Hipermagnesemia e intolerância alimentar em recém-nascido pré-termo : um estudo de coorte
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/3149 |
Resumo: | Orientadores: Jamil Pedro de Siqueira Caldas, Sérgio Tadeu Martins Marba |
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Hipermagnesemia e intolerância alimentar em recém-nascido pré-termo : um estudo de coorteHypermagnesemia and feeding intolerance in preterm newborns : a cohort studyPrematuroSulfato de magnésioIntolerância alimentarEfeitos colaterais e reações adversas relacionados a medicamentosMagnesium sulfateFood intoleranceAdverse effectsPremature newbornOrientadores: Jamil Pedro de Siqueira Caldas, Sérgio Tadeu Martins MarbaTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: avaliar a associação entre a hipermagnesemia ao nascimento e a intolerância alimentar em recém-nascidos pré-termo nas primeiras 72 horas de vida. Método: estudo longitudinal do tipo coorte com inclusão de recém-nascidos pré-termo menores de 34 semanas de idade gestacional, com coleta prospectiva de dados. Os critérios de exclusão foram a não concordância dos pais em participar da pesquisa, a não obtenção de sangue de cordão umbilical para dosagem de magnésio, a presença de malformações congênitas maiores e/ou cromossomopatias, infecções congênitas e ocorrência de óbito com menos de 72 horas de vida. O Tamanho amostral calculado foi 242 crianças. O desfecho principal foi a presença de intolerância alimentar nas primeiras 72 horas de vida, definida pela observação de pelo menos dois dos seguintes sinais: vômitos, distensão abdominal, necessidade de alimentação por bomba de infusão e retardo de eliminação de mecônio. Hipermagnesemia foi definida por nível sérico umbilical de magnésio > 2,5 mEq/l. Variáveis maternas, de parto e neonatais foram utilizadas para comparação entre dois grupos de recém-nascidos: com e sem intolerância alimentar. As variáveis categóricas foram expressas por frequências absoluta e relativa e comparadas pelo teste de qui-quadrado ou de exato de Fisher. As variáveis contínuas foram expressas por mediana e intervalo interquartil (IIQ) devido à ausência de normalidade na distribuição dos valores e comparadas pelo teste de Mann-Whitney. Para se verificar a associação entre hipermagnesemia e intolerância alimentar foi realizada análise de regressão logística simples e múltipla com critério stepwise de seleção de variáveis, com cálculo de odds ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95%). O nível de significância estabelecido foi de 5% e o programa estatístico utilizado foi The SAS System for Windows -Statistical Analysis System, versão 9.2. Resultados: foram avaliados 251 recém-nascidos com mediana de peso ao nascer de 1390 gramas (IIQ 1020-1070) e de idade gestacional de 31semanas (IIQ 28-32). A presença de intolerância alimentar ocorreu em 17,5% (44/251) deles. O sinal clínico de intolerância alimentar mais frequentemente encontrado foi a presença de vômito (35,1%). A taxa de exposição antenatal ao sulfato de magnésio (63,6 x 53,1%, p=0,204) foram similares em ambos os grupos, porém a hipermagnesemia foi mais frequente no grupo intolerante (40,9% x 24,2%, p=0,024). A análise de regressão logística simples mostrou que as crianças com hipermagnesemia apresentaram um risco 2 vezes maior de ocorrência de intolerância alimentar (OR 2,16 IC 95% 1,09 - 4,26). Variáveis maternas também aumentaram o risco de intolerância alimentar como a presença de diabetes mellitus (OR 3,13 IC 95% 1,52 – 6,42) e parto sob anestesia geral (OR 3.06 IC 95% 1,20 -7,83). Das variáveis neonatais foram consideradas de risco para o desfecho: reanimação em sala de parto (OR 2,29 IC 95% 1.18-4.45), intubação traqueal (OR 2,63 IC 95% 1,31-5,28), Apgar 1ºmin < 7 (OR 1,96 IC 95% 1,01 -3,78), SNAPPE-II (OR 1,051 IC 95% 1,025-1,078), síndrome do desconforto respiratório (OR 2,73 IC 95% 1,37-5,45), hemorragia peri-intraventricular (OR 2,62 IC 95% 1,17-5,88), oferta de leite humano (OR 3,10 IC 95% 1,016-8,25), atraso da administração da primeira dieta (OR 1,014 IC 95% 1,001-1,028). Por outro lado, o aumento do peso ao nascer diminuiu o risco em 10% para cada 100 gramas (OR 0,999 IC 95% 0,999-0,999) e o aumento de uma semana na idade gestacional também reduziu o risco em 17% (OR 0,835 IC 95% 0,741 – 0,943). Na análise da regressão logística múltipla com critérios stepwise para intolerância alimentar, verificou-se que a hipermagnesemia permaneceu independentemente associada ao desfecho, com aumento de risco de 2,5 vezes (OR 2,51 IC 95 % 1,06 – 5,91). Além disso, para cada aumento de um ponto no escore SNAPPE -II ocorreu um aumento de 5% no risco de IA (OR 1,051 IC 95% 1,025 – 1,078). A presença de diabetes materno e de hemorragia peri-intraventricular também