndrome respiratória aguda grave proporcionada pelo novo coronavírus, discutiremos a alternativa legal da requisição administrativa pelo Estado para a formação de uma fila única – contemplando público e privado – de leitos de UTI sob a coordenação e regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). O escopo deste instrumento administrativo-constitucional da requisição seria amenizar a desigualdade no acesso e na fila de espera em uma situação de emergência de saúde pública. Para esse objetivo, utilizaremos a metodologia de revisão bibliográfica de tipo narrativa, que consiste em analisar os parâmetros legais que contemplam o instrumento normativo da requisição administrativa em uma situação de calamidade e urgência sanitária, assim como referências bibliográficas a respeito do assunto. Na primeira parte de nossa análise, discutiremos o contexto jurídico da requisição administrativa de leitos de UTI. Na segunda parte, abordaremos o contexto sanitário envolto a uma pandemia e a consequente necessidade da fila única emergencial como alternativa para tentar resolver o problema. E, por fim, nas considerações finais, afirmamos nosso posicionamento favorável à requisição de leitos de UTI em fila única sob coordenação do SUS.
id UNB_87c9be615986b5273fc175ccc7ce9173
oai_identifier_str oai:repositorio2.unb.br:10482/39686
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Cunha, Jarbas Ricardo AlmeidaSantana, Ana Cláudia Farranha2020-12-01T18:08:01Z2020-12-01T18:08:01Z2020CUNHA, Jarbas Ricardo Almeida; FARRANHA, Ana Cláudia. Requisição administrativa em situação de calamidade pública: por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva. Cadernos Ibero-americanos de Direito Sanitário, Brasília, v. 9, n. 2, p. 218-227, 2020. DOI: 10.17566/ciads.v9i2.681. Disponível em: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/681. Acesso em: 1 dez. 2020.https://repositorio.unb.br/handle/10482/3968610.17566/ciads.v9i2.681No final do ano passado, precisamente em 31 de dezembro de 2019, foi confirmado oficialmente, por autoridades sanitárias na localidade de Wuhan (China), o surgimento de um novo tipo de coronavírus, cientificamente intitulado de SARS-CoV-2, mas que foi denominada, durante a sua expansão pelo mundo, pela nomenclatura de Covid-19, referente ao ano de seu surgimento. Em um resumido relato cronológico-institucional, constatamos que, em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o surto de coronavírus como emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), decretado também pelo Brasil em 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria nº 188 do Ministério da Saúde (1). Logo depois, em 06 de fevereiro de 2020, o Brasil promulga a principal lei federal sobre o surto – Lei nº 13.979 (2) –, dispondo sobre medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus. Sendo que, por fim, a OMS declara, em 11 de março de 2020, a Covid-19 como pandemia, isto é, como constatação de que a disseminação da doença atinge níveis globais, cruzando fronteiras internacionais e colocando em alerta todo o globo terrestre. No Brasil, o principal desafio no combate à pandemia da Covid-19 é possibilitar o acesso igualitário aos principais elementos médico-estruturais para a sobrevivência dos pacientes graves acometidos pelo novo vírus: os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – tanto SUS quanto não-SUS – providos de respiradores e de profissionais intensivistas habilitados para salvar o maior número de pessoas possível. Diante desse problema, que abarca, principalmente, as vítimas da síndrome respiratória aguda grave proporcionada pelo novo coronavírus, discutiremos a alternativa legal da requisição administrativa pelo Estado para a formação de uma fila única – contemplando público e privado – de leitos de UTI sob a coordenação e regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). O escopo deste instrumento administrativo-constitucional da requisição seria amenizar a desigualdade no acesso e na fila de espera em uma situação de emergência de saúde pública. Para esse objetivo, utilizaremos a metodologia de revisão bibliográfica de tipo narrativa, que consiste em analisar os parâmetros legais que contemplam o instrumento normativo da requisição administrativa em uma situação de calamidade e urgência sanitária, assim como referências bibliográficas a respeito do assunto. Na primeira parte de nossa análise, discutiremos o contexto jurídico da requisição administrativa de leitos de UTI. Na segunda parte, abordaremos o contexto sanitário envolto a uma pandemia e a consequente necessidade da fila única emergencial como alternativa para tentar resolver o problema. E, por fim, nas considerações finais, afirmamos nosso posicionamento favorável à requisição de leitos de UTI em fila única sob coordenação do SUS.Faculdade de Direito (FD)Programa de Direito Sanitário (Prodisa), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de BrasíliaCopyright (c) 2020 CADERNOS IBERO-AMERICANOS DE DIREITO SANITÁRIO - (CC BY NC) - Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License. Fonte: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/681. Acesso em: 01 dez. 2020.info:eu-repo/semantics/openAccessRequisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia IntensivaAdministrative request in situation of public calamity : for a single emergency queue of beds in the Intensive Care UnitRequisición administrativa en situación de calamidad pública : para una sola fila de camas de emergencia en la Unidad de Cuidados Intensivosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleCovid-19Unidade de tratamento intensivoporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBORIGINALARTIGO_RequisicaoAdministrativaSituacao.pdfARTIGO_RequisicaoAdministrativaSituacao.pdfapplication/pdf285092http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/39686/1/ARTIGO_RequisicaoAdministrativaSituacao.pdf045be175ad42d1ee596be9e816e7793aMD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain102http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/39686/2/license.txtaed4704d04bb260d4decd80db311aaa5MD52open access10482/396862023-06-24 16:40:14.22open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/39686U3VibWlzc8OjbyBlZmV0aXZhZGEgZGUgYWNvcmRvIGNvbSBsaWNlbsOnYSBjb25jZWRpZGEgcGVsbyBhdXRvciBlL291IGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcy4KBiblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2023-06-24T19:40:14Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Administrative request in situation of public calamity : for a single emergency queue of beds in the Intensive Care Unit
