O “OUTRO” E A “MARGEM” REVELADOS NOS CONTOS DE MIA COUTO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Digital Unicesumar |
Texto Completo: | http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/6930 |
Resumo: | Esta pesquisa foi realizada através da análise do conto “De como se vazou a vida de Ascolino do Perpétuo Socorro”, presente na obra Vozes Anoitecidas (1997, 4ªed.), de Mia Couto; juntamente com as análises do conto “O pescador cego”, da obra Cada homem é uma raça (1990) e, ainda, do conto “Na Tal Noite”, de O Fio das Missangas (2004). Mia Couto é um escritor moçambicano muito preocupado com a realidade das margens, deixando-as revelar em suas obras. Considerando a teoria pós-colonial de Homi Bhabha e outros críticos, fez-se então uma investigação das personagens dos contos enquanto indivíduos subjugados à vontade e poder da elite dominante, relegados ao papel do “outro”: aquele que é objetificado, degradado e oprimido pela força hegemônica européia. Mia Couto escreve sobre a contemporaneidade, tal como ela se apresenta perante os seus olhos. Contudo, é uma contemporaneidade cheia de recursos temporais passados, rebuscados nas marcas ancestrais de um povo enraizado na terra muito tempo antes da chegada dos colonizadores portugueses. Também se deve destacar a importância que a censura proveniente de Portugal, implacável e eficiente nos territórios colonizados, desempenha na criação literária africana. É uma censura castradora, como todas, de qualquer liberdade, mas e, especialmente, das liberdades de um continente e de um povo a emergir para o conhecimento e para uma voz de afirmação primeiro e de revolta depois. Contudo, essa censura virá a ser geradora de criação, ao permitir uma “dissimulação” literária mais perfeita, de resistência, com muito mais significado, rigor na escolha e uso dos signos, com o intuito profundo de promover e resgatar a identidade formadora de seu povo. |
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