Invisible cities
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Rua (Campinas. Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8666226 |
Resumo: | A vida tem duas faces, positiva e negativa.Só a ilha é que tem muitos lados.Passado, presente,futuro, permeados às águas verdes da baía de Guanabara. Todos os dias os barcos cruzam o píer, pés fincados na areia grossa da praia, avançando para o mar.No azul das casas, nos muros das ruas, as mesmas velhas caixas de correio esperando notícias que nunca virão. Em meio ao som contínuo do rádio a vida passa, no mover-se lento dos triciclos estacionados ali e aqui. No verde das esquinas, que persiste diante do tempo, na velha rede do pescador,cada dia mais vazia. No final da esquina, a barca segue, depositando pessoas e coisas no meio da praça, sempre um dia mais cansados. As pessoas que esperam a embarcação atracar olham pra dentro de si, mastigando seus próprios pensamentos. E a lisa superfície das águas esconde segredos que ninguém vê, preocupados que estão com a hora da novela. Enquanto isso o vendedor de pipoca espera os turistas que não chegaram. E tudo segue lentamente, em seu espetáculo diário, de um verão morno de todos os dias, de mulheres sentadas nas calçadas e da conversa amena do início da noite, à hora de servir o feijão. Enquanto isso, no continente, mais uma barca parte e a ilha aguarda. Tempo, relógio, águas salgadas que inventam um novo tempo de ir e vir. Jovens que atravessam para não voltar. E as mesmas imagens resguardadas na memória dos velhos. Da ilha ainda resta uma nota,que às fotografias, cada vez mais raras, não cabe capturar. Ela resiste no peito de quem tece as redes das vidas de todos que ali moram, no fundo da baía, na ilha de Paquetá. |
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