Eu fui e fiz esta tese : as construções do tipo foi fez no portugues do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Angelica Terezinha Carmo
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1602563
Resumo: Orientador: Maria Luiza Braga
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spelling Eu fui e fiz esta tese : as construções do tipo foi fez no portugues do BrasilI went and did this thesis (Lit) : the foi e fez (Lit. went and did) constructions in Brazilian PortugueseVerbosFuncionalismo (Gramatica)Mudança linguisticaFunctionalism (Grammar)Language changeVerbsOrientador: Maria Luiza BragaTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Na presente tese, investigo as ¿construções do tipo foi fez¿, doravante CFFs, presentes na modalidade falada do Português do Brasil (PB). Essas construções apresentam propriedades morfossintáticas bem definidas, além de desempenharem um papel particular na situação de fala. Esta tese, desenvolvida sob o paradigma do funcionalismo lingüístico (vertente americana), se baseia em dados oriundos de amostras reais de fala, coletadas a partir do banco de dados constituído por pesquisadores e bolsistas do Projeto PEUL da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para sustentar minhas hipóteses e examinar alguns fatores tradicionalmente utilizados nas pesquisas sociolingüísticas, trabalhei com 16 grupos de fatores que foram operacionalizados através do pacote VARBRUL, principalmente dos programas MAKECELL e CROSSTAB. As CFFs se formam a partir de uma seqüência mínima de V1 e V2, em que V1 corresponde a um dos verbos ir, chegar e pegar e V2 é relativamente livre. Essas construções podem ocorrer sob a forma de dois tipos distintos. No tipo 1, V1 e V2 são interligados pela conjunção e. No tipo 2, V1 e V2 apenas se justapõem. Ademais, V1 e V2 partilham flexões de tempo e pessoa e têm sujeitos correferenciais. Quanto à sua função, as CFFs atuam no nível discursivo-pragmático, dramatizando ou enfatizando os eventos descritos em V2. Uma vez que, além das propriedades exclusivas de sua categoria, apresentam ainda outras que são compartilhadas por diferentes tipos de construções, as CFFs não se encaixam no modelo clássico de categorização. Propus que apenas um modelo mais flexível, como aquele que prevê a existência de semelhança de famílias e de protótipos, é adequado para dar conta dos dados. Embora as CFFs possam ser concebidas como um membro de um continuum de construções de predicação complexa, com ocorrência em várias línguas, no que se restringe ao PB, as CFFs permanecem distintas de todos os outros tipos de construções. Tendo em vista as mudanças sofridas por ir, chegar e pegar que levaram ao desenvolvimento das CFFs, atesto que esses verbos percorrem os mesmos estágios iniciais previstos nos processos de gramaticalização, sem que, no entanto, tenham adquirido uma função gramatical prototípica, como tempo, aspecto e modo, mas sim uma função pragmática. Ao considerar que os verbos ir, chegar e pegar se gramaticalizaram, dando origem às CFFs, deixo claro que esses verbos exercem, nessas construções, uma função diversa daquelas originalmente previstas nos estudos de gramaticalizaçãoAbstract: The present thesis examines the ¿foi fez constructions¿ (Lit. ¿Went Did constructions¿), henceforth FFCs, in spoken Brazilian Portuguese. FFCs exhibit definite morphosyntactic properties associated to the uses of the verbs ir (go), chegar (arrive) e pegar (take) and they also play a specific role on the speech situation. This thesis is developed under the functionalism paradigm (American version) and is based on data, collected from the PEUL Project database. In order to support my hypothesis and analyze some traditional sociolinguistics features, I adopted the methodological principles from the Theory of Linguistic Variation to make a quantitative analysis, using the VARBRUL, mainly the programs MAKECELL and CROSSTAB. FFCs consist minimally of a sequence of V1 and V2, where V1 and V2 share inflections for verb tense and subject. V1 is one of the verbs ir ¿go¿, chegar ¿arrive¿, and, pegar ¿take¿ and V2 is relatively open. V1 and V2 can be contiguous, type 1, or can be connected by e ¿and¿, type 2. The chief function of V1 in FFCs appears to be a discourse-pragmatic one, dramatizing or emphasizing the events codified by V2. FFCs do not constitute a sharply bounded grammatical category. As they share a number of resemblances with some other major construction, they cannot be analyzed in terms of discrete classical categories. I suggested that only a more flexible kind of categorization, as family resemblance and prototypic approaches, is appropriate to account for the data. Notwithstanding FFCs are understood here as a member of a group of complex predicates crosslinguistically observed, as far as Portuguese is concerned, they remain a distinctive class of grammatical construction. Furthermore I verified that ir, chegar e pegar have undergone changes, which result on the development of FFCs and concur with the first stages of grammaticalization. However, I stress that FFCs do not developed a prototypical grammatical function, like tense, aspect and mood, traditionally used to account for grammaticalization. Rather they developed a pragmatic one. Although I consider the development of FFCs as a result of a grammaticalization process, it is necessary to emphasize that they acquire a function different from those expected for grammaticalized itemsDoutoradoSociolingüísticaDoutor em Linguística[s.n.]Braga, Maria Luiza, 1943-Travaglia, Luiz CarlosDias, Nilza BarrozoCastilho, Ataliba Teixeira deIlari, RodolfoUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação não informadoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASRodrigues, Angelica Terezinha Carmo2006info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf211p. : il.(Broch.)https://hdl.handle.net/20.500.12733/1602563RODRIGUES, Angelica Terezinha Carmo. Eu fui e fiz esta tese: as construções do tipo foi fez no portugues do Brasil. 2006. 211p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1602563. Acesso em: 2 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/366899porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T04:30:59Zoai::366899Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T04:30:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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