se associaram independentemente a um aumento de risco de cerca de 2,6 vezes (OR 2,56 IC 95% 1,07-6,14) e de 3,6 vezes (IC 95% 3,61 IC 95% 1,31-9,91), respectivamente. Do mesmo modo o acréscimo de um ponto no escore do SNAPPE- II aumentou o risco em 5%. Conclusão: A hipermagnesemia foi associada independentemente à presença de intolerância alimentar nos três primeiros dias de vida em RNPT< 34 semanas de idade gestacionalAbstract: to evaluate the association between hypermagnesemia and feeding intolerance in the first 72 hours of life in preterm newborns. Method: a prospective cohort study with inclusion of preterm newborns between 24 and 33 weeks of gestation. The main outcome was feeding intolerance in the first 72 hours of life, defined by the presence of at least one of the following signs: vomiting, abdominal distention, need for infusion pump feeding and delayed meconium elimination. Hypermagnesemia was defined by an umbilical serum magnesium level> 2.5 mEq/l. Maternal and neonatal control variables were analyzed to compare two groups: newborns with and without feeding intolerance. Categorical variables were expressed as absolute and relative frequencies and compared using the chi-square or Fisher's exact test. Continuous variables were expressed as median and interquartile range (IQR) and compared using the Mann-Whitney test due to the lack of normal distribution. The association between the main outcome and hypermagnesemia was verified by a simple and multiple logistic regression analysis with stepwise variable selection. Significance level was set at 5%, and data were analyzed using the Statistical Analysis System (SAS) for Windows version 9.2. Results: 251 preterm infants were analyzed with median of birth weight of 1390 gram (IQR 1020-1070) and of gestational age of 31 weeks (IQR 28-32). and feeding intolerance occurred in 17,5% (44/251). The most frequently clinical sign found was the presence of vomiting (35.1%). The antenatal exposure rate to magnesium sulfate (63.6% x 53.1%, p=0.204) was similar in both groups – with and without feeding intolerance, but hypermagnesemia was more frequent in the intolerant group (40.9% x 24.2%, p=0.024). Simple logistic regression analysis showed that infants with hypermagnesemia presented a two-fold risk of feeding intolerance (OR 2.16 - 95% CI 1.09 – 4.26). Maternal factors also increased the risk: diabetes mellitus (OR 3.13 - 95% CI 1.52 – 6.42) and delivery under general anesthesia (OR 3.06 - 95% CI 1.20 – 7.83). Neonatal variables considered as a risk to the outcome were: resuscitation at the delivery room (OR 2.29 - 95% CI 1.18 - 4.45), tracheal intubation (OR 2.63 - 95% CI 1.31 – 5.28), 1ºmin Apgar < 7 (OR 1.96 - 95% IC 1.01 - 3.78), SNAPPE-II (OR 1.051 - 95% CI 1.025 – 1.078), respiratory distress syndrome (OR 2.73 - 95% CI 1.37 – 5.45), peri-intraventricular hemorrhage (OR 2.,62 - 95% CI 1.17 – 5.88), human milk (OR 3.10 - 95% CI 1.01 - 8,25), timing first feeding (OR 1.14 - 95% CI 1,001 - 1,028). On the contrary, each 100-gram increasing in birth weight decreased the risk in 10% (OR 0.999 - 95% CI 0.999 -0.999) and every week in the gestational age also reduced the risk in 17% (OR 0.835 - 95% CI 0.741 – 0.943). In the multiple logistic regression analysis using stepwise criteria, it was found that hypermagnesemia remained independently associated with the outcome, with an increased risk of 2.5 times (OR 2.51 - 95% CI 1.06 – 5.91). In addition, for each one-point increase in the SNAPPE -II score, there was a 5% increase in the risk of AI (OR 1.051 - 95% CI 1.025 – 1.078). The presence of maternal diabetes and peri-intraventricular hemorrhage were also independently associated with an increase in risk of about 2.6 (OR 2,56 CI 95% 1.07-6.14) and 3.6 times (CU 95% 3.61 IC 95% 1.31-9.91), respectively. Conclusion: Hypermagnesemia was associated with the presence of AI in the first three days of life in preterm infants < 34 weeks of gestational ageDoutoradoSaúde da Criança e do AdolescenteDoutora em CiênciasFuncamp128/17[s.n.]Caldas, Jamil Pedro de Siqueira, 1965-Marba, Sérgio Tadeu Martins, 1958-Bicalho, Gladys GrippPessoto, Monica AparecidaFerreira, Maria de Fátima de CarvalhoFerri, Walusa Assad GonçalvesUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescenteUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASJunqueira, Elibene de Almeida Orro, 1964-20212021-12-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (67 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/3149JUNQUEIRA, Elibene de Almeida Orro. Hipermagnesemia e intolerância alimentar em recém-nascido pré-termo: um estudo de coorte. 2021. 1 recurso online (67 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/3149. 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