Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos |
Texto Completo: | https://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/article/view/10415 |
Resumo: | o presente artigo tem como foco o Programa de Educação Integrada (PEI) pertencente ao Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) criado em 1967 na Ditadura Civil-Militar e implementado nos anos 1970. Esse Movimento teve uma difusão em larga escala por todo território brasileiro, chegando a praticamente todos os municípios brasileiros. As ações do PEI estavam diretamente ligadas à continuidade da escolaridade e visava a então formação primária dos sujeitos oriundos tanto do Programa de Alfabetização Funcional (PAF), também, do Mobral, quanto de pessoas jovens e adultas que não tinham concluído essa etapa escolar. Nesse sentido, e tendo em vista as incursões empíricas já realizadas (Moura; Freitas, 2007; Amorim; Freitas; Moura, 2009; Lima, 2010, Silva, 2013; 2018), situadas nos Centros de Referência em Educação de Jovens e Adultos (EJA), que algumas universidades públicas dispõem, a exemplo a UERJ, com o intuito de garantirem a memória da modalidade, objetivou-se em analisar, por meio das memórias dos sujeitos partícipes, as ações de continuidade da escolarização implementadas pelo PEI no período correspondente à sua atuação (1973-1985) tendo como base o sertão santanense. Com efeito, ao tratar em continuidade fazemos com o sentido de “permanência escolar”, compreendendo-a como possibilidade de “duração e transformação” (Reis, 2009). A pesquisa trilhou os pressupostos teórico-metodológicos da História oral, fundamentando-se nos trabalhos de Alberti (2018); Portelli (2010, 2016), e privilegiou as narrativas memorialistas (Bosi, 1994) dos sujeitos estudantes egressos do PEI, ex-professores, ex-supervisoras, e também as fontes documentais conseguidas na Secretaria Municipal de Educação, do município de Santana do Ipanema. Os dados apontaram que o PEI centrou-se na zona urbana, com ampla matrícula inicial e final (40 a 50 alunos por turma) e a permanência escolar, nesse contexto, relacionou-se à saída dos sujeitos da zona rural e muitos egressos do PEI, para conclusão dos estudos na zona urbana, revelando as “táticas” acionadas pelos sujeitos diante do cenário educacional excludente da época. |
id |
UNEB-2_23bc9c63ac1b8071361c40f0ba02764f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.revistas.uneb.br:article/10415 |
network_acronym_str |
UNEB-2 |
network_name_str |
Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos |
repository_id_str |
|
spelling |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoaso presente artigo tem como foco o Programa de Educação Integrada (PEI) pertencente ao Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) criado em 1967 na Ditadura Civil-Militar e implementado nos anos 1970. Esse Movimento teve uma difusão em larga escala por todo território brasileiro, chegando a praticamente todos os municípios brasileiros. As ações do PEI estavam diretamente ligadas à continuidade da escolaridade e visava a então formação primária dos sujeitos oriundos tanto do Programa de Alfabetização Funcional (PAF), também, do Mobral, quanto de pessoas jovens e adultas que não tinham concluído essa etapa escolar. Nesse sentido, e tendo em vista as incursões empíricas já realizadas (Moura; Freitas, 2007; Amorim; Freitas; Moura, 2009; Lima, 2010, Silva, 2013; 2018), situadas nos Centros de Referência em Educação de Jovens e Adultos (EJA), que algumas universidades públicas dispõem, a exemplo a UERJ, com o intuito de garantirem a memória da modalidade, objetivou-se em analisar, por meio das memórias dos sujeitos partícipes, as ações de continuidade da escolarização implementadas pelo PEI no período correspondente à sua atuação (1973-1985) tendo como base o sertão santanense. Com efeito, ao tratar em continuidade fazemos com o sentido de “permanência escolar”, compreendendo-a como possibilidade de “duração e transformação” (Reis, 2009). A pesquisa trilhou os pressupostos teórico-metodológicos da História oral, fundamentando-se nos trabalhos de Alberti (2018); Portelli (2010, 2016), e privilegiou as narrativas memorialistas (Bosi, 1994) dos sujeitos estudantes egressos do PEI, ex-professores, ex-supervisoras, e também as fontes documentais conseguidas na Secretaria Municipal de Educação, do município de Santana do Ipanema. Os dados apontaram que o PEI centrou-se na zona urbana, com ampla matrícula inicial e final (40 a 50 alunos por turma) e a permanência escolar, nesse contexto, relacionou-se à saída dos sujeitos da zona rural e muitos egressos do PEI, para conclusão dos estudos na zona urbana, revelando as “táticas” acionadas pelos sujeitos diante do cenário educacional excludente da época.UNEB2020-12-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo - TLapplication/pdfhttps://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/article/view/10415Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos; v. 8 (2020): Revista Brasileira de Jovens e Adultos; 1-15reponame:Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultosinstname:Universidade do Estado da Bahia (UNEB)instacron:UNEBporhttps://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/article/view/10415/7296Copyright (c) 2020 Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultosinfo:eu-repo/semantics/openAccessMarques Torres, Andresso Costa da Silva, Jailson Freitas, Marinaide2020-12-28T23:35:28Zoai:ojs.revistas.uneb.br:article/10415Revistahttps://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultosPUBhttps://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/oai||revistaeja@gmail.com|| rodrigomatos28@hotmail.com2317-65712317-6571opendoar:2020-12-28T23:35:28Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas |
