As qualidades singulares dos orgânicos : uma etnografia das práticas de certificação participativa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Puga, Felipe Peregrina, 1997
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/6164
Resumo: Orientador: Joana Cabral de Oliveira
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spelling As qualidades singulares dos orgânicos : uma etnografia das práticas de certificação participativaThe unique qualities of organic foods : an ethnography of participatory certification practicesAntropologiaAgricultura orgânicaAgricultura familiarAlimentos - Controle de qualidadeGovernançaAnthropologyOrganic farmingFamily farmsFood - Quality controlGovernanceOrientador: Joana Cabral de OliveiraDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: Com o reconhecimento das práticas de certificação pelo Estado, os produtos da agricultura orgânica passaram a ser objeto de regulação e avaliação. Dessa forma, os mercados de alimentos orgânicos foram formalizados por meio de um conjunto de normas padronizadas e avaliação por mecanismos de auditoria. Os chamados Sistemas Participativos de Garantia (SPGs) surgiram originalmente como contestação às políticas de auditoria, dado que estas entidades isolavam os agricultores de qualquer tomada de decisão. Popularmente conhecidas como certificações participativas, os SPGs são agrupamentos que operam por meio de relações de confiança entre pares e de responsabilidade coletiva para a garantia da conformidade orgânica. Desde 2010, as certificações participativas são oficialmente credenciadas pelo Estado como mecanismos de avaliação da conformidade orgânica, obtendo o mesmo estatuto legal das empresas de auditoria. Esta pesquisa trata das mediações e políticas cotidianas adotadas por esse mecanismo participativo de certificação de agricultura orgânica, tendo como unidade de análise uma associação de agricultores familiares no estado de São Paulo. Com base em observação participante, pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas com agricultores, técnicos agrícolas e agrônomos, buscou-se analisar o modo como a qualidade orgânica é imbricada nas relações de confiança entre as diferentes entidades. Ao descrever a atuação cotidiana, privilegiou-se não apenas as situações envolvendo as atividades internas de avaliação como também as relações envolvendo agentes do Estado. Por um lado, o reconhecimento oficial pelo Estado impulsionou a uma padronização contínua de critérios e procedimentos dos SPGs, assimilando-os a políticas de rastreabilidade e de disciplinamento de condutas. Por outro, abriu o caminho para que o comprometimento moral dos participantes se tornasse uma dimensão importante para a tessitura de relações internas. Dessa forma, a autonomia das organizações dos SPGs encontra-se entrelaçada tanto com a compatibilização das normas institucionais quanto com a moralidade dos seus integrantes. Embora sejam oficialmente identificados enquanto organismos de avaliação da conformidade orgânica, os SPGs permitem a composição de espaços de troca entre agricultores e de práticas que vão além da certificaçãoAbstract: With the recognition of certification practices by the State, the products of organic agriculture became the object of regulation and assessment. Therefore, the organic food markets were formalized through a set of standardized rules and third-party certifications. Originally, Participatory Guarantee Systems (PGS) were founded as a movement against the politics of third-party audits, given that these entities isolated farmers from the decision-making process. Popularly known as participatory certifications, PGS are assemblages that operate through a peer-review process and collective responsibility to ensure organic compliance. Since 2010, participatory certifications are officially accredited by the State as organic conformity assessment mechanisms, obtaining the same legal status as third-party organizations. This research aims to analyze the mediations and everyday practices adopted by this participatory mechanism of certification of organic agriculture, having as the unit of analysis an association of family farmers in the state of São Paulo. Based on participant observation, documental research, and semi-structured interviews with farmers, agricultural technicians, and official inspectors, we sought to analyze how organic quality is imbricated in the relationships of trust among the different entities. When describing daily activities, emphasis was given not only to situations involving internal evaluation activities but also to relationships involving State agents. On the one hand, the official recognition by the State led to a continuous standardization of criteria and procedures for the SPGs, assimilating them to policies of traceability and discipline of conduct. On the other hand, this recognition opened the way for the moral commitment of the participants to become an important dimension for the weaving of internal relationships. In this way, the autonomy of PGS organizations is entangled both with the compatibility with institutional standards and the morality of its members. Although PGS are recognized as an organic compliance assessment body, they allow the composition of space for exchange and the cultivation of practices beyond the certificationMestradoAntropologia SocialMestre em Antropologia SocialFAPESP19/04868-1[s.n.]Oliveira, Joana Cabral de, 1980-Vianna, Anna Catarina MorawskaPompeia, CaioUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Antropologia SocialUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASPuga, Felipe Peregrina, 199720222022-06-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf1 recurso online (249 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/6164PUGA, Felipe Peregrina. As qualidades singulares dos orgânicos: uma etnografia das práticas de certificação participativa. 2022. 1 recurso online (249 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/6164. 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