Modos de ver, modos de dizer: titulação da pintura e discursividade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Rua (Campinas. Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8640647 |
Resumo: | Este artigo propõe uma análise dos títulos de quadros enquanto discurso, apresentando suas principais propriedades linguísticas e sua constituição histórica. A análise mostra, de um lado, que essas propriedades estão amplamente condicionadas pela natureza dos referentes em questão, as telas, enquanto objetos fabricados para serem vistos, o que configura a titulação como um modo discursivo particular, com um funcionamento diferenciado daquele do discurso ordinário. De outro lado, postula-se que sua constituição é o resultado de um processo histórico de mudança no paradigma estético: a titulação de quadros propriamente dita nasce com a pintura moderna, quando a imagem se descola da referência extrapictórica e a tela um objeto de arte autônomo; o aparecimento da fotografia desempenha talvez aí um papel decisivo. Quando Le Christ en croix [O Cristo na Cruz] se torna em Gauguin Le Christ jaune [O Cristo Amarelo], observa-se um deslocamento determinante: passa-se da identificação do tema ao título da pintura, isto é, ao nome do quadro. É, portanto, num intervalo entre a maneira de designar o modelo (ou o tema) e a designação da figuração pictórica que emerge o título, estabelecendo um modo particular de ver a pintura. |
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Modos de ver, modos de dizer: titulação da pintura e discursividadePintura moderna. DiscursoEste artigo propõe uma análise dos títulos de quadros enquanto discurso, apresentando suas principais propriedades linguísticas e sua constituição histórica. A análise mostra, de um lado, que essas propriedades estão amplamente condicionadas pela natureza dos referentes em questão, as telas, enquanto objetos fabricados para serem vistos, o que configura a titulação como um modo discursivo particular, com um funcionamento diferenciado daquele do discurso ordinário. De outro lado, postula-se que sua constituição é o resultado de um processo histórico de mudança no paradigma estético: a titulação de quadros propriamente dita nasce com a pintura moderna, quando a imagem se descola da referência extrapictórica e a tela um objeto de arte autônomo; o aparecimento da fotografia desempenha talvez aí um papel decisivo. Quando Le Christ en croix [O Cristo na Cruz] se torna em Gauguin Le Christ jaune [O Cristo Amarelo], observa-se um deslocamento determinante: passa-se da identificação do tema ao título da pintura, isto é, ao nome do quadro. É, portanto, num intervalo entre a maneira de designar o modelo (ou o tema) e a designação da figuração pictórica que emerge o título, estabelecendo um modo particular de ver a pintura.Universidade Estadual de Campinas2015-10-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPesquisa bibliográficaapplication/pdfhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/864064710.20396/rua.v5i1.8640647RUA; Vol. 5 No. 1 (1999); 17-38RUA; v. 5 n. 1 (1999); 17-382179-99111413-2109reponame:Rua (Campinas. Online)instname:Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)instacron:UNICAMPporhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8640647/8194Copyright (c) 1999 RUAinfo:eu-repo/semantics/openAccessBosredon, Bernard2018-03-21T10:35:28Zoai:ojs.periodicos.sbu.unicamp.br:article/8640647Revistahttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ruaPUBhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/oaipublabe@unicamp.br2179-99111413-2109opendoar:2018-03-21T10:35:28Rua (Campinas. Online) - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)false |
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