title |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas |
spellingShingle |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas Marques Torres, Andresso |
title_short |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas |
title_full |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas |
title_fullStr |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas |
title_full_unstemmed |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas |
title_sort |
Dos fios da memória à tessitura da história: narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas |
author |
Marques Torres, Andresso |
author_facet |
Marques Torres, Andresso Costa da Silva, Jailson Freitas, Marinaide |
author_role |
author |
author2 |
Costa da Silva, Jailson Freitas, Marinaide |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Marques Torres, Andresso Costa da Silva, Jailson Freitas, Marinaide |
description |
o presente artigo tem como foco o Programa de Educação Integrada (PEI) pertencente ao Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) criado em 1967 na Ditadura Civil-Militar e implementado nos anos 1970. Esse Movimento teve uma difusão em larga escala por todo território brasileiro, chegando a praticamente todos os municípios brasileiros. As ações do PEI estavam diretamente ligadas à continuidade da escolaridade e visava a então formação primária dos sujeitos oriundos tanto do Programa de Alfabetização Funcional (PAF), também, do Mobral, quanto de pessoas jovens e adultas que não tinham concluído essa etapa escolar. Nesse sentido, e tendo em vista as incursões empíricas já realizadas (Moura; Freitas, 2007; Amorim; Freitas; Moura, 2009; Lima, 2010, Silva, 2013; 2018), situadas nos Centros de Referência em Educação de Jovens e Adultos (EJA), que algumas universidades públicas dispõem, a exemplo a UERJ, com o intuito de garantirem a memória da modalidade, objetivou-se em analisar, por meio das memórias dos sujeitos partícipes, as ações de continuidade da escolarização implementadas pelo PEI no período correspondente à sua atuação (1973-1985) tendo como base o sertão santanense. Com efeito, ao tratar em continuidade fazemos com o sentido de “permanência escolar”, compreendendo-a como possibilidade de “duração e transformação” (Reis, 2009). A pesquisa trilhou os pressupostos teórico-metodológicos da História oral, fundamentando-se nos trabalhos de Alberti (2018); Portelli (2010, 2016), e privilegiou as narrativas memorialistas (Bosi, 1994) dos sujeitos estudantes egressos do PEI, ex-professores, ex-supervisoras, e também as fontes documentais conseguidas na Secretaria Municipal de Educação, do município de Santana do Ipanema. Os dados apontaram que o PEI centrou-se na zona urbana, com ampla matrícula inicial e final (40 a 50 alunos por turma) e a permanência escolar, nesse contexto, relacionou-se à saída dos sujeitos da zona rural e muitos egressos do PEI, para conclusão dos estudos na zona urbana, revelando as “táticas” acionadas pelos sujeitos diante do cenário educacional excludente da época. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-12-28 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Artigo - TL |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/article/view/10415 |
url |
https://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/article/view/10415 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/article/view/10415/7296 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2020 Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2020 Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UNEB |
publisher.none.fl_str_mv |
UNEB |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos; v. 8 (2020): Revista Brasileira de Jovens e Adultos; 1-15 reponame:Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos instname:Universidade do Estado da Bahia (UNEB) instacron:UNEB |
instname_str |
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) |
instacron_str |
UNEB |
institution |
UNEB |
reponame_str |
Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos |
collection |
Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos - Universidade do Estado da Bahia (UNEB) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revistaeja@gmail.com|| rodrigomatos28@hotmail.com |
_version_ |
1800211658923048960 |