Interpretação epistemológica dos desacordos em estudos de clima : dos olhares kuhniano e lakatosiano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Renato Bastos
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/50433
Resumo: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Geografia, Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2024.
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spelling Interpretação epistemológica dos desacordos em estudos de clima : dos olhares kuhniano e lakatosianoClimatologiaClimatologia geográficaLakatos, Imre, 1922-1974Mudanças climáticasKuhn, Thomas, 1922-1996Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Geografia, Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2024.O campo epistemológico da Filosofia pode trazer para a ciência climatológica um considerável mundo de discussões metateóricas e reinterpretações daquilo que nela se pratica. Esta Dissertação está centrada no desenvolvimento das pesquisas no âmbito das ciências atmosféricas, com foco na Climatologia e Climatologia Geográfica – sendo que entendemos que o avanço conjunto dessas ciências fez surgir variados ramos, correntes de pensamento e metodologias. Neste sentido, foi partindo da Meteorologia, campo pautado na Física, que a Climatologia surgiu e se desenvolveu. Contudo, com o tempo, um caráter geográfico se fez necessário, e conferiu aos geógrafos (por exemplo, brasileiros) uma possibilidade de conquistar destaque e protagonismo entre demais pesquisadores. Nossa hipótese é que, para compreender detalhes desse processo e alguns momentos-chave, a aplicação de metateorias é um recurso decisivo. E, no caso, os modelos de Thomas Kuhn e de Imre Lakatos ganham saliência por serem perspectivas epistemológicas célebres e, a nosso juízo, potentes para a discussão a ser aqui apresentada; qual seja: a manifestação de abordagens discordantes dentro da comunidade de experts. A fim de demonstrar a versatilidade das metateorias Kuhniana e Lakatosiana, a projetamos sobre dois casos que são pertinentes, na medida em que, enquanto um deles ilustra o desacordo em termos de leitura metodológica (uma controvérsia internalista, poderíamos dizer), o outro o exemplifica em termos de visão axiológica (uma controvérsia que pode ter ingredientes externalistas, portanto). Para isso, primeiramente, avaliamos o caso dos paradigmas clássico e dinâmico na Climatologia. Depois, damos atenção particular ao tema do aquecimento global – fenômeno igualmente atraente para uma análise calcada em filosofia da ciência, posto que as questões climáticas têm ganhado uma forte notoriedade. Concluímos que a abordagem metacientífica contribui para um melhor esclarecimento sobre as divergências que permeiam as discussões climáticas. Com este trabalho pretendemos incentivar a comunidade de geógrafo(a)s físico(a)s especialmente voltado(a)s para os estudos de clima a se interessem mais pelos fatores epistemológicos que estão incutidos em seu campo de atuação. Esta seria uma maneira de se precaver de visões simplistas acerca do que acontece em sua comunidade – em especial, as dinâmicas de conflito.The epistemological field of Philosophy can bring to climatological science a considerable world of metatheoretical discussions and reinterpretations of what is practiced in it. This Dissertation is centered on the development of research within the scope of atmospheric sciences, with a focus on Climatology and Geographic Climatology – and we understand that the joint advancement of these sciences has given rise to various branches, currents of thought and methodologies. In this sense, it was starting from Meteorology, a field based on Physics, that Climatology emerged and developed. However, over time, a geographic character became necessary, and gave geographers (for example, Brazilians) the possibility of gaining prominence and protagonism among other researchers. Our hypothesis is that, to understand details of this process and some key moments, the application of metatheories is a decisive resource. And, in this case, the models of Thomas Kuhn and Imre Lakatos gain prominence because they are famous epistemological perspectives and, in our opinion, powerful for the discussion to be presented here; namely: the manifestation of discordant approaches within the community of experts. In order to demonstrate the versatility of Kuhnian and Lakatosian metatheories, we project it onto two cases that are pertinent, insofar as, while one of them illustrates the disagreement in terms of methodological perspective (an internalist controversy, we could say), the other exemplifies it in terms of an axiological point of view (a controversy that may have externalist ingredients, therefore). To do this, first, we evaluate the case of the classic and dynamic paradigms in Climatology. Afterwards, we pay particular attention to the topic of global warming – an equally attractive phenomenon for an analysis based on the philosophy of science, given that climate issues have gained strong notoriety. We conclude that the metascientific approach contributes to a better understanding of the divergences that permeate climate discussions. With this work, we aim to encourage the community of physical geographers, especially focused on climate studies, becoming more interested in the epistemological factors that are embedded in their field of activity. This would be a way to guard against simplistic views about what happens in your community – especially conflict dynamics.El campo epistemológico de la Filosofía puede aportar a la ciencia climatológica un mundo considerable de discusiones metateóricas y reinterpretaciones de lo que en ella se practica. Esta tesis de Maestria se centra en el desarrollo de investigaciones en el ámbito de las ciencias atmosféricas, con enfoque en Climatología y Climatología Geográfica – y entendemos que el avance conjunto de estas ciencias ha dado origen a diversas ramas, corrientes de pensamiento y metodologías. En este sentido, fue a partir de la Meteorología, campo basado en la Física, que surgió y se desarrolló la Climatología. Sin embargo, con el tiempo, un carácter geográfico se hizo necesario y dio a los geógrafos (por ejemplo, los brasileños) la posibilidad de ganar prominencia y protagonismo entre otros investigadores. Nuestra hipótesis es que, para comprender detalles de este proceso y algunos momentos clave, la aplicación de metateorías es un recurso decisivo. Y, en este caso, los modelos de Thomas Kuhn e Imre Lakatos ganan propiedad porque son perspectivas epistemológicas famosas y, a nuestro juicio, poderosas para la discusión que aquí se presenta; a saber: la manifestación de enfoques discordantes dentro de la comunidad de expertos. Para demostrar la versatilidad de las metateorías Kuhniana y Lakatosiana, la proyectamos en dos casos que resultan pertinentes, en la medida en que, mientras uno de ellos ilustra el desacuerdo en términos de lectura metodológica (una controversia internalista, podríamos decir), el otro lo hace en términos de una visión axiológica (una controversia que puede tener ingredientes externalistas, por tanto). Para ello, en primer lugar, evaluamos el caso de los paradigmas clásico y dinámico en Climatología. A continuación, prestamos especial atención al tema del calentamiento global, un fenómeno igualmente atractivo para un análisis basado en la filosofía de la ciencia, dado que las cuestiones climáticas han adquirido una fuerte notoriedad. Concluimos que el enfoque metacientífico contribuye a una mejor comprensión de las divergencias que impregnan las discusiones sobre el clima. Con este trabajo, pretendemos fomentar el interés de la comunidad de geógrafos físicos, especialmente centrados en los estudios climáticos, se interese cada vez más por los factores epistemológicos que están insertos en su campo de actividad. Esta sería una forma de protegerse contra visiones simplistas sobre lo que sucede en su comunidad, especialmente las dinámicas de conflicto.Instituto de Ciências Humanas (ICH)Departamento de Geografia (ICH GEA)Programa de Pós-Graduação em GeografiaReis Júnior, Dante Flávio da CostaRodrigues, Renato Bastos2024-09-24T18:47:22Z2024-09-24T18:47:22Z2024-09-242024-05-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRODRIGUES, Renato Bastos. Interpretação epistemológica dos desacordos em estudos de clima: dos olhares kuhniano e lakatosiano. 2024. 149 f., il. Dissertação (Mestrado em Geografia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.http://repositorio.unb.br/handle/10482/50433porA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-09-24T18:47:22Zoai:repositorio.unb.br:10482/50433Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-09-24T18:47:22Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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