Os sentidos do Museu Florestal "Octávio Vecchi"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/1640651 |
Resumo: | Orientador: Eduardo Roberto Junqueira Guimarães |
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Os sentidos do Museu Florestal "Octávio Vecchi"The meanings of Octávio Vecchi Forest MuseumDivulgação científica - BrasilMuseus de ciênciaHistória ambientalMeio ambienteCiência - HistóriaScientific divulgation - BrazilScience museumsEnvironmental historyEnvironmentScience - HistoryOrientador: Eduardo Roberto Junqueira GuimarãesDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Este trabalho visa compreender como a divulgação científica significa no Museu Florestal "Octávio Vecchi", espaço vinculado a instituição pública de pesquisa e conservação do estado de São Paulo e inaugurado em 1931, com a missão de divulgar a ciência da silvicultura. Utilizando a Análise de Discurso, associada à História das Ideias, analisamos textos do arquivo da instituição das décadas de 1930 e 1940. O Museu surge na transição entre o modelo patrimonialista de administração pública e o novo modelo burocrático, proposto na Era Vargas. Nosso corpus é marcado por regularidades que evocam tensões como a dicotomização entre interesses públicos e privados e o silenciamento das gestões anteriores, que na relação com a colonização e o discurso hiperbólico das instituições reverbera no discurso da ciência. A silvicultura funciona pelos efeitos do discurso fundador como uma ciência nova no Brasil. O imaginário produzido sobre o cientista silvicultor é marcado pelo colonialismo, pela imigração e pelo nacionalismo. Há o apagamento do negro e do indígena, bem como das práticas das populações tradicionais. A figura do cientista remete ao homem branco. O corpus produz efeito de que a cidadania brasileira somente é possível por meio de uma ciência estrangeira. O funcionamento discursivo da e sobre a silvicultura remete ao utilitarismo e à dicotomia entre o valor das florestas para a coletividade (serviços ambientais) e sua utilidade para o indivíduo (econômica, pela exploração). Regularidades como os discursos militar e religioso marcam o apagamento do político no discurso sobre a silvicultura, evidenciando o ordenamento natural em relação a modelos hierárquicos, no qual cientista e ciência são apresentados como autoridades. Artigos científicos e textos de divulgação ora são representados em posições hierárquicas distintas, ora em igualdade. O efeito de legitimidade nos textos de divulgação, assim como nos objetos e obras de arte, se dá pela presença do cientista no gesto de autoria. A figura do divulgador, quando não atrelada à do cientista, aparece em nosso corpus como propagandista e funciona como sinônimo de capitalista. Os interlocutores são divididos de acordo com suas posições sociais e a divulgação científica da silvicultura textualiza em diferentes plataformas para atingir esses públicos diversos. Na relação com o pequeno lavrador, a divulgação científica funciona como simplificação do discurso científico, atendendo à demanda de governo de universalização dos serviços públicos. A silvicultura representa ferramenta de supressão de déficit de informação e inserção no mercado para efetivação da cidadaniaAbstract: This study aims to understand how scientific divulgation means at the Octávio Vecchi Forest Museum. a space linked to a public research and conservation institution in the state of São Paulo and opened in 1931 with the aim of divulgating the science of silviculture. Using Discourse Analysis, associated with the History of Ideas, we analyzed texts from the institution's archives from the 1930s and 1940s. The Museum appears in the transition between the patrimonialist model of public administration, and the new bureaucratic model, proposed in the Vargas Era. Our corpus is marked by regularities that evoke tensions such as the dichotomy between public and private interests and also the silencing of previous administrations. All this associated with colonization and the hyperbolic discourse of institutions reverberates in the discourse of science. Silviculture works by the effects of the founding discourse as a new science in Brazil. The imagery produced about the silviculture scientists is marked by colonialism, immigration and nationalism. Black and indigenous people, as well as the practices of traditional populations, does not appear in our corpus as part of the science discourse. The figure of the scientist refers to the white man. The corpus produces the effect that Brazilian citizenship is only possible through foreign science. The discursive functioning of and on silviculture refers to utilitarianism and produces a dichotomy effect between the value of forests for the community (environmental services) and its utility for the individual (economic, for exploitation). Regularities such as the military and religious discourses appears in the discourse on silviculture, producing an effect of natural order in relation to hierarchical models, in which scientist and science are shown as authorities. Scientific articles and divulgation texts are sometimes represented in different hierarchical positions, sometimes in equality. The effect of legitimacy in the divulgation texts, as well as in objects and works of art, is due to the presence of the scientist in the gesture of authorship. The figure of the scientific divulgator, when not linked to that of the scientist, appears in our corpus as a propagandist and works as a synonym for capitalist. The interlocutors are divided according to their social positions and the scientific divulgation of silviculture textualizes on different platforms to reach these diverse audiences. In the relationship with the small farmer, scientific divulgation works as a simplification of scientific discourse, meeting the government's demand for universal public services. Silviculture represents a tool for suppressing the information deficit and entering the market for effective citizenshipMestradoDivulgação Científica e CulturalMestre em Divulgação Científica e Cultural[s.n.]Guimarães, Eduardo, 1948-Dias, Cristiane PereiraSilva Sobrinho, José SimãoUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação em Divulgação Científica e CulturalUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASMuzio, Paulo Andreetto de, 1981-20202020-11-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf1 recurso online ( 141 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1640651MUZIO, Paulo Andreetto de. Os sentidos do Museu Florestal "Octávio Vecchi" . 2020. 1 recurso online ( 141 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1640651. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1161689Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-03-11T09:27:32Zoai::1161689Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2021-03-11T09:27:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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