A politica de informatica na educação brasileira : do nacionalismo ao neoliberalismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moraes, Raquel de Almeida
Data de Publicação: 1996
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1584425
Resumo: Orientador: Lili K. Kawamura
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spelling A politica de informatica na educação brasileira : do nacionalismo ao neoliberalismoEducação - HistóriaEducação e EstadoInformáticaCiência e tecnologiaInovações educacionaisTecnologia educacionalOrientador: Lili K. KawamuraTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de EducaçãoResumo: A presente tese de doutoramento compreende a análise histórica da política de informática na educação brasileira e as principais experiências conduzi das na rede pública de ensino de 10 e 20 graus até 1995. O estudo empreendido orientou-se metodologicamente pela abordagem dialéticomaterialista, inserindo criticamente o objeto de estudo nas inter-relações econômicas, políticas e sócio-culturais das quais é parte integrante. O material empírico foi obtido através de entrevistas, documentos e observação direta. A investigação histórica da política de informática na educação brasileira nos remeteu aos interesses dos militares no setor microeletrônico. Seu fortalecimento ocorreu a partir da década de setenta, quando a informática foi considerada uma das áreas estratégicas, um dentre outros cem projetos do Projeto "Brasil Grande Potência", da Doutrina de Segurança Nacional. Sua interseção com o setor educacional público teve o objetivo geral de capacitação dos recursos humanos, tanto em nível superior (graduação e pós graduação) como no ensino médio. Seus principais atores foram: militares, burguesia, tecnoburocratas e cientistas. Na década de oitenta tivemos uma pequena ação na educação básica e o ordenamento das ações no ensino superior. Somado a isso, a partir de 1992 temos a presença crescente de um forte lobby de interesses relacionados às multinacionais do setor microeletrônico e da indústria cultural (notoriamente a fim) sobre a educação brasileira e a sua gestão governamental, influenciando os rumos e diretrizes dessa política. Tendo por pressuposto que a tecnologia não é neutra, a investigação nos levou a desenvolver a hipótese de que a informática na educação apresenta-se como uma história paralela da política educacional brasileira. Esse "paralelismo tecnoburocrático ", numa ótica geral, deve-se às características históricas que deram origem às novas tecnologias, as quais expressam um modo de organização material e cultural da existência humana - capitalismo - tendencialmente concentrador e centralizador de riqueza, poder e conhecimento. Aplicada à gestão do processo decisório da informática na educação no Brasil, essa lógica geral propicia base de sustentação política apenas aos atores que, direta ou indiretamente, se beneficiam dos bens que a informática proporciona, afastando do processo os que dela não são proprietários, material e/ou culturalmente. Numa ótica específica, esse "paralelismo tecnocrático" tem fundamento no caráter restritivo da dinâmica do jogo político brasileiro, o qual tem, historicamente, alijado do processo de definição e avaliação de políticas públicas amplas camadas da população. As elites que têm acesso a esse processo decisório, por sua vez, compõem alianças de interesses diversos e heterogêneos, o que imprime um certo grau de "nebulosidade" à percepção dos reais interesses e compromissos envolvidos. Nossa análise detectou três fatores que, nos anos noventa, mantêm o paralelismo da política de informática na educação: a restrição da participação, entendida como corporativismo e reduto do socialismo, pela direita neoliberal; a mudança do discurso da democracia pelo discurso da competitividade, sob a ótica do Estado mínimo e do mercado global; o governo da intelligentsia, da competência, em vez do debate crítico e criativo, o que denota uma prática democrática restritiva. Portanto, é razoável pensar na tese de que, se não houve até o momento, uma capacitação mais democrática quanto às novas tecnologias, é porque não interessa ao Estado e ao mercado globalizado conviver com a maioria da população efetivamente instruída. O saber é, historicamente, posse de uma elite e, sob o capital, a informática - e as novas tecnologias em seu conjunto - é meio de produção, instrumento de poder, guerra e ideologia, tomando-se um conhecimento desempregador, fenômeno cada vez mais crescente nas economias capitalistas dominantes e periféricas, como o Brasil. E o que se avizinha no horizonte neoliberal não nos parece superar essa tendência. É necessário construir uma contra-hegemonia, reorientando o uso político, econômico e cultural das novas tecnologias em favor das maioriasDoutoradoHistória da EducaçãoDoutor em Educação[s.n.]Kawamura, Lili Katsuco, 1943-Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação não informadoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASMoraes, Raquel de Almeida19961996-11-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf218f : il.(Broch.)https://hdl.handle.net/20.500.12733/1584425MORAES, Raquel de Almeida. A politica de informatica na educação brasileira: do nacionalismo ao neoliberalismo. 1996. 218f Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1584425. 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