RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE NO CONTEXTO PÓS-COLONIAL EM “O OUTRO PÉ DA SEREIA”, DE MIA COUTO (2007)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Digital Unicesumar |
Texto Completo: | http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/6209 |
Resumo: | A religião é criada e mantida por símbolos que o ser humano usa, mas por serem diferentes entre si, seus mundos sagrados também o são. Logo, a religião no contexto pós-colonial colabora para sustentar ambivalência da colonização entre o grupo dos colonizadores e dos colonizados e, respectivamente suas divindades (brancas e negras). É nessa ambivalência que o romance O outro pé da Sereia (2007), do moçambicano Mia Couto, descortina-se como um reflexo da multicultura colonial e as manifestações sincréticas no qual a religião revela em uma sociedade híbrida, como são as colônias. Através das análise dos diálogos culturais revelar-se-á conceitos pós-coloniais como alteridade, objetificação, resistência, demonização do nativo, mímica, ab-rogação e apropriação entre outros. Os portugueses representados pelo jesuíta D. Gonçalo da Silveira revela a cultura hegemônica européia, impondo o cristianismo aos povos africanos, protagonizado pela jovem Mwadia. Neste ínterim, a imagem de Nossa Senhora torna-se a personagem mais híbrida e contundente do romance, pois ela é o reflexo do catolicismo opressor e do idealismo português, é Kianda, a deusa do mar bantu, que dá esperança ao seu povo oprimido e Nzuzu, a rainha das águas que revela o que realmente é a identidade cultural. Este embate teológico acontece num contexto propício para o choque cultural, isto é, o processo de colonialismo. A religiosidade será analisada dentro de um processo específico pela perspectiva da teoria pós-colonial, pois tais textos são marcados por encontros culturais e suas ambivalências. Assim, diante deste panorama, os diálogos culturais subversivos e libertadores que ocorrem são investigados, permitindo evidenciar a importância da fé nesses espaços, a tentativa de resgate de suas tradições culturais e, ao mesmo tempo, a manutenção de sua dignidade enquanto sujeito produtor de cultura. |
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