Requisición administrativa en situación de calamidad pública : para una sola fila de camas de emergencia en la Unidad de Cuidados Intensivos
title Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
spellingShingle Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
Cunha, Jarbas Ricardo Almeida
Covid-19
Unidade de tratamento intensivo
title_short Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
title_full Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
title_fullStr Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
title_full_unstemmed Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
title_sort Requisição administrativa em situação de calamidade pública : por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
author Cunha, Jarbas Ricardo Almeida
author_facet Cunha, Jarbas Ricardo Almeida
Santana, Ana Cláudia Farranha
author_role author
author2 Santana, Ana Cláudia Farranha
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cunha, Jarbas Ricardo Almeida
Santana, Ana Cláudia Farranha
dc.subject.keyword.pt_BR.fl_str_mv Covid-19
Unidade de tratamento intensivo
topic Covid-19
Unidade de tratamento intensivo
description No final do ano passado, precisamente em 31 de dezembro de 2019, foi confirmado oficialmente, por autoridades sanitárias na localidade de Wuhan (China), o surgimento de um novo tipo de coronavírus, cientificamente intitulado de SARS-CoV-2, mas que foi denominada, durante a sua expansão pelo mundo, pela nomenclatura de Covid-19, referente ao ano de seu surgimento. Em um resumido relato cronológico-institucional, constatamos que, em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o surto de coronavírus como emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), decretado também pelo Brasil em 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria nº 188 do Ministério da Saúde (1). Logo depois, em 06 de fevereiro de 2020, o Brasil promulga a principal lei federal sobre o surto – Lei nº 13.979 (2) –, dispondo sobre medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus. Sendo que, por fim, a OMS declara, em 11 de março de 2020, a Covid-19 como pandemia, isto é, como constatação de que a disseminação da doença atinge níveis globais, cruzando fronteiras internacionais e colocando em alerta todo o globo terrestre. No Brasil, o principal desafio no combate à pandemia da Covid-19 é possibilitar o acesso igualitário aos principais elementos médico-estruturais para a sobrevivência dos pacientes graves acometidos pelo novo vírus: os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – tanto SUS quanto não-SUS – providos de respiradores e de profissionais intensivistas habilitados para salvar o maior número de pessoas possível. Diante desse problema, que abarca, principalmente, as vítimas da síndrome respiratória aguda grave proporcionada pelo novo coronavírus, discutiremos a alternativa legal da requisição administrativa pelo Estado para a formação de uma fila única – contemplando público e privado – de leitos de UTI sob a coordenação e regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). O escopo deste instrumento administrativo-constitucional da requisição seria amenizar a desigualdade no acesso e na fila de espera em uma situação de emergência de saúde pública. Para esse objetivo, utilizaremos a metodologia de revisão bibliográfica de tipo narrativa, que consiste em analisar os parâmetros legais que contemplam o instrumento normativo da requisição administrativa em uma situação de calamidade e urgência sanitária, assim como referências bibliográficas a respeito do assunto. Na primeira parte de nossa análise, discutiremos o contexto jurídico da requisição administrativa de leitos de UTI. Na segunda parte, abordaremos o contexto sanitário envolto a uma pandemia e a consequente necessidade da fila única emergencial como alternativa para tentar resolver o problema. E, por fim, nas considerações finais, afirmamos nosso posicionamento favorável à requisição de leitos de UTI em fila única sob coordenação do SUS.
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-12-01T18:08:01Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-12-01T18:08:01Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv CUNHA, Jarbas Ricardo Almeida; FARRANHA, Ana Cláudia. Requisição administrativa em situação de calamidade pública: por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva. Cadernos Ibero-americanos de Direito Sanitário, Brasília, v. 9, n. 2, p. 218-227, 2020. DOI: 10.17566/ciads.v9i2.681. Disponível em: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/681. Acesso em: 1 dez. 2020.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.unb.br/handle/10482/39686
dc.identifier.doi.pt_BR.fl_str_mv 10.17566/ciads.v9i2.681
identifier_str_mv CUNHA, Jarbas Ricardo Almeida; FARRANHA, Ana Cláudia. Requisição administrativa em situação de calamidade pública: por uma fila única emergencial de leitos de Unidade de Terapia Intensiva. Cadernos Ibero-americanos de Direito Sanitário, Brasília, v. 9, n. 2, p. 218-227, 2020. DOI: 10.17566/ciads.v9i2.681. Disponível em: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/681. Acesso em: 1 dez. 2020.
10.17566/ciads.v9i2.681
url https://repositorio.unb.br/handle/10482/39686
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Programa de Direito Sanitário (Prodisa), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília
publisher.none.fl_str_mv Programa de Direito Sanitário (Prodisa), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/39686/1/ARTIGO_RequisicaoAdministrativaSituacao.pdf
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/39686/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 045be175ad42d1ee596be9e816e7793a
aed4704d04bb260d4decd80db311aaa5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801864202636230656