O terapeuta na clínica do sofrimento psíquico grave : particularidades e vivências

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Luciana Stoimenoff
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/9827
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2011.
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spelling O terapeuta na clínica do sofrimento psíquico grave : particularidades e vivênciasSofrimentoPsicoterapeuta e pacienteDissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2011.Este trabalho teve como objetivo principal investigar e descrever as vivências experimentadas pelo terapeuta que trabalha na clínica do sofrimento psíquico grave, bem como apontar de que maneira a vivência desses profissionais dialoga com a teoria clínica das psicoses, especialmente a teoria winnicottiana. Foram realizadas entrevistas individuais semi-estruturadas com oito terapeutas que atuam na clínica do sofrimento psíquico grave. Para a análise das narrativas utilizamos a análise de conteúdo com amparo da teoria fundamentada. Além disso, nos apoiamos na teoria psicanalítica, prioritariamente as teorias de Winnicott, para a interpretação dos dados e discussão. A partir dos resultados foram construídas três categorias: Particularidades da clínica do sofrimento psíquico grave; Vivências experimentadas pelo terapeuta no trabalho clínico; Estratégias para lidar com as particularidades. Todas as características apontadas pelos participantes envolviam diretamente a pessoa do terapeuta, seja enquanto peculiaridade técnica e de atuação profissional ou enquanto particularidades na característica dos afetos/sentimentos e vínculos envolvidos na relação terapeuta/paciente. Os terapeutas, em seu discurso, se colocam como diretamente e pessoalmente implicados no processo terapêutico do sujeito nessa especificidade clínica. No relato dos participantes sobre as características dessa clínica, estes apontam sobre a inexistência de manuais ou regras estabelecidas. Onde, apenas o estudo de técnicas não garante boas intervenções. Todos os participantes apontam estratégias para lidar com o próprio sofrimento mobilizado nessa especificidade clínica. A maioria dessas estratégias envolve buscas para a elaboração desses sentimentos, bem como a compreensão e delimitação dos próprios limites. Durante a entrevista, os terapeutas apontaram, em diversos momentos, questões sobre identificações pessoais e processos empáticos em relação aos pacientes. A identificação empática é citada como uma forma de compreensão do terapeuta sobre a dor do sujeito atendido por ele. Por meio da empatia há uma compreensão ontológica e existencial sobre o sofrimento do outro. Todos os terapeutas reconhecem limites para a prática dessa clínica. As limitações envolvem três principais esferas: limites do terapeuta, que são entendidos pelos participantes como impotência; limites para o estabelecimento de vínculo e limites de intervenção sobre o paciente, aqui observamos que esse limite está muito relacionado ao desejo do terapeuta. Ou seja, quanto maiores são suas expectativas, mais limites encontrarão para a prática clínica. Os participantes apontaram compreensões sobre lugares ocupados pelo terapeuta na clínica do sofrimento psíquico grave. Estas dizem respeito principalmente ao lugar dentro vínculo estabelecido, e no encontro sensível entre paciente e terapeuta. A disponibilidade afetiva do terapeuta se mostra tão intensa, que em alguns momentos observamos o compartilhamento do próprio sofrimento humano. Aqui se mostra um paradigma do terapeuta enquanto aquele que reconhece a importância do uso de sua singularidade na clínica. Ou seja, é pela presença de um outro significativo, no caso o terapeuta, que o paciente se faz existir no mundo. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTThis study aimed at investigating and describing the experiences lived by a therapist who works at serious psychic suffering, and to identify how these professional dialogues with the clinical theory of psychosis, especially Winnicott’s. Individual interviews were performed with eight therapists working in clinical severe psychological distress. It was used to support the theory based the analysis of narrative content. In addition, we rely on psychoanalytic theory, mainly the theories of Winnicott, for data interpretation and discussion It was raised three categories by the results: Peculiarities of clinical serious psychic suffering; Experiences lived by a therapists in clinical work, strategies for dealing with the particularities. All the characteristics identified by participants were related directly with the therapist, as peculiar technique of the professional work or in the particular characteristic of the affections/feelings and others relationship between therapist and patient. Therapist, in his speech, see themselves as directly and personally involved in the therapeutic process of the subject in this clinical specificity, however, they pointed about the absence of guidelines or rules established in this clinical and only the study of technical assistance does not guarantee good treatment. All participants indicated strategies to deal with their own suffering in this clinical specificity. Most of these approaches involve searching for the feelings elaboration, as well as understanding their own limits and boundaries. During the interview, therapists indicated reflexions about personal identification processes and empathic towards patients. The empathic identification is mentioned as a way of the therapist understanding about the pain of the subject treated by him. There is an ontological and existential understanding about the suffering of others by means empathy. All therapist recognize limits to the practice of this clinic. The limitation involves three major sets: limitations of the therapist, that are understood by participants as impotence; limits for the establishment of relationship and limits of intervention on the patient, it was observed here that this limit is closely related to the desire of the therapist. In other words, the higher their expectations are, most will find limits for clinical practice. The participants pointed out understandings of the therapist place in the clinic severe psychological distress. These relate mainly to the bond formed, and the sensitive meeting between patient and therapist. The therapist's emotional availability proved so intense that, sometimes, it was observed the share of human suffering itself. Here it was shown a paradigm of the therapist who recognizes the importance of using their uniqueness in the clinic. Namely, it is the presence of another significant (the therapist) that the patient does exist in the world.Instituto de Psicologia (IP)Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e CulturaCosta, Ileno Izídio daBrito, Luciana Stoimenoff2012-01-03T15:42:33Z2012-01-03T15:42:33Z2012-01-032011-07-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfBRITO, Luciana Stoimenoff. O terapeuta na clínica do sofrimento psíquico grave: particularidades e vivências. 2011. viii, 96 f., il. Dissertação(Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011.http://repositorio.unb.br/handle/10482/9827info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-03-13T14:51:42Zoai:repositorio.unb.br:10482/9827Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-03-13T14:51:42Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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