A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858)
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de História (São Paulo) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/159279 |
Resumo: | Neste artigo aborda-se as primeiras leituras brasileiras e os usos públicos do romance abolicionista A Cabana do Pai Tomás [1852], da estadunidense Harriet Beecher Stowe. Considerando-se o anseio do romance realista oitocentista de desvelar o social, apresenta-se os procedimentos formais adotados assim como sua recepção por leitores do Brasil escravista. Para tanto, utiliza-se como fontes principais a imprensa e baseia-se nas reflexões de Michel de Certeau sobre a leitura. Houve três modalidades diferentes de leituras: refratárias, ambíguas e entusiásticas, cada qual correspondeu a um modo próprio dos leitores se posicionarem diante de a intensão realista do romance, nem sempre sendo aceito como uma representação verossímil da escravidão. Indica-se a importância do romance em incentivar um debate público acerca da legitimidade da escravidão, ainda que não tenha incentivado defesas de abolicionismo imediatista. |
id |
UNESP-13_fb39f66853c791579e45874a4b46ea41 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/159279 |
network_acronym_str |
UNESP-13 |
network_name_str |
Revista de História (São Paulo) |
repository_id_str |
|
spelling |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858)Slavery and novel "truth": first readings and public uses of Uncle Tom's Cabin in Brazil (1852-1858)Slaveryrealist novelreceptionliteratureabolitionismEscravidãoRomance realistaRecepçãoLiteraturaabolicionismoNeste artigo aborda-se as primeiras leituras brasileiras e os usos públicos do romance abolicionista A Cabana do Pai Tomás [1852], da estadunidense Harriet Beecher Stowe. Considerando-se o anseio do romance realista oitocentista de desvelar o social, apresenta-se os procedimentos formais adotados assim como sua recepção por leitores do Brasil escravista. Para tanto, utiliza-se como fontes principais a imprensa e baseia-se nas reflexões de Michel de Certeau sobre a leitura. Houve três modalidades diferentes de leituras: refratárias, ambíguas e entusiásticas, cada qual correspondeu a um modo próprio dos leitores se posicionarem diante de a intensão realista do romance, nem sempre sendo aceito como uma representação verossímil da escravidão. Indica-se a importância do romance em incentivar um debate público acerca da legitimidade da escravidão, ainda que não tenha incentivado defesas de abolicionismo imediatista.In this paper I study the first Brazilian readings and the public uses of the abolitionist novel Uncle Tom’s Cabin (1852), from American novelist Harriet Beecher Stowe. Considering the 19th century realism’s desire of unraveling the social world, I here present the formal procedures adopted, as well as its reception among readers in a slaver Brazil. For accomplishing it, I use 19th century press as my main source and take as theoretical guidelines the reflections of Michel de Certeau on reading. There were three distinct types of reading: refractory, ambiguous and enthusiastic, each one corresponding to a particular way in which readers positioned themselves in face of the realistic intentions of the novel, these not always being accepted as a veritable representation of slavery. I point to the importance of the novel in encouraging a public debate on the legitimacy of slavery, although it has not fostered the defense of immediate abolitionism.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2020-09-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/15927910.11606/issn.2316-9141.rh.2020.159279Revista de História; n. 179 (2020); 1-24Revista de História; No. 179 (2020); 1-24Revista de História; Núm. 179 (2020); 1-242316-91410034-8309reponame:Revista de História (São Paulo)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:UNESPporhttps://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/159279/163387https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/159279/176880Copyright (c) 2020 Revista de Históriahttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessFerretti, Danilo José Zioni2021-12-16T18:41:40Zoai:revistas.usp.br:article/159279Revistahttps://www.revistas.usp.br/revhistoriaPUBhttps://www.revistas.usp.br/revhistoria/oairevistahistoria@usp.br||revistahistoria@assis.unesp.br2316-91410034-8309opendoar:2021-12-16T18:41:40Revista de História (São Paulo) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858) Slavery and novel "truth": first readings and public uses of Uncle Tom's Cabin in Brazil (1852-1858) |
title |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858) |
spellingShingle |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858) Ferretti, Danilo José Zioni Slavery realist novel reception literature abolitionism Escravidão Romance realista Recepção Literatura abolicionismo |
title_short |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858) |
title_full |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858) |
title_fullStr |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858) |
title_full_unstemmed |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858) |
title_sort |
A escravidão e a “verdade” do romance: primeiras leituras e usos públicos de A Cabana do Pai Tomás no Brasil (1852-1858) |
author |
Ferretti, Danilo José Zioni |
author_facet |
Ferretti, Danilo José Zioni |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ferretti, Danilo José Zioni |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Slavery realist novel reception literature abolitionism Escravidão Romance realista Recepção Literatura abolicionismo |
topic |
Slavery realist novel reception literature abolitionism Escravidão Romance realista Recepção Literatura abolicionismo |
description |
Neste artigo aborda-se as primeiras leituras brasileiras e os usos públicos do romance abolicionista A Cabana do Pai Tomás [1852], da estadunidense Harriet Beecher Stowe. Considerando-se o anseio do romance realista oitocentista de desvelar o social, apresenta-se os procedimentos formais adotados assim como sua recepção por leitores do Brasil escravista. Para tanto, utiliza-se como fontes principais a imprensa e baseia-se nas reflexões de Michel de Certeau sobre a leitura. Houve três modalidades diferentes de leituras: refratárias, ambíguas e entusiásticas, cada qual correspondeu a um modo próprio dos leitores se posicionarem diante de a intensão realista do romance, nem sempre sendo aceito como uma representação verossímil da escravidão. Indica-se a importância do romance em incentivar um debate público acerca da legitimidade da escravidão, ainda que não tenha incentivado defesas de abolicionismo imediatista. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-09-14 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/159279 10.11606/issn.2316-9141.rh.2020.159279 |
url |
https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/159279 |
identifier_str_mv |
10.11606/issn.2316-9141.rh.2020.159279 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/159279/163387 https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/159279/176880 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2020 Revista de História http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2020 Revista de História http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf text/xml |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista de História; n. 179 (2020); 1-24 Revista de História; No. 179 (2020); 1-24 Revista de História; Núm. 179 (2020); 1-24 2316-9141 0034-8309 reponame:Revista de História (São Paulo) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Revista de História (São Paulo) |
collection |
Revista de História (São Paulo) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de História (São Paulo) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
revistahistoria@usp.br||revistahistoria@assis.unesp.br |
_version_ |
1800214933204369